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História do Comércio Gaúcho

- Publicada em 17 de Outubro de 2011 às 00:00

Renner faz 100 anos com disposição de adolescente


MATEUS BRUXEL/ARQUIVO/JC
Jornal do Comércio
Quando criou o Grupo A.J. Renner & Cia, no longínquo ano de 1912, Antônio Jacob Renner dificilmente imaginaria que a operação de venda de tecidos direto da fábrica se tornaria, quase 100 anos depois, uma das principais varejistas de vestuário do País. Ao longo de décadas, as Lojas Renner souberam superar momentos de turbulência, adaptaram-se às novas regras do mercado e inovaram em modelo de gestão e proposta comercial, receitas que têm garantido a saúde do negócio.
Quando criou o Grupo A.J. Renner & Cia, no longínquo ano de 1912, Antônio Jacob Renner dificilmente imaginaria que a operação de venda de tecidos direto da fábrica se tornaria, quase 100 anos depois, uma das principais varejistas de vestuário do País. Ao longo de décadas, as Lojas Renner souberam superar momentos de turbulência, adaptaram-se às novas regras do mercado e inovaram em modelo de gestão e proposta comercial, receitas que têm garantido a saúde do negócio.
“Os valores e a cultura corporativa das Lojas Renner continuam os mesmos desde sua inauguração, com o respeito ao cliente e a valorização das pessoas. O que temos feito é reescrever estes valores de forma mais clara”, afirma o presidente das Lojas Renner, José Galló. Na empresa desde 1991, Galló é o artífice da evolução do negócio e da incorporação gradativa de modernas práticas de gestão que hoje dão à empresa a vice-liderança do mercado brasileiro de vestuário - atrás apenas da C&A - e viabilizam uma receita líquida de R$ 2,4 bilhões ao ano.
O terreno para esta evolução foi preparado em 1965, quando as Lojas Renner foram constituídas como uma sociedade anônima, independente do grupo. Dois anos depois, a empresa abriu seu capital no mercado acionário, angariando 600 acionistas. Assim, fortificou seu caixa para expandir ao Interior do Rio Grande do Sul: em poucos meses, foram abertas sete lojas no Estado. “Muito se fala hoje sobre IPOs de empresas de varejo, mas poucos sabem que o IPO da Renner ocorreu há muito tempo, lá em 1967”, observa Galló.
Com o acirramento da concorrência no País, a Renner iniciou no final dos anos 1980 um processo de reestruturação. Deixou de comercializar móveis, operação cujo custo operacional era alto, para se especializar em moda. Esta manobra possibilitou a ampliação do negócio para dentro de shopping centers. Anos depois, a empresa deixou de vender itens de cama, mesa e banho para se dedicar às roupas. “Era a época de especialização do varejo, e passamos a focar especialmente em moda e estilo”, recorda Galló.
A venda da empresa para o grupo J.C. Penney, reconhecida loja de departamentos americana, em 1998, foi crucial para seu crescimento. A Renner adquiriu mais conhecimento e modernizou as lojas. Grandes redes europeias, como H&M e Zara, passaram a se inspirar na formatação dos pontos de venda, e as coleções foram expandidas para até oito por ano. Iniciou-se a entrada em mercados com alto poder de compra, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Em 2003, a Renner lançava o conceito Lifestyle, que ditaria o abastecimento das lojas e as ações de marketing.
A Renner foi precursora de um modelo de gestão inovador no Brasil: após a venda do controle pela J.C. Penney, passou a ter capital totalmente pulverizado. O que poderia representar incertezas quanto aos rumos da companhia, na verdade marcou uma aceleração na busca por receita e aproximação com os stakeholders (interessados em ações). A empresa cravou bandeiras no Norte e Nordeste, passou a oferecer serviços financeiros e criou o Instituto Lojas Renner. Em 2008, comemorou a 100ª loja. No ano passado, lançou o cartão de crédito Meu Cartão, com as bandeiras Visa e MasterCard, tornando-se, de acordo com Galló, a primeira empresa não financeira do mundo a dispor deste serviço. No mesmo ano, iniciou as vendas pela internet - que equivalem ao faturamento de uma loja média.

Consolidação surge como novo desafio

Tal como vem ocorrendo com o setor de eletrodomésticos, no qual as maiores varejistas adquirem o controle dos menores, a consolidação também será uma realidade para o segmento de vestuário. O mercado está extremamente pulverizado, com espaço para fusões, que gradativamente formarão líderes com participação expressiva. As cinco maiores varejistas do segmento (Renner, C&A, Riachuelo, Marisa e Pernambucanas) possuem apenas 9% do mercado, número muito diferente do setor de supermercados, por exemplo, no qual os principais players detêm 42% de share.
“Embora não deva, pela característica do negócio, chegar ao mesmo indicador dos supermercados, o setor de vestuário irá se consolidar nos próximos anos”, aposta o presidente das Lojas Renner, José Galló. Segundo ele, a estratégia da Renner será buscar o crescimento orgânico, pela abertura de lojas, e observar com atenção o movimento dos concorrentes. A estratégia é crescer no comércio de rua, onde hoje estão apenas 10% dos 145 pontos de venda da empresa.
Nesta linha, será inaugurada nas próximas semanas uma loja no espaço da antiga livraria Globo, no Centro de Porto Alegre. Para 2011, a previsão é inaugurar 33 lojas, entre tradicionais, compactas e especializas em moda jovem. Em abril, a Renner anunciou a compra da rede de utilidades domésticas Camicado, por R$ 165 milhões.
Próxima semana: Magnabosco
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