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Opinião

Editorial

- Publicada em 27 de Junho de 2012 às 00:00

No Oriente Médio, religião e política estão lado a lado


Jornal do Comércio
Para os ocidentais, que separaram a religião do Estado há muito tempo, parece algo impossível. É a religião e os governos andarem juntos na condução de países. Mas isso ainda acontece no Oriente Médio, geralmente com prejuízos para a governabilidade e dando margem ao fanatismo. Mas quando há um meio termo, nada melhor do que uma orientação religiosa para manter muita gente no caminho correto. Com certeza não teríamos tantos desvios de conduta, como está acontecendo no Brasil. A religiosidade brasileira não surpreende pelo nosso passado. A miscigenação do português europeu, do negro africano – ainda que escravizado de maneira odiosa - e do índio brasileiro – aculturado, mas geralmente preservado, ao contrário da América Espanhola - não afastou a fé e evitou a violência sectária. Pelo contrário, o sincretismo se tornou uma marca brasileira e ajudou a impedir a fragmentação do território.
Para os ocidentais, que separaram a religião do Estado há muito tempo, parece algo impossível. É a religião e os governos andarem juntos na condução de países. Mas isso ainda acontece no Oriente Médio, geralmente com prejuízos para a governabilidade e dando margem ao fanatismo. Mas quando há um meio termo, nada melhor do que uma orientação religiosa para manter muita gente no caminho correto. Com certeza não teríamos tantos desvios de conduta, como está acontecendo no Brasil. A religiosidade brasileira não surpreende pelo nosso passado. A miscigenação do português europeu, do negro africano – ainda que escravizado de maneira odiosa - e do índio brasileiro – aculturado, mas geralmente preservado, ao contrário da América Espanhola - não afastou a fé e evitou a violência sectária. Pelo contrário, o sincretismo se tornou uma marca brasileira e ajudou a impedir a fragmentação do território.
O Islã ensina que Deus possui uma natureza ímpar que não tem sexo ou fraquezas humanas e que está muito além do que os seres humanos podem conceber. O Alcorão diz que os sinais e provas da sabedoria, do poder e da existência de Deus são evidentes no mundo que nos cerca. Os muçulmanos acreditam que Deus é amor, misericórdia e clemência, e que Ele se importa com o cotidiano dos seres humanos. Aliás, os fundamentos básicos das três religiões monoteístas, Judaísmo, Cristianismo e Islamismo, se fundem em Abraão, Isaac e Jacó. Então, depois do rei Farouk, de Gamal Abdel Nasser, Anwar Al Sadat - assassinado - e de Hosni Mubarak, enfim, o Egito dos faraós tem um presidente eleito diretamente pelo povo. Antes, havia um simulacro de eleições, e os governantes se perpetuavam no poder. Agora, o mais importante país árabe tenta começar uma nova história. O presidente eleito do Egito, o islamita moderado Mohammed Morsi, candidato da Irmandade Muçulmana, está montando um governo de coalizão.
Mas Morsi também é temido por grupos de jovens que participaram do movimento e lutavam por um Estado secular democrático e pela minoria cristã do país. Mohammed Morsi, o primeiro civil a conquistar a presidência egípcia, é um feito surpreendente para um grupo islâmico que passou a maior parte de seus 80 anos de existência como uma organização obscura visada por sucessivos regimes. Ainda há uma ponta de dúvida sobre a estrutura democrática no Egito pós-Mubarak. Mas talvez a religião e a boa governabilidade possam andar juntas em prol do bem comum. Infelizmente, algumas pessoas equivocadamente acham que os muçulmanos adoram um Deus diferente do Deus dos judeus e dos cristãos e que Allah é só o “deus dos árabes”. É um mito, uma vez que a palavra Allah nada mais é do que o nome árabe para Deus. É a mesma palavra para Deus que é usada por judeus e cristãos de origem árabe. E, nas três religiões, a esperança é sempre uma virtude, principalmente em governantes eleitos livremente. E, sem dúvida, no mundo árabe, um Egito democrático é fundamental.
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