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Líbia

- Publicada em 21 de Março de 2011 às 00:00

Míssil atinge prédio de Muamar Kadafi em Trípoli


PATRICK BAZ/AFP/JC
Jornal do Comércio
Um prédio administrativo de quatro andares integrante do complexo residencial do ditador da Líbia, Muamar Kadafi, localizado no bairro de Bab el Aziziya, foi atingido ontem por um míssil.  Horas antes, a Casa Branca afirmou que o regime líbio violou um novo cessar-fogo logo após anunciá-lo.
Um prédio administrativo de quatro andares integrante do complexo residencial do ditador da Líbia, Muamar Kadafi, localizado no bairro de Bab el Aziziya, foi atingido ontem por um míssil.  Horas antes, a Casa Branca afirmou que o regime líbio violou um novo cessar-fogo logo após anunciá-lo.
O prédio, situado a cerca de 50 metros da tenda onde Kadafi geralmente recebe seus convidados importantes na capital, Trípoli, tem agora dois grandes buracos, segundo o correspondente da CNN que foi convidado por autoridades para ver os estragos. 
Jornalistas da agência AFP e testemunhas ouvidas pela Reuters confirmaram os disparos e uma forte explosão na capital. De acordo com o jornal The Guardian, a Real Força Aérea britânica (RAF, na sigla em inglês) está executando os ataques mais recentes contra Kadafi. Em entrevista nos EUA, o porta-voz do Pentágono, almirante Bill Gortney, disse que os bombardeios dos últimos dois dias foram bastante efetivos, mas negou que a residência de Kadafi fosse um alvo.
No meio da tarde, baterias antiaéreas também foram ouvidas em Trípoli. Logo depois, o  governo declarou que uma trégua entraria em vigor. “As Forças Armadas emitiram uma ordem para todas as unidades militares respeitarem um cessar-fogo imediato”, disse o porta-voz Ibrahim Moussa.
O Pentágono, no entanto, minimizou o armistício. “Questionamos qualquer declaração vinda de Kadafi, inclusive de cessar-fogo”, disse o almirante Gortney. É a terceira trégua anunciada pelas forças do ditador desde a aprovação da resolução 1973 do Conselho de Segurança das Nações Unidas. As duas primeiras não foram cumpridas.
Em discurso transmitido pela TV, mais cedo, Kadafi disse que “não iria recuar”. Na véspera, o governo líbio já havia dito que estava obedecendo à trégua imposta na quinta-feira pelo Conselho de Segurança da ONU. No entanto, vários relatos desmentiram a versão do ditador, dando conta de que as forças pró-Kadafi continuavam atacando os rebeldes que tentam derrubar o governo.
Ao menos 19 aviões norte-americanos, entre eles três bombardeiros B2, atacaram alvos na Líbia ontem, afirmou Kenneth Fidler, um porta-voz do Comando dos Estados Unidos na África (Africom) em Stuttgart, Alemanha. As operações francesas também continuavam, segundo uma fonte militar.
O secretário-geral da Liga Árabe, o egípcio Amr Mussa, criticou os bombardeios da coalizão internacional contra a Líbia, considerando que se afastam do “objetivo de impor uma zona de exclusão aérea”. A resolução da ONU exige o fim dos ataques contra civis, impõe a zona de exclusão e permite ataques para que as tropas pró-Kadafi cessem a repressão, que deixou centenas de mortos e levou em torno de 300 mil pessoas a fugir do país desde 15 de fevereiro.
Kadafi prometeu uma “longa guerra” contra a força internacional. Militares dos EUA informaram que 112 mísseis Tomahawk foram disparados contra mais de 20 alvos. A televisão estatal informou que 48 pessoas foram mortas e 150 ficaram feridas no bombardeios. O número foi confirmado mais tarde pela chancelaria da Rússia. A televisão líbia afirma que muitas crianças estão entre os mortos e feridos, mas não deu mais detalhes.
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