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HISTÓRIAS DO COMÉRCIO E DOS SERVIÇOS

- Publicada em 27 de Fevereiro de 2012 às 00:00

Antiga Casa X se atualiza


MARCOS NAGELSTEIN/JC
Jornal do Comércio
As pessoas continuam a comprar tecidos e a mandar as peças para costureiras fazerem roupas sob medida. Mas agora não é só vestido, paletó, camisa social. A Antiga Casa X se atualizou, incorporou linhas para uso em itens de decoração, do revestimento do sofá a cortinas, da cama à mesa e atraiu clientes de segmentos profissionais, como arquitetos, decoradores e serviços de manutenção. O futuro, o principal proprietário e filho do fundador, Gisberto Antonio Sada, ainda não traçou e faz questão de frisar que está mesmo é preocupado com o dia a dia.
As pessoas continuam a comprar tecidos e a mandar as peças para costureiras fazerem roupas sob medida. Mas agora não é só vestido, paletó, camisa social. A Antiga Casa X se atualizou, incorporou linhas para uso em itens de decoração, do revestimento do sofá a cortinas, da cama à mesa e atraiu clientes de segmentos profissionais, como arquitetos, decoradores e serviços de manutenção. O futuro, o principal proprietário e filho do fundador, Gisberto Antonio Sada, ainda não traçou e faz questão de frisar que está mesmo é preocupado com o dia a dia.
Comércios como o varejo de tecidos se perpetuam no vai e vem da rua Marechal Floriano Peixoto, uma das artérias que alimentam o turbilhão do Centro. “Dizem que aqui passam 150 mil pessoas ao dia”, aposta Sada.
Até os anos de 1990, milhares adentravam pela porta, inspecionavam tecidos, discutiam tendências com as vendedoras e geravam pedidos. Segundo o dono, eram mais de 800 ao dia, que hoje não passam de 300.
Como as máquinas de escrever Remington, que subsistem no mezanino da matriz, tudo tem registro manual. Metros de seda, de linho, de algodão e outras texturas, são lançados nos cadernos manuscritos. No fim do dia, a equipe de retaguarda registra no computador o fluxo de caixa. No ponto, pagamentos somente à vista ou com cartão, hoje mais de 60% das vendas. No passado, a regra era só vender à vista.
É curiosa a origem do comércio de tecidos, aberto há 72 anos pelo pai de Sada, Mario Sada, nascido em Brodowski, interior de São Paulo (terra do pintor Portinari), e filho de libaneses que veio ao Estado para se casar e inaugurar o ponto em 1941. O nome derivou de uma alfaiataria que Mario adquiriu e que ficava na rua Voluntários da Pátria. Do negócio comprado, veio só a adaptação – era Casa X e virou antiga Casa X. O pai de Sada, que se manteve à frente do negócio até falecer em 2009, decidiu liquidar o estoque de mercadorias e abrir a loja que até hoje está no nº 86 da Floriano. No local, a operação cresceu com o aquecimento da busca por cortes que se manteve por décadas – seja para coser trajes completos do universo masculino, ou reproduzir a moda vestida por mulheres em cada época.
A microfibra foi um divisor de águas no varejo de tecidos. Em Porto Alegre, no Brasil e no mundo. Ajudou a reduzir preços de cortes (mesmo que não se equipare em qualidade a muitas tecelagens), e foi uma frente de batalha ante confecções prontas cada vez mais baratas. “Como concorrer com uma blusa que aqui na frente custa R$ 5,00”, contrasta o filho do fundador. Para vencer a onda de importados chineses e a facilidade do mundo de consumo, a Antiga Casa X expandiu seu mix e hoje busca o que já é uma regra no mundo dos que querem se diferenciar. “A gente tenta customizar. Atender o que o cliente busca e só vai ter aqui”, descreve.

Filial no Bourbon Wallig é aposta de sucessão familiar

A Antiga Casa X rompeu a fronteira do Centro da Capital nos anos de 1980. Em meados daquela década, os donos abriram uma filial na rua Cristóvão Colombo, no bairro Floresta. Era a tentativa de desenvolver uma nova região, mas cancelada em 2000, quando o ponto foi fechado e transferido para a avenida Assis Brasil, 2243. A loja ficou menor, com visual mais moderno e comandada pela filha Gisette, única sucessora, além dos netos. A expectativa é que a descendente possa, quem sabe, seguir a trilha da família. “Mas não faltam exemplos de varejos tradicionais do Centro que as famílias encerraram a operação porque os mais jovens não têm interesse”, pondera.
No mesmo período em que a marca chegou à zona Norte, Gisberto Antonio Sada também fez uma experiência rápida no Shopping Total, mas descobriu que comércio de tecido não combina com centros comerciais fechados e com mix que se complementa.
“A freguesia não estava interessada”, justificou, questionando se há registro de lojas de tecidos em shopping. “Só se for de alto padrão ou luxo.” O nicho se ajusta mesmo ao ponto de rua. A filial da Assis Brasil terá agora a companhia do gigantesco Bourbon Wallig, do grupo Zaffari, que será aberto ainda este ano. “O empreendimento vai qualificar a região, não vai atrapalhar”, vislumbra Sada, que nos últimos anos também abriu a sociedade do varejo para dois novos sócios.
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