Tem vernissage neste sábado, das 11h às 13h, a mostra A primeira a sumir, de Rochele Zandavalli. Com curadoria das pesquisadoras e professoras do Instituto de Artes da Ufrgs Paula Ramos e Blanca Brites, a mostra reúne trabalhos desenvolvidos nos últimos três anos, congregando apropriação e intervenção em fotografias antigas - marca da poética da artista - e uso de suportes em tecido, no caso, panos bordados ou em crochê.
Sorridentes ou compenetrados, próximos ou distantes, os rostos femininos despontam no centro desses delicados panos, submetidos ao recorte e à fixação pela costura, além de, eventualmente, adição de elementos como pérolas, brincos e adornos. Se há um inconteste desejo de perenidade por trás da imagem fotográfica, Rochele alerta que também ela pode esvanecer, quando não se extinguir. A artista comenta: "Este trabalho evidencia uma das questões da imagem fotográfica: sua incapacidade de reter o tempo. A aposta na eternização é feita através da fotografia, mas ela é incapaz de cristalizar a existência, de permanecer. A memória ou o vestígio almejado pelas retratadas tem um prazo. As imagens também envelhecem e também morrem".
A exposição fica em cartaz no StudioClio Instituto de Arte e Humanismo (José do Patrocínio, 698) até 21 de setembro.