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Conjuntura Internacional

- Publicada em 21 de Novembro de 2011 às 00:00

Emergentes devem superar a expansão de países ricos


Jornal do Comércio
O agravamento da crise na Europa nas últimas semanas deve fazer com que as economias emergentes concentrem a maior parcela do PIB mundial já em 2012. Pela previsão inicial do Fundo Monetário Internacional (FMI), essa virada inédita na Paridade do Poder de Compra (PPP, na sigla em inglês) só iria acontecer em 2013. Mas a piora na avaliação das economias europeias pode antecipar essa tendência.
O agravamento da crise na Europa nas últimas semanas deve fazer com que as economias emergentes concentrem a maior parcela do PIB mundial já em 2012. Pela previsão inicial do Fundo Monetário Internacional (FMI), essa virada inédita na Paridade do Poder de Compra (PPP, na sigla em inglês) só iria acontecer em 2013. Mas a piora na avaliação das economias europeias pode antecipar essa tendência.
Para o ano que vem, segundo o estudo de setembro do FMI, está prevista uma grande proximidade entre os dois grupos: 50,1% do PIB mundial para os desenvolvidos e 49,9% para os emergentes. Em números absolutos, a diferença será de algo em torno de US$ 24 bilhões. Este ano, o resultado esperado para desenvolvidos e emergentes é de 51% a 49%, respectivamente. A previsão do FMI para 2012 é de que as economias avançadas cresçam 1,9%, enquanto o PIB dos países emergentes aumente 6,1%. Para a zona do euro, a expectativa do fundo é de um crescimento de 1,1%, mas a própria Comissão Europeia, em recente relatório, prevê que o PIB da área aumente 0,5% no ano que vem.
“Os países desenvolvidos estão levando muito tempo para se recuperar. E os emergentes já vinham ganhando espaço”, afirma Raphael Martello, economista da Tendências Consultoria. A distância entre os dois grupos vem diminuindo desde 1980. Naquela época, a participação no PIB mundial das economias desenvolvidas era de quase 40 pontos percentuais maior do que a dos países desenvolvidos. A China é a principal responsável por grande parte dos avanços dos blocos dos países emergentes. No início da década, por exemplo, a economia chinesa era responsável por cerca de 7% do PIB mundial. Este ano deve chegar a 14% e até 2016 vai pular para 18%, ultrapassando os Estados Unidos.
De acordo com o FMI, a distância em favor dos emergentes deve aumentar até 2016, quando a vantagem será de pouco mais de 7 pontos percentuais. “Em um cenário onde todo mundo está com um crescimento próximo de zero, a China vai estar com um crescimento entre 7% e 8% e deve puxar o carro dos emergentes”, diz André Roncaglia, mestre em Economia e professor da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap).
A economia chinesa também deve sofrer com a desaceleração da Europa e o baixo crescimento dos Estados Unidos. O FMI prevê uma alta de 9,5% do PIB chinês este ano e de 9% em 2012. “Se ao longo dos anos 2000 a China cresceu muito baseada na sua plataforma de exportação, agora ganha um peso maior o consumo interno, dado que os seus parceiros comerciais vão crescer menos”, afirmou Martello - a Tendências prevê um crescimento de 8,7% para o país em 2012.
Além de estarem fora do centro da crise, a maior participação das economias em desenvolvimento no PIB mundial se deve basicamente às necessidades maiores de infraestrutura desse grupo. “Um país cuja economia é mais madura não tem muito para ser feito. Mas em países em desenvolvimento há muito para ser feito”, afirma o economista Miguel Daoud.
Os maiores índices da participação do Brasil no PIB mundial em PPP foram registrados na década de 80, quando chegaram a 3,9%. Até 2016, a participação do Brasil no PIB mundial deve se manter estável, próximo de 2,9%. A expectativa da LCA Consultores, por exemplo, é que a economia brasileira cresça em média 4% entre 2012 e 2021. Para o mesmo período, a média do crescimento mundial será de 4,2%, segundo a consultoria. “Outros países vão passar o Brasil. Mas é importante lembrar que o crescimento da nossa população está caindo e o crescimento médio de 4% é bom, se a gente comparar em termos históricos”, afirma Francisco Pessoa, economista da LCA Consultores.
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