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Porto Alegre, domingo, 13 de abril de 2025.
Opinião

Artigo

- Publicada em 20 de Fevereiro de 2012 às 00:00

Um país à procura de um povo


Jornal do Comércio
O Brasil é a sexta economia do mundo. No entanto, ocupa a 84ª posição em Índice de Desenvolvimento Humano. Não somos um país da contradição, mas da omissão. Pagamos os mais altos impostos e recebemos os mais baixos serviços prestados pelos governos. Formamos uma grande massa de silenciados, um assombro de misérias e grandezas. Aqui, a parcela mais pobre produz o maior espetáculo, o Carnaval. Tudo para ser vivido sob os holofotes das avenidas, bem distante de sua comunidade.
O Brasil é a sexta economia do mundo. No entanto, ocupa a 84ª posição em Índice de Desenvolvimento Humano. Não somos um país da contradição, mas da omissão. Pagamos os mais altos impostos e recebemos os mais baixos serviços prestados pelos governos. Formamos uma grande massa de silenciados, um assombro de misérias e grandezas. Aqui, a parcela mais pobre produz o maior espetáculo, o Carnaval. Tudo para ser vivido sob os holofotes das avenidas, bem distante de sua comunidade.
Nossos políticos não lutam por ideais, mas pela oportunidade de administrar verbas, distribuir cargos, aparelhar o Estado, acertar comissões. As novas privatizações refletem essa realidade. Enquanto no primeiro mundo o povo vai às ruas e protesta por uma política inclusiva, nos escondemos em casa, voluntariamente refugiados. Alegam sermos um povo pacífico. Enquanto isso explode nos centros urbanos uma guerra surda, uma violência desmedida. Produzimos mais vítimas fatais no País que muitas guerras. Aqui, até nossa violência é covarde.
As greves, que deveriam ser um direito sagrado do trabalhador sem voz e sem vez, são manipuladas para garantir votos. Não é a gestão para todos, mas para poucos. As instituições nacionais estão falidas e repartidas. Não querem resolver os problemas, apenas administrá-los. Temos autonomia em petróleo, mas pagamos mais caro pela gasolina que países não produtores. Entregamos nossos minerais a preço de banana podre e depois compramos por muitas vezes mais o metal beneficiado, sem gerar um só emprego. Aqui, as forças não convergem, divergem. Cada um olhando para o melhor quinhão que lhe cabe. Por isso se faz justificável a criação de tantos órgãos gestores e fiscalizadores, em uma triste constatação do dividir para concentrar. Mais pela realização individualizada, desintegrada e dissociada da população que pela ação do governo, vamos colhendo frutos de um povo resignado e descomprometido. Somos um grande país, mas ainda nos falta um grande povo.
Jornalista e escritor
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