O shopping center onde ocorreu o incêndio que deixou ao menos 64 pessoas mortas na cidade de Kemerovo, na Sibéria, domingo, tinha diversas irregularidades de segurança, incluindo portas de emergência bloqueadas e um sistema de alarmes que foi desligado na hora do fogo. As informações preliminares sobre o caso foram divulgadas ontem pela Comissão Investigativa da Rússia, órgão estatal responsável por cuidar dos grandes crimes no país.

As autoridades confirmaram que há crianças entre as vítimas, mas não divulgaram um número, porque a maior parte dos corpos ainda não foi identificado. Além dos mortos, outras 11 pessoas feridas ainda estão no hospital, incluindo um menino de 11 anos em estado grave. Cerca de 200 animais do zoológico do shopping também morreram.

Segundo um comunicado distribuído pelos investigadores, um funcionário desligou o sistema de alarmes quando foi informado sobre o início da chamas, e diversas saídas de emergência estavam bloqueadas, incluindo as de um cinema que fica no shopping, o que deixou o público preso - parte das vítimas estava exatamente nesse local. As autoridades afirmaram, ainda, que existiam outras irregularidades de segurança no prédio, como falta de janelas.

O shopping White Cherry foi instalado em 2013 no local, antes ocupado por uma fábrica têxtil. O centro comercial era uma das principais atrações da cidade de 530 mil habitantes, que fica a 3 mil quilômetros de Moscou, próxima das fronteiras com Cazaquistão e Mongólia.

Um dia após a tragédia, as homenagens não se limitaram à cidade siberiana. No Centro de Moscou, o escritório de representação de Kemerovo virou um espaço de homenagens às vítimas. Uma espécie de altar foi criado, com flores, velas e animais de pelúcia sendo depositados ao longo do dia.

 

Governos de ao menos 15 países – 14 da União Europeia (UE) e os Estados Unidos –, anunciaram ontem a expulsão de diplomatas russos, em reação ao envenenamento do ex-espião Serguei Skripal no Reino Unido. O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que vai expulsar 60 diplomatas e fechar o consulado russo em Seattle.

As ações atendem a pedido feito pela primeira-ministra britânica, Theresa May, na semana passada. O Reino Unido culpa a Rússia pelo envenenamento de Skripal e de sua filha, Iulia, em Salisbury, na Inglaterra, pelo agente neurotóxico Novitchok.

O Kemlin ainda não se pronunciou. O embaixador russo nos EUA afirmou que Trump está "destruindo o pouco que sobrou" nas relações entre os dois países.