Comentar

Seu coment�rio est� sujeito a modera��o. N�o ser�o aceitos coment�rios com ofensas pessoais, bem como usar o espa�o para divulgar produtos, sites e servi�os. Para sua seguran�a ser�o bloqueados coment�rios com n�meros de telefone e e-mail.

500 caracteres restantes
Corrigir

Se voc� encontrou algum erro nesta not�cia, por favor preencha o formul�rio abaixo e clique em enviar. Este formul�rio destina-se somente � comunica��o de erros.

Porto Alegre, ter�a-feira, 18 de outubro de 2016. Atualizado �s 21h16.

Jornal do Com�rcio

Panorama

COMENTAR | CORRIGIR

Document�rio

Not�cia da edi��o impressa de 19/10/2016. Alterada em 18/10 �s 18h12min

Longa-metragem homenageia pioneiras da milit�ncia ambiental

Griselda Castro e Magda Renner foram pioneiras na causa ambientalista no Estado

Griselda Castro e Magda Renner foram pioneiras na causa ambientalista no Estado


ACERVO NAT BR/DIVULGA��O/JC
Luiza Fritzen
Duas pioneiras fundamentais para a militância ambiental no Rio Grande do Sul e no Brasil serviram de inspiração para o longa-metragem Substantivo feminino. O documentário, a ser lançado ainda neste ano, faz um resgate das histórias de Magda Renner, falecida na última semana, aos 90 anos, e Giselda de Castro, que morreu em 2012, aos 89.
A ideia de retratar a importância destas mulheres partiu da jornalista Daniela Sallet, que estreia na direção do longa - ao lado do colombiano Juan Zapata. O interesse surgiu de conversas que Daniela tinha com Giselda de Castro. "Giselda era sogra da minha colega de trabalho na TV Assembleia, Carmen Crochemore, e eu a encontrava em jantares e almoços de família." O encantamento e a admiração motivaram a jornalista a registrar a história de Giselda e de sua colega, Magda Renner. "Apesar das limitações da doença, Giselda sempre foi uma pessoa muito forte, e foi um privilégio ter convivido com uma pessoa que me remetia a essa trajetória de militância", afirma a diretora.
A parceria de luta entre Giselda e Magda começou em 1964. Integrantes de famílias tradicionais e com receptividade nos meios políticos e sociais de Porto Alegre, as duas se mobilizaram em causas que ultrapassavam os limites domésticos e se posicionaram frente a ações que ameaçavam o meio ambiente, a qualidade de vida e a dignidade das pessoas. Em seus mais de 40 anos de militância, promoveram iniciativas de cidadania junto à população carente e com acesso limitado a informações. Na Capital, iniciaram a luta pela preservação das ilhas do Guaíba e pela coleta seletiva de lixo em 1974.
Integrantes da Ação Democrática Feminina Gaúcha (ADFG), voltada à realização de ações sociais, as ativistas trabalharam ao lado do ambientalista José Lutzeberger, criador da Agapan. Por meio dessa aliança e da mobilização de Magda e Giselda, a associação se tornou o braço brasileiro da Friends of the Earth (Amigos da Terra), que atua em mais de 70 países, fundando a sede da entidade no Brasil em Porto Alegre. A transformação em ADFG Amigos da Terra permitiu que as gaúchas circulassem o mundo em conferências internacionais, integrassem o Comitê de ONGs do Banco Mundial e participassem de eventos da ONU.
Um grande diferencial das gaúchas, segundo a diretora, é o fato de nunca terem tido qualquer interesse partidário. "Pessoas como elas faziam o poder público perceber que era preciso prestar conta de seus atos", relata Daniela, que diz ainda que, "independentemente de quem estivesse no poder, elas iam em busca de quem resolvesse suas questões". Estudadas, poliglotas e com condições financeiras, Giselda e Magda eram mulheres à frente de seu tempo. "A atualidade das causas delas é incrível, pois, há 40 anos, elas falavam sobre temas que hoje outras pessoas estão começando a debater", conta a documentarista.
Para a diretora, a importância dessas mulheres vai além do seu desempenho com a causa ambiental e representatividade ao redor do mundo: "As duas são inspiração e exemplo, pois pensavam além de si mesmo, pensavam o ecologismo da forma mais completa, em preservar a natureza, o meio ambiente e uma sociedade mais justa com condições de se manter e conviver".
Ao longo dos quatro anos de produção do filme, foram gravados mais 45 depoimentos de ativistas brasileiros e internacionais que conviveram com Giselda e Magda, o que só foi possível graças a viagens para São Paulo, Brasília, Montevidéu, no Uruguai, e Colônia, na Alemanha. Dentre os entrevistados, nomes de peso como o ambientalista Augusto Carneiro, o cientista Joachim Spangenberg, a ex-senadora Marina Silva, o ex-governador Tarso Genro e o atual, José Ivo Sartori. O que dá fio condutor à história junto às entrevistas e às pesquisas é uma fita-cassete encontrada pela família da Giselda ao acaso com registros feitos pela própria ambientalista documentando detalhes da Ação Democrática Feminina Gaúcha.
O projeto está em fase de finalização e aguarda patrocínios de interessados em contribuir com o longa-metragem, que presta uma homenagem e contribui para divulgar a trajetória das ambientalistas.
COMENTAR | CORRIGIR
Coment�rios
Seja o primeiro a comentar esta not�cia