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EMPREGO

- Publicada em 26 de Março de 2012 às 00:00

Profissionais com curso superior são minoria entre desempregados


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Jornal do Comércio
Alguns dos bordões do setor de recursos humanos, como “o mercado é muito exigente” e “é preciso buscar qualificação contínua”, ganham contornos mais objetivos com os dados de um estudo divulgado pela Catho Online. A empresa, que administra um dos serviços de anúncios de currículos e vagas de emprego de maior audiência na América Latina, depurou os dados da Pesquisa dos Executivos feita em 2011 e constatou que a maior parte dos candidatos a emprego não tem formação superior.
Alguns dos bordões do setor de recursos humanos, como “o mercado é muito exigente” e “é preciso buscar qualificação contínua”, ganham contornos mais objetivos com os dados de um estudo divulgado pela Catho Online. A empresa, que administra um dos serviços de anúncios de currículos e vagas de emprego de maior audiência na América Latina, depurou os dados da Pesquisa dos Executivos feita em 2011 e constatou que a maior parte dos candidatos a emprego não tem formação superior.
Segundo o levantamento, entre os desempregados, o índice de formação superior é de 48,7%, enquanto entre os que estão trabalhando o grupo que terminou a graduação é maioria e aqueles que fizeram, também, ao menos uma pós-graduação, representam 15% do total. “O que demonstra maior exigência do mercado quanto à formação dos profissionais”, indica o estudo.
O diretor da divisão de educação da Catho, Constantino Cavalheiro, argumenta que o crescimento das exigências das empresas tem relação com a grande oferta de profissionais e o pouco tempo dedicado pelas empresas à triagem de currículos. “Como as empresas dedicam pouco tempo à análise inicial, um dos primeiros filtros aplicados é o do Ensino Superior”, aponta ele, ao observar que a exigência cresce de forma proporcional à importância do cargo: “Depois do filtro da graduação, se destacam as pessoas que têm pós-graduação e fluência em idiomas estrangeiros.”
Segundo o executivo, a qualificação impacta de diversas formas na vida do profissional. Quando ele busca uma recolocação, os títulos têm o peso necessário para que o candidato avance nos processos de seleção e quando o profissional já está empregado, ele é beneficiado pelo aumento de sua capacidade de realização dentro da empresa – resultados superiores levam a melhores avaliações, aumento de remuneração e promoção.
De olho nessa perspectiva, o coordenador do Departamento de Pessoal do setor de condomínios da Guarida Imóveis, Cristiano Gonçalves, se dedica a concluir a graduação em Administração de Empresas. O profissional, que tem 36 anos, conta que foi quando tomou a decisão de investir no curso superior que sua carreira deslanchou. “Entrei na empresa no final de 2006 e no início de 2007 comecei o curso na Pucrs. As portas se abriram para mim, tanto porque o contato com os colegas e professores ampliou meu network, quanto porque sempre dei preferência às disciplinas que pudessem ser aplicadas no cotidiano da empresa, como as voltadas à estratégia e à gestão, já que fui promovido a um cargo de liderança. Dessa forma, aproveito melhor o conteúdo das aulas”, disse ele.
Gonçalves avalia que, apesar das dificuldades de conciliar o horário de trabalho com os estudos e o convívio familiar, os resultados compensam e ele já se anima a pensar em uma pós-graduação. “Não quero parar de estudar. A rotina fica corrida, não é fácil, mas vale a pena. Realmente fico surpreso ao ver alguns colegas meus, muito mais jovens, planejando um descanso depois da formatura”, afirmou ele, que também consegue encontrar tempo para se dedicar aos filhos, um de 12 anos e outro de três meses.

Qualificação garante permanência no mercado de trabalho

A vice-presidente de Capacitação Profissional da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), Heloisa Amaral, afirma que a diferença de postura diante da qualificação pode ser verificada em todos os níveis de ensino e em todas as classes sociais. “Ao longo desses quase 30 anos que trabalho com recursos humanos, percebo que alguns conseguem dar conta de buscar uma qualificação constante, enquanto outros não. Talvez porque uns veem o estudo como prioridade e não medem sacrifícios, enquanto outros fazem escolhas diferentes. A questão não é julgar ninguém ou a história de vida e as escolhas das pessoas, mas é fazer um alerta para que os profissionais estejam sempre atentos à empregabilidade”, disse.
Heloisa explica que é necessário pensar na própria empregabilidade tanto com relação ao mercado de trabalho, quanto para manter a posição na empresa atual. “A empregabilidade é o que deve pilotar a carreira, não é algo que os profissionais possam delegar. As pessoas precisam se dar conta de que as empresas se renovam e é preciso estar preparado para acompanhar as mudanças e não ser dispensado porque não adquiriu as novas habilidades necessárias ao trabalho”, afirmou.
A vice-presidente de Capacitação da ABRH lembra que, durante um processo de seleção, as empresas consideram sempre quatro fatores em relação ao candidato: formação, experiência profissional, realizações ao longo da carreira e características comportamentais. Enquanto a proporção da formação é direta, quanto maior a formação acadêmica, maiores as chances do profissional no mercado, os demais critérios são avaliados com mais peso conforme a pessoa avança na carreira. “É uma avaliação em conjunto, que não diminui o peso da formação. Quem investe em cursos e formação contínua se mantém com empregabilidade maior”, avaliou Heloisa.
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