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Urbanismo

- Publicada em 08 de Junho de 2011 às 00:00

Desafio é crescer preservando as principais características


ANA PAULA APRATO/JC
Jornal do Comércio
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) sedia hoje, a partir das 18h, um encontro para debater o desenvolvimento sustentável das cidades, tendo como foco os bairros. A atividade ocorre no museu da universidade (avenida Osvaldo Aranha, 277, em Porto Alegre) e tem entrada franca. O debate é uma realização do Instituto Curicaca, em parceria com o Museu e o Centro de Ecologia da Ufrgs.
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) sedia hoje, a partir das 18h, um encontro para debater o desenvolvimento sustentável das cidades, tendo como foco os bairros. A atividade ocorre no museu da universidade (avenida Osvaldo Aranha, 277, em Porto Alegre) e tem entrada franca. O debate é uma realização do Instituto Curicaca, em parceria com o Museu e o Centro de Ecologia da Ufrgs.
Uma das consequências decorrentes do desenvolvimento é a descaracterização dos bairros da cidade. Grandes construções surgem em velocidade superior à capacidade do bairro de absorver o incremento populacional. Assim, é inevitável a saturação dos espaços urbanos menos centrais. De acordo com Janete Barbosa, uma das fundadoras do Movimento Petrópolis Vive, somente uma comunidade organizada pode atuar de modo a fazer frente ao avanço desenfreado das construções. "Sozinho não se tem força alguma. Em grupo já é difícil enfrentar os interesses econômicos. Tem de se organizar, mas não adianta só falar, é preciso agir, trabalhar muito, conhecer as leis", afirma.
Segundo a líder comunitária, o bairro Petrópolis sofreu significativas transformações com a chegada de grandes construtoras. "Rapidamente o bairro mudou, e mudou muito. Há ruas hoje que estão irreconhecíveis", enfatiza.
O movimento começou no final de 2002 e seguiu atuante até 2008. De acordo com Janete, a interferência de figuras políticas "minou" a intenção original do grupo. "Não éramos uma ONG, não tínhamos dinheiro para nada.
O movimento era espontâneo. Criamos um jornal para divulgar as iniciativas, realizamos passeios orientados pelo bairro. Mobilizamos as pessoas. É claro que é impossível fazer com que toda a comunidade se envolva, na medida em que as pessoas têm opiniões diferentes sobre a mesma questão. Mas conseguimos nos fazer ouvir", observa Janete, que falará no evento sobre a sua experiência frente ao Petrópolis Vive.
O arquiteto Glênio Boher, da prefeitura de Porto Alegre, também será um dos palestrantes. Ele abordará as ações do programa Viva o Centro, que tem como objetivo revitalizar a região central de Porto Alegre. De acordo com Boher, o projeto tem avançado satisfatoriamente, apesar das dificuldades de se realizar intervenções no Centro Histórico da cidade. "É um projeto urbano de muita complexidade. Com seis anos de trabalho, o balanço é positivo. Houve uma mudança da imagem da área central. Em 2005 a imagem era muito ruim, de abandono e insegurança. Hoje, com todas as ações realizadas, conseguimos mudar isso", diz.
Atualmente está sendo realizada a complementação das obras da Praça XV. A colocação de um chafariz no Largo Glênio Peres, em parceria com a Coca-Cola, também está em andamento, assim como a recuperação do Cine Imperial, na Rua dos Andradas, em frente à Praça da Alfândega.
Outro projeto que está avançando é o que prevê o retorno da circulação do bonde elétrico no Centro. "Estamos lançando, nessa semana ou na próxima, o edital para a contratação de empresa para fazer o Estudo de Viabilidade do bonde", diz o arquiteto. Conforme Boher, se tudo ocorrer "no melhor dos mundos", com o projeto executivo concluído no final de 2012, os porto-alegrenses poderão se deslocar de bonde no Centro da cidade já em 2014. "Temos recursos garantidos até o projeto executivo. Para a instalação do bonde ainda não temos. Mas, hoje em dia, tendo um bom projeto, não é tão complicado de se conseguir recursos", afirma.
Segundo Boher, a quantidade de atores envolvidos quando se realiza alguma intervenção na região central é uma das maiores dificuldades do trabalho. "Toda a ação no Centro implica muitos impactos. As obras são bastante complicadas, envolvem patrimônio histórico, há muitas redes subterrâneas também", diz.
Segundo o arquiteto, a revitalização completa de um bairro todo demanda muito tempo. "Há 40 anos o Centro vem decaindo. Precisamos desse tempo também para uma recuperação completa. O processo de mudança de um setor urbano como esse leva muito tempo. Queremos que a população se aproprie desse espaço, e se aproprie de forma articulada, com todas as classes sociais se fazendo presentes", conclui.
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