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CONJUNTURA

- Publicada em 23 de Março de 2012 às 00:00

Dilma Rousseff promete defender a indústria


WILSON DIAS/ABR/JC
Jornal do Comércio
A presidente Dilma Rousseff avisou nesta quinta-feira durante reunião com um grupo de 28 grandes empresários do País que deve anunciar nas próximas semanas medidas para aumentar a competitividade da indústria brasileira. De acordo com relato de empresários, Dilma disse que não vai proteger, mas defender o setor produtivo nacional. Após ouvir as demandas e reivindicações do setor, Dilma encomendou ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, um plano de ações.
A presidente Dilma Rousseff avisou nesta quinta-feira durante reunião com um grupo de 28 grandes empresários do País que deve anunciar nas próximas semanas medidas para aumentar a competitividade da indústria brasileira. De acordo com relato de empresários, Dilma disse que não vai proteger, mas defender o setor produtivo nacional. Após ouvir as demandas e reivindicações do setor, Dilma encomendou ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, um plano de ações.
Segundo os empresários, a expectativa é que as medidas estejam prontas até o final da próxima semana, quando ela retorna de viagem para Nova Déli, na Índia, onde participará de reunião dos Brics (bloco que reúne os países emergentes - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Entre as medidas estão a desoneração da folha de pagamento para setores da indústria. Um ponto da agenda empresarial é a reclamação de que o real valorizado leva a uma invasão de importados no País.
“Ela determinou ao ministro que elabore medidas com foco de compensar o roubo de competitividade e pretende anunciar as medidas quando voltar da Índia”, disse o presidente da Federação da Indústria de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. “Ela não vai proteger, mas vai defender”, reforçou Luiza Helena Trajano, presidente do Magazine Luiza.
Os empresários disseram que a presidente estava bastante descontraída e “ouviu muito”. As principais reclamações são com relação ao câmbio, a carga tributária, o custo da mão de obra, a taxa de juros e o custo da energia elétrica. A presidente combinou que, este ano, haverá pelo menos quatro reuniões como esta.
A reunião também serviu para que o empresariado manifestasse apoio político ao governo, que passa por dificuldades na relação com o Congresso Nacional. Segundo o presidente da Fiesp, Dilma não tocou na crise política durante a reunião, mas o assunto foi lembrado pelos empresários. “Ela não fez menção à crise, mas nós fizemos. Em todos os projetos de interesse do Brasil, nós estaremos a postos, como estamos nessa questão da Resolução 72”, disse, referindo-se à medida em análise no Senado para uniformizar a alíquota interestadual do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre produtos importados.
O setor produtivo, liderado pela Fiesp, argumenta que a Resolução 72 pode pôr fim à chamada “guerra dos portos”, em que os estados oferecem benefícios tributários à entrada de importados, o que acaba reduzindo a competitividade do produto nacional. “O sistema hoje cria um privilégio competitivo para os produtos importados, porque pagam menos imposto que os produtos do Brasil. Não tem cabimento que um produto importado tenha uma estrutura tributária privilegiada em relação ao produto nacional”, avaliou o presidente do Conselho de Administração do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter.
Segundo Skaf, o empresariado ofereceu apoio para aprovação da medida no Senado e a presidente aceitou a oferta. “Ela falou que é importante, em qualquer tema de interesse do País, que haja um envolvimento do empresariado. Isso, de certa forma, já há. A Fiesp, por exemplo, está toda hora no Congresso, mas isso pode ser intensificado.”
Os ministros da Fazenda, Guido Mantega, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, o secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), Luciano Coutinho, também participaram da reunião.

Mantega adianta medidas para reduzir o custo Brasil

Durante a reunião com os principais empresários brasileiros, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, garantiu que serão adotadas medidas para reduzir o custo financeiro e ampliar a desoneração da folha de pagamento. “O governo vai criar ainda mais facilidades para reduzir o custo dos investimentos. O que vamos fazer é reduzir tributos sobre investimentos, custo da folha salarial, juros, custos financeiros. Estaremos viabilizando mais investimentos porque estaremos reduzindo os custos para eles (empresário)”, disse Mantega após a reunião.
Na reunião, os empresários relataram preocupação com a valorização cambial, a elevada carga tributária, os juros e as deficiências de infraestrutura. Mas o ministro da Fazenda disse que, apesar das preocupações, os empresários demostraram interesse em aumentar os investimentos privados e o governo sinalizou que vai apoiar os planos de expansão do setor privado. “Percebemos que os vários setores estão animados para fazer grandes investimentos, de modo a viabilizar esse crescimento maior”, disse Mantega, que prometeu promover mais quatro reuniões com os empresários ao longo do ano.
Ele lembrou, no entanto, que a maior responsabilidade de aumentar investimentos é da iniciativa privada, já que o governo participa com, no máximo, 3% dos 20% que constituem o investimento total do País em relação ao PIB.
O governo vem discutindo com empresários a desoneração da folha de pagamento. A proposta é que, no âmbito do Plano Brasil Maior, lançado no ano passado, a alíquota da contribuição para o INSS seja reduzida de 20% para zero e o empresariado opte pelo recolhimento de 1,5% sobre o faturamento. A indústria pede uma alíquota menor ou, até mesmo, o fim dessa contribuição. “Qualquer segmento industrial que quiser fazer a desoneração está aberto. Vamos baratear o custo de mão de obra sem prejuízo para os trabalhadores do Brasil”, afirmou.
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