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Finanças Pessoais

- Publicada em 25 de Junho de 2012 às 00:00

Cenário econômico incita novos investimentos


Jornal do Comércio
Queda na taxa Selic, mudanças nas regras da poupança, estímulo ao consumo e permanência da crise externa. O cenário econômico brasileiro está em transição, principalmente em função da atuação do governo federal e Banco Central nos juros praticados no País, associado à constante influência das incertezas internacionais. As variáveis - que ainda podem se alterar, caso a expectativa do mercado de novas quedas na taxa básica de juros se confirme - impactam diretamente o desempenho de quem aplica seu dinheiro e sinalizam a necessidade de atenção e novas estratégias para que seja mantida a rentabilidade dos investimentos.
Queda na taxa Selic, mudanças nas regras da poupança, estímulo ao consumo e permanência da crise externa. O cenário econômico brasileiro está em transição, principalmente em função da atuação do governo federal e Banco Central nos juros praticados no País, associado à constante influência das incertezas internacionais. As variáveis - que ainda podem se alterar, caso a expectativa do mercado de novas quedas na taxa básica de juros se confirme - impactam diretamente o desempenho de quem aplica seu dinheiro e sinalizam a necessidade de atenção e novas estratégias para que seja mantida a rentabilidade dos investimentos.
Acostumados a uma renda fixa com retorno garantido graças aos anos de Selic elevada, investidores que mantêm seus recursos na poupança ou em CDBs, por exemplo, já veem rendimentos minguarem, diante do atual patamar de 8,5% ao ano da taxa básica. Diversificação e maior exposição ao risco são algumas das orientações de agentes do mercado para aqueles que não querem ganhar menos. Nada significa, entretanto, que os investidores precisam migrar 100% das aplicações para a renda variável. Isso porque ativos de renda fixa, como a própria caderneta de poupança, são isentos de Imposto de Renda (IR) e taxa de administração. No caso do CDB, há somente a incidência de IR que, aliás, é regressiva conforme o tempo da aplicação. Quando somadas às taxas de administração, a inflação pode abocanhar boa parte dos ganhos, ou mesmo gerar rendimento negativo. 
O gestor da Geral Investimentos Alessandro Barreto explica que o investidor pode até manter a maior parte dos recursos na renda fixa, mas que vai precisar deixar o conservadorismo de lado para garantir rentabilidade. “Se colocar 20% ou 30% dos recursos em fundos multimercado, que oferecem diferentes níveis de risco e volatilidade, pode ter melhores ganhos”, assinala. Os fundos são compostos dos mais variados ativos, de ações a títulos públicos ou privados, com diferentes níveis de alavancagem e, consequentemente, de risco.
Ainda incipientes no mercado interno, os fundos imobiliários são apontados pelo gestor como promissores, principalmente para o futuro, quando deve ganhar mais adeptos. Esse tipo de investimento é fechado e composto por cotas. Dentro dessa configuração, podem investir os recursos em ativos imobiliários ou papéis vinculados a eles. “Há fundos que compram um terreno e constroem um prédio para vender os imóveis, outros que compram um prédio comercial pronto e remuneram com o aluguel desse imóvel, e outros ainda que não têm nenhum imóvel, mas apenas Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), e também aqueles que têm as três características no mesmo fundo”, explica Barreto. 
A desvantagem dessa categoria é a impossibilidade imediata do resgate da aplicação, por ser necessária a venda das cotas, geralmente negociadas na BM&FBovespa - e, por isso, precificadas conforme o mercado -, para que os valores investidos sejam resgatados. Dos 47 fundos que operam no Brasil, apenas cinco tiveram rentabilidade negativa entre os meses de maio de 2011 e 2012. O Brazilian Capital Real Estate encabeça o ranking, com 60,44% de rentabilidade no período.
A necessidade de revisão dos investimentos atrelados aos juros básicos é exemplificada pelo economista-chefe da Geral Investimentos, Denilson Alencastro, através de uma simulação que compara ao rendimento de uma aplicação de R$ 1 milhão pela média dos juros exercidos pelo BC entre 2000 e 2010 e a média da previsão entre 2010 e 2020, tendo como parâmetros as condições atuais do mercado. “Considerando os juros de 2000 a 2010, já descontada a inflação, quem tivesse R$ 1 milhão investido garantia uma remuneração média de R$ 12 mil ao mês”, diz. “O mesmo investidor, hoje, com uma Selic entre a 8,5% e o IPCA médio em 5% ao ano, daria um rendimento de R$ 3,8 mil ao mês entre 2010 e 2020. Mas se considerarmos um equilíbrio maior da economia, com juros menores, essa relação pode ser ainda pior para a aplicação”, completa.

Antes de sair da poupança é preciso comparar

O novo panorama que se estabelece no Brasil compõe um paradoxo entre a ânsia dos investidores por rentabilidade e o equilíbrio da economia. Especialistas apontam que apesar de haver outras modalidades atrativas, é importante que parte dos recursos permaneça naquelas opções que ajudam a financiar ações do governo. O diretor-presidente da Banrisul Corretora de Valores, Daniel Maia, lembra que é preciso mudar a estrutura das aplicações. Em um cenário de sucessivas mudanças nos juros, investimentos de longo prazo e com remuneração pré-fixada devem ser apostas mais certeiras de bom desempenho. 
“Se os títulos estão vinculados à Selic e ela vai cair, é interessante avaliar taxas pré-fixadas, do Tesouro Direto, por exemplo.” De acordo com Maia, a poupança continua sendo uma boa oportunidade ao apresentar efetividade nos ganhos, situação que pode não se concretizar em investimentos passíveis de taxa de administração e IR.
O sócio-diretor do banco Geração Futuro Afonso Arnhold compartilha a opinião e lembra que o pequeno investidor precisa sempre comparar remunerações entre os produtos antes de aplicar. “A poupança antiga continua rendendo nos moldes anteriores e pode ser melhor que outras opções”, destaca. Embora a cautela seja importante na conduta de quem aloca seus recursos na renda fixa, Arnhold aponta que investimentos em fundos DI e na bolsa - principalmente focados em dividendos -  estão conseguindo manter a rentabilidade.
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