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comércio exterior

- Publicada em 18 de Maio de 2011 às 00:00

Argentina pede que Brasil libere os carros


Jornal do Comércio
O governo da Argentina voltou a pedir ao Brasil que libere os automóveis que estão parados na fronteira brasileira à espera de concessão de licença de importação, enquanto os dois países não chegam a um acordo. O pedido foi feito pela ministra de Indústria, Débora Giorgi, ao embaixador brasileiro em Buenos Aires, Enio Cordeiro, durante reunião de mais de duas horas, realizada ontem pela manhã. "A principal reivindicação é de que o lado brasileiro tenha um gesto de boa vontade e libere uma parte dos automóveis, mas consideramos que medidas de boa vontade devem ser recíprocas", disse o embaixador, deixando claro que o Brasil não pretende ceder.
O governo da Argentina voltou a pedir ao Brasil que libere os automóveis que estão parados na fronteira brasileira à espera de concessão de licença de importação, enquanto os dois países não chegam a um acordo. O pedido foi feito pela ministra de Indústria, Débora Giorgi, ao embaixador brasileiro em Buenos Aires, Enio Cordeiro, durante reunião de mais de duas horas, realizada ontem pela manhã. "A principal reivindicação é de que o lado brasileiro tenha um gesto de boa vontade e libere uma parte dos automóveis, mas consideramos que medidas de boa vontade devem ser recíprocas", disse o embaixador, deixando claro que o Brasil não pretende ceder.
"Eu mencionei à ministra que alguns setores requerem uma atenção imediata, como pneus, baterias e calçados", detalhou Cordeiro, afirmando que esses três setores foram enumerados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic). O embaixador saiu da reunião com o compromisso do secretário de Indústria, Eduardo Bianchi, de que a Argentina fará um levantamento sobre produtos brasileiros que foram afetados pelas barreiras argentinas. "Recebi indicação do Bianchi de que vão olhar como estão essas licenças", afirmou.
Os dois países dão sinais de que estão dispostos a ceder na briga e buscam estabelecer um diálogo. "Existe a melhor inclinação do lado brasileiro de buscar solução que satisfaça os dois lados, e percebi que, por parte da ministra argentina, também há preocupação em solucionar o problema", relatou o embaixador. Pelo lado argentino, a avaliação também foi positiva. "Tivemos um encontro muito positivo e tanto Argentina quanto Brasil vão privilegiar a relação de sócios estratégicos", disse Débora, após reunir-se com Cordeiro. Segundo ela, os dois secretários vão trabalhar em uma agenda de questões "pontuais e estruturais".
Cordeiro repetiu argumento do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, de que as barreiras contra os automóveis não são dirigidas à Argentina, mas reconheceu que a medida afeta o país, porque o maior volume de importação brasileira de automóveis é de origem argentina. No mesmo sentido, ocorre com as restrições argentinas que, segundo ele, não são direcionadas ao Brasil, mas produz impacto negativo na indústria brasileira porque incluem um quarto da pauta exportadora para o mercado vizinho. A orientação da presidente Dilma Rousseff seria para não rever a decisão brasileira.
Ontem Pimentel afirmou que a situação deverá estar normalizada dentro de duas ou três semanas. Ele disse que o diálogo nunca foi interrompido entre as autoridades dos dois países. "Nunca interrompemos o diálogo com a Argentina. Pelo contrário, temos excelentes relações, queremos mantê-las e resolver os problemas", acrescentou.
Ele reconhece que existem problemas sérios na relação comercial entre os dois países, mas nada que não possa ser superado. "Problemas existem mesmo entre países que têm um volume de comércio tão grande quanto o nosso com a Argentina", observou. "É normal, não tem nenhuma crise", completou.
Na próxima semana, negociadores dos governos da Argentina e do Brasil devem manter dois dias de reuniões para buscar uma solução para o conflito comercial entre os dois países, informou o Ministério de Indústria argentino. O encontro deve ser entre o secretário de Indústria da Argentina, Eduardo Bianchi, e o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Alessandro Teixeira.
"Ainda não foi acertado se o lugar do encontro será Buenos Aires ou Foz do Iguaçu, mas se estipulou que serão dois dias de trabalho", informou nota distribuída pelo Ministério de Indústria. No entanto, em entrevista após a reunião, Cordeiro não confirmou o encontro e disse que os dois governos estão tentando marcar uma data para abrir negociações na próxima semana. "Em princípio, sugerimos uma reunião entre os dois secretários, mas a Argentina quer um encontro mais amplo, da comissão de monitoramento do comércio, e existem dificuldades para fixar a data", informou o embaixador brasileiro.

País não aceita salvaguarda provisória contra a China

O governo negou pedido para iniciar uma investigação de salvaguarda transitória contra importações chinesas. A decisão foi publicada segunda-feira no Diário Oficial. No mesmo dia, os ministros do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, e de Relações Exteriores, Antonio Patriota, recebiam o ministro do Comércio da China, Chen Deming, em Brasília. A investigação contra a entrada de tecidos denim chineses (utilizados no jeans) foi solicitada em abril pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit). Outros três pedidos de salvaguarda transitória estão em análise.
A salvaguarda transitória é uma trégua contra importações que desorganizam o mercado, mas pode ser aplicada só contra a China. Os chineses aceitaram esse mecanismo quando entraram na Organização Mundial de Comércio (OMC), mas o consideram discriminatório e ameaçam retaliação àqueles que o adotem. "Não teve influência política. As evidências não demonstravam a desorganização do mercado, que é a base dos casos de salvaguarda", disse o diretor do Departamento de Defesa Comercial (Decom), do Ministério do Desenvolvimento, Felipe Hees.
Os dados mostram que, apesar do avanço das importações chinesas, os fabricantes de denim elevaram produção, vendas e lucratividade. Entre 2008 e 2010, a produção nacional do tecido aumentou 7,5%, as vendas da indústria local, 17,4%, e o lucro bruto das empresas, 7,9%. As importações de tecidos denim da China subiram 111,5% entre 2008 e 2010, muito acima da alta de 9% das compras totais. Ainda assim, as importações representavam só 3% do consumo. Segundo o diretor-superintendente da Abit, Fernando Pimentel, a entidade vai reanalisar o caso. "Nossa preocupação é antecipar os fatos. Os danos não estão claros hoje, mas estarão no futuro. Se o paciente estiver na UTI, pode ser tarde demais", diz.
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