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COMÉRCIO EXTERIOR

- Publicada em 09 de Maio de 2012 às 00:00

País pode ampliar negócios com a Argentina


Jornal do Comércio
O Brasil pode elevar em US$ 6 bilhões as importações de produtos argentinos em menos de cinco anos, segundo o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. Os números servem para dar alguma sustentação aos esforços da entidade na tentativa de frear as medidas protecionistas do governo argentino contra produtos brasileiros.
O Brasil pode elevar em US$ 6 bilhões as importações de produtos argentinos em menos de cinco anos, segundo o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. Os números servem para dar alguma sustentação aos esforços da entidade na tentativa de frear as medidas protecionistas do governo argentino contra produtos brasileiros.
Ontem, a Fiesp recebeu 500 empresários argentinos em um encontro de negócios em São Paulo. Eles representavam 270 empresas que vieram ao Brasil tentar vender seus produtos. Um total de 333 empresários brasileiros participaram das rodadas de negócios.
O trabalho da Fiesp elencou 38 produtos argentinos considerados estratégicos para o governo Kirchner. O levantamento do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Federação Paulista mostrou que do conjunto de produtos pesquisados, o Brasil compra apenas US$ 2,054 bilhões por ano. Ao mesmo tempo, as empresas brasileiras importam o equivalente a US$ 12,1 bilhões.
A sondagem da Fiesp identificou que metade dos empresários brasileiros estão dispostos a comprar da Argentina em médio prazo. Daí o cálculo do presidente da Fiesp de que a Argentina pode elevar em mais US$ 6 bilhões as exportações para o Brasil. A lógica tem sido a de tentar elevar as compras brasileiras de produtos argentinos e, assim, reduzir o déficit comercial argentino com o Brasil, hoje de quase US$ 6 bilhões por ano.
É essa situação desfavorável na relação comercial a base das ações do governo de Cristina Kirchner contra o livre fluxo comercial entre os países. “O objetivo não é ficar, de forma criativa, criando obstáculos de um para o outro, e sim pensar em como eliminar os obstáculos e aumentar o comércio. O Brasil vendendo mais e comprando mais dos argentinos, buscando equilíbrio na balança comercial”, disse Skaf.
Em São Paulo, a proposta que o secretário de Comércio Interior da Argentina, Guillermo Moreno, trouxe para o Brasil inverte a lógica da negociação bilateral: antes de concordar com a liberação das mercadorias brasileiras barradas na fronteira desde o início do ano, ele quer o compromisso dos empresários de que vão comprar mais bens argentinos. A rodada de negociação foi proposta por Skaf, durante visita a Buenos Aires, em fevereiro, quando tentou negociar com o governo argentino a abertura do mercado do sócio para os produtos brasileiros, barrados por novas restrições impostas por Moreno. A visita de Skaf provocou atrito com o presidente da União Industrial Argentina (UIA), Ignacio de Mendiguren, que não foi incluído nas conversas. 
Recentemente, Mendiguren foi a Brasília sem convidar Skaf para as conversas que teve com o governo brasileiro. O resultado desse atrito poderá ser observado na missão de hoje em São Paulo, que não conta com a presença da UIA. Os empresários convocados são de setores variados: alimentos e bebida, cosméticos, limpeza, confecções, calçados, máquinas agrícolas, eletrodomésticos e software. Cada nota de pedido do Brasil por produto argentino será contada como ponto para que Moreno libere a entrada de mercadorias brasileiras.
O objetivo do secretário é aumentar as exportações da Argentina para o Brasil e reduzir o déficit estrutural que possui com o principal sócio do Mercosul. No último ano, Moreno deixou de ser somente o xerife dos preços para ocupar a posição de supersecretário.
“Esta missão se constitui na maior comitiva empresarial recebida pelo Brasil e se trata de uma das missões comerciais de maior magnitude que a Argentina estimulou”, afirmou uma nota do Ministério de Relações Exteriores.

Pesquisa revela que 24% das empresas brasileiras desconhecem fornecedores

Um estudo feito pela Fiesp revela que 24% das empresas brasileiras não importam produtos da Argentina por desconhecerem os fornecedores do país vizinho. A medida permitiria maior integração entre as duas maiores economias do Mercosul. Outro dado levantado na pesquisa, que ouviu 221 empresas, é que 45% delas consideram viável ou muito viável a substituição de suas importações por produtos argentinos em médio prazo, de três a cinco anos. 
O levantamento selecionou, do país vizinho, 38 produtos competitivos no mercado internacional e que poderiam ser importados pelo Brasil. Hoje, as compras brasileiras de produtos dessa lista somam US$ 12 bilhões - e apenas 16,9%, ou cerca de R$ 2 bilhões, são importados da Argentina.
Para aumentar as compras brasileiras, entre outras medidas, Skaf sugeriu que o país se abrisse comercialmente aos estaleiros argentinos, já que esse setor brasileiro está sobrecarregado. “Darmos abertura para a indústria naval argentina atende ao interesse brasileiro e atende ao interesse argentino”, ressaltou.
De acordo com Skaf, o interesse da entidade em aumentar as compras brasileiras do país vizinho visa a elevar o comércio mútuo entre os dois países e diminuir barreiras comerciais entre eles. “A visão da Fiesp é que o Brasil teria que vender mais para a Argentina, mas também teria que comprar mais. O nosso objetivo não é ficar encontrando formas criativas de como criar obstáculos um para o outro, e sim como eliminar os obstáculos e como aumentar o nosso comércio”, afirmou.
Skaf, no entanto, ressalvou que a preferência deve acontecer sem prejuízo das indústrias brasileiras. “Não queremos que uma montadora brasileira deixe de comprar peças de empresas brasileiras para comprar de indústrias argentinas, mas que as montadoras brasileiras deixem de comprar de terceiros países para comprar mais na Argentina”, exemplificou.
As discussões ocorrem no momento em que a União Europeia e os Estados Unidos ameaçam retaliações ao governo argentino devido à expropriação da petrolífera YPF, administrada pela espanhola Repsol. Logo depois de anunciada a expropriação, autoridades argentinas vieram pedir o apoio do governo brasileiro para manter os investimentos da Petrobras no país.
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