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Dia Mundial dos Animais

- Publicada em 05 de Outubro de 2011 às 00:00

Manifestantes criticam o fim do minizoo de Porto Alegre


ANA PAULA APRATO/JC
Jornal do Comércio
A ideia da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Porto Alegre (Smam) era promover uma atividade de inclusão social para alunos do Instituto de Educação Flores da Cunha, do Centro Municipal de Educação dos Trabalhadores Paulo Freire (Cemet) e da Escola Estadual Rio de Janeiro, no Minizoo Palmira Gobbi. Porém, algumas pessoas, interessadas na manutenção e preservação do espaço, aproveitaram o Dia Mundial dos Animais para clamar pelo não fechamento do espaço e pela permanência dos bichos com a realização de ajustes propostos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama).
A ideia da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Porto Alegre (Smam) era promover uma atividade de inclusão social para alunos do Instituto de Educação Flores da Cunha, do Centro Municipal de Educação dos Trabalhadores Paulo Freire (Cemet) e da Escola Estadual Rio de Janeiro, no Minizoo Palmira Gobbi. Porém, algumas pessoas, interessadas na manutenção e preservação do espaço, aproveitaram o Dia Mundial dos Animais para clamar pelo não fechamento do espaço e pela permanência dos bichos com a realização de ajustes propostos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama).
Encorajados pelo pequeno João Mateus Ruaro, nove anos, estudante do 3º ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Rio de Janeiro, os visitantes entoaram: "Fica minizoo, fica minizoo". O aluno realizou sua primeira e, quem sabe, última visita ao pequeno zoológico localizado no Parque Farroupilha (Redenção), no coração da Capital. "Achei muito bonitos todos os animais. Pude ver o tucano, um animal que já está em extinção", relata João Mateus. Depois, em tom sério e preocupado, lamentou a transferência dos animais. "Não acredito que vai acabar o minizoo, todas as crianças são contra o fechamento. Nem que eu tenha que falar com a presidente Dilma Rousseff", diz o estudante, acompanhado por cerca de 20 colegas.
O vereador Carlos Todeschini (PT) participou do evento e demonstrou indignação contra seus colegas de Parlamento. "Desde junho venho pedindo uma reunião junto à Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) e sempre recebo um não. Outros vereadores cúmplices não permitem um diálogo com o prefeito", critica Todeschini. Ele diz que gostaria de entender as razões que levaram a prefeitura a decidir pela extinção do zoológico.
Para Roberto Jakubaszko, membro do Conselho de Usuários do Parque Farroupilha, "é inadmissível que um patrimônio público dos porto-alegrenses desde 1923 seja extinto". "Assim como eu, outros membros do conselho acreditam que o interesse em fechar o espaço é estritamente funcional para as obras que visam à Copa do Mundo. Esse espaço será extinto para possibilitar o alargamento da avenida Luiz Englert. O tempo mostrará isso", enfatiza Jakubaszko.
Quanto ao custo das obras para as melhorias e adaptações do zoológico, o valor apontado pela prefeitura da Capital, algo em tono de R$ 1 milhão, é avaliado pelas pessoas que lutam pela permanência do espaço como "faraônico". "O custo das obras exigidas pelo Ibama pode ficar pela metade do valor orçado pela prefeitura", analisa Ibirá Lucas, membro do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (CMDUA). O arquiteto desenvolveu o anteprojeto de adequação às normas do instituto, que será encaminhado à Câmara de Vereadores até o final desta semana.
O superintendente do Ibama no Estado, João Pessoa, informa que não há um prazo estipulado pelo órgão para a retirada dos animais. O instituto está aguardando a tramitação entre as prefeituras de Porto Alegre e Santa Maria, cidade para a qual os animais serão transferidos, ficando em um criatório particular. "Estamos aguardando um posicionamento da prefeitura da Capital. Após a vistoria que identificou os ajustes a serem tomados para a manutenção do minizoo e o posicionamento contrário da prefeitura, nós indicamos um espaço para receber os animais, localizado em Santa Maria", explica Pessoa.
Questionado sobre a possibilidade de manter o minizoo em funcionamento, o superintendente diz que a decisão foi da prefeitura de Porto Alegre. "Falta a construção de uma área para os animais realizarem a quarentena, além do ajuste de alguns espaços para acolher as espécies", acrescenta Pessoa. Ele acredita ainda que a prefeitura desistiu de investir no minizoo. "O que temos lá não é o ideal, mas com adequações o espaço ficará apto para os animais", conclui o superintendente do Ibama.
Procurada pela redação do Jornal do Comércio, a primeira-dama da Capital e voluntária que responde pela Secretaria Especial dos Direitos Animais (Seda), Regina Becker, não se manifestou sobre o caso, pois estava em Brasília em função de uma reunião da Frente Parlamentar dos Direitos Animais.
Atualmente, o minizoo conta com cerca de 80 animais dispostos em uma área de 2.800m2, abrigando aves, mamíferos e répteis de mais de 20 espécies, provenientes de doações, apreensões de tráfico e comércio ilegal. As visitas são feitas de terça-feira a domingo e podem ser acompanhadas por um biólogo responsável pelo espaço. Mais informações pelos telefones (51) 3286.4458 e 3289.8305.
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