Michele Rolim

Depois de mais de quatro décadas, a Orquestra Petrobras Sinfônica (Opes) segue se reinventando, ao mesmo tempo em que mantém o seu objetivo inicial: aproximar novos públicos da música de concerto. Fundada em 1972 no Rio de Janeiro pelo maestro Armando Prazeres, a Orquestra Petrobras Sinfônica completou 44 anos de existência e 30 anos de patrocínio da Petrobras ininterruptos. Atualmente, a Opes tem como diretor artístico e regente titular o maestro Isaac Karabtchevsky.

O seu mais recente projeto é a série Álbuns, que chega à Capital amanhã, com apresentação às 21h, ocupando o palco do Auditório Araújo Vianna (Osvaldo Aranha, 685). O concerto Ventura Sinfônico apresenta uma releitura do CD da banda Los Hermanos. Um dos mais conceituados registros do grupo, Ventura é composto por hits como Cara estranho, O vencedor e Último romance, que ganharam arranjos inéditos, realizados por Marcelo Caldi.

A Orquestra - que já dividiu o palco com nomes como Gilberto Gil e Paulinho da Viola -, nos últimos anos, vem promovendo ações que dialogam com o legado do Carnaval carioca, por meio de parceria com o Monobloco. Segundo Felipe Prazeres, filho do fundador e regente da série, este projeto é diferente. "Nesta série, colocamos a orquestra em primeiro plano, convidamos dois cantores jovens para fazer a metade do álbum, e intercalamos o show com e sem voz mostrando que a orquestra é a estrela principal", diz o regente assistente e spalla da Orquestra Petrobras Sinfônica. Ele completa: "Se você coloca uma banda ou um cantor muito famoso, geralmente a orquestra acaba ficando ofuscada". Os concertos contam com a participação de 40 músicos do conjunto e novos nomes da música brasileira, como Rodrigo Costa (Porto Alegre) e Roberta Campos (São Paulo).

Prazeres explica que esta será uma oportunidade dos fãs da banda curtirem as melodias do grupo de uma maneira diferente. "Cabe muito ao arranjador o sucesso de um projeto. Ter variações sobre os temas é maravilhoso, mas nesta série queremos que a melodia seja muito fiel à letra, para que o público cante junto. E Marcelo Caldi conseguiu realizar dessa forma", afirma.

Lançado em 2003 e produzido por Kassin, Ventura é o terceiro trabalho de estúdio na carreira do quarteto carioca formado por Marcelo Camelo, Rodrigo Amarante, Rodrigo Barba e Bruno Medina. O disco é um dos mais queridos pelos admiradores na banda. Com Ventura, Los Hermanos conquistou ampla importância, virou fenômeno pop e viu sua legião de seguidores se multiplicar consideravelmente.

A orquestra, atualmente, atua em três eixos: clássico, urbano e pop. Ventura Sinfônica está dentro do último. Já o eixo urbano é composto por apresentações em espaços não convencionais para uma orquestra, como shoppings, escolas e hospitais. "O objetivo final é conduzir o público à música clássica, patrimônio que jamais pode ser esquecido", destaca Prazeres.

A nova turnê da orquestra, depois de passar por Porto Alegre, segue para São Paulo, nos dias 17 e 18 de fevereiro, no Teatro Bradesco. O show tem ingressos à venda no site www.ingressorapido.com.br ou na bilheteria do local da apresentação. O valor das entradas varia entre R$ 80,00 e R$ 150,00.