O Brasil e mais 15 países das Américas disseram, no sábado, que a eleição presidencial da Venezuela não terá legitimidade nem credibilidade se não for um processo justo, democrático e sem presos políticos. A declaração é feita em paralelo à Cúpula das Américas, em Lima, no Peru, onde o grupo não conseguiu aprovar uma nota de repúdio ao pleito devido à oposição dos aliados do regime de Nicolás Maduro, como Bolívia, Cuba e Nicarágua.
No texto, os países reiteraram o apoio à Assembleia Nacional venezuelana, dominada pela oposição e cujos poderes foram retirados pela Assembleia Constituinte, e o pedido para que o regime permita a entrada de ajuda humanitária. "Exortamos aos órgãos especializados, agências, fundos e programas do sistema das Nações Unidas e da OEA (Organização dos Estados Americanos) a implementar, de maneira imediata, de um programa de assistência humanitária para aliviar a situação de sofrimento e escassez de que padece o povo na Venezuela."
Aos mesmos órgãos, também pediram apoio para lidar com o fluxo de imigrantes que deixaram o país nos últimos meses devido à crise, dirigindo-se, principalmente, à Colômbia e ao Brasil. O documento foi assinado pelo presidente Michel Temer, pelo vice-presidente norte-americano, Mike Pence, e por representantes de Argentina, Bahamas, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia. Destes, EUA, Bahamas e Santa Lúcia não fazem parte do chamado Grupo de Lima, de países das Américas que não reconhecem a instalação da Assembleia Constituinte, convocada por Maduro e composta integralmente por seus aliados.