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Coluna

- Publicada em 18 de Fevereiro de 2011 às 00:00

A infância e o cotidiano pelo mestre Carlos Drummond de Andrade


Jornal do Comércio
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) foi um dos maiores poetas, escritores e jornalistas brasileiros. Deveria ter recebido o prêmio Nobel de Literatura. O poder ultrajovem, coletânea de mais de 70 textos em prosa e verso, publicada pela primeira vez em 1972, revela o olhar arguto, leve, terno, crítico, sensível e lírico de Drummond sobre os fatos corriqueiros do cotidiano, que ganham novos contornos e dimensões. O livro acaba de ser lançado em vigésima-primeira edição e, apesar de terem sido publicados na imprensa há mais de 40 anos, os textos mostram surpreendente atualidade, a começar pela crônica-título O poder ultrajovem, que prenunciou a verdadeira ditadura infantil que anda por aí. Fascinado por temas ligados à infância, especialmente pela saudade da infância perdida e pelas lembranças de Itabira, sua terra natal em Minas Gerais, o poeta aproveitou a inspiração para deixar páginas memoráveis a respeito. A maravilhosa seleção da Copa do Mundo de 1970, que tinha Pelé, Gerson, Rivelino, Carlos Alberto e Jairzinho, o gol mil de Pelé, as mortes de poetas como Manuel Bandeira e Cecília Meireles e outros acontecimentos estão na obra. Drummond colaborou com jornais durante 64 anos e tornou-se uma referência. As grandes transformações ocorridas no Rio de Janeiro e em outras grandes cidades foram observadas com argúcia por Drummond e estão na crônica Adeus, Elixir de Nogueira , famoso “depurativo do sangue “para sifilíticos, relembrado pelo poeta quando da demolição do prédio da rua da Glória, onde um cartaz anunciava o poderoso tônico que, diga-se, foi criado por um farmacêutico gaúcho. No prefácio, Carlos Herculano Lopes fala da magia e do encantamento dos textos e escreveu: se a função do cronista, do poeta e de todos que se dedicam à arte de narrar é tentar registrar as coisas de seu tempo por meio de palavras, para que as gerações futuras possam saber como era a vida de um povo em determinada época e lugar, isso foi plenamente alcançado por Carlos Drummond de Andrade. Enfim, O poder ultrajovem mostra como a crônica se tornou, em especial no Brasil, um verdadeiro e autônomo gênero jornalístico-literário e como pode estar viva depois de décadas, se bem escrita. Record, 288 páginas, R$ 42.90, [email protected].
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) foi um dos maiores poetas, escritores e jornalistas brasileiros. Deveria ter recebido o prêmio Nobel de Literatura. O poder ultrajovem, coletânea de mais de 70 textos em prosa e verso, publicada pela primeira vez em 1972, revela o olhar arguto, leve, terno, crítico, sensível e lírico de Drummond sobre os fatos corriqueiros do cotidiano, que ganham novos contornos e dimensões. O livro acaba de ser lançado em vigésima-primeira edição e, apesar de terem sido publicados na imprensa há mais de 40 anos, os textos mostram surpreendente atualidade, a começar pela crônica-título O poder ultrajovem, que prenunciou a verdadeira ditadura infantil que anda por aí. Fascinado por temas ligados à infância, especialmente pela saudade da infância perdida e pelas lembranças de Itabira, sua terra natal em Minas Gerais, o poeta aproveitou a inspiração para deixar páginas memoráveis a respeito. A maravilhosa seleção da Copa do Mundo de 1970, que tinha Pelé, Gerson, Rivelino, Carlos Alberto e Jairzinho, o gol mil de Pelé, as mortes de poetas como Manuel Bandeira e Cecília Meireles e outros acontecimentos estão na obra. Drummond colaborou com jornais durante 64 anos e tornou-se uma referência. As grandes transformações ocorridas no Rio de Janeiro e em outras grandes cidades foram observadas com argúcia por Drummond e estão na crônica Adeus, Elixir de Nogueira , famoso “depurativo do sangue “para sifilíticos, relembrado pelo poeta quando da demolição do prédio da rua da Glória, onde um cartaz anunciava o poderoso tônico que, diga-se, foi criado por um farmacêutico gaúcho. No prefácio, Carlos Herculano Lopes fala da magia e do encantamento dos textos e escreveu: se a função do cronista, do poeta e de todos que se dedicam à arte de narrar é tentar registrar as coisas de seu tempo por meio de palavras, para que as gerações futuras possam saber como era a vida de um povo em determinada época e lugar, isso foi plenamente alcançado por Carlos Drummond de Andrade. Enfim, O poder ultrajovem mostra como a crônica se tornou, em especial no Brasil, um verdadeiro e autônomo gênero jornalístico-literário e como pode estar viva depois de décadas, se bem escrita. Record, 288 páginas, R$ 42.90, [email protected].

E palavras...

Construções gastronômicas
O belo e ilustrado livro Construtores Engenheiros Chefs, organizado por Carlos Alberto Pippi da Motta, em cuidadosa edição encadernada, em papel cuchê 230 com sobrecapa, traz textos do organizador, de Antônio Cléo de Almeida, uma síntese da história da gastronomia, receitas de alta gastronomia de Claude Troisgrois, Carlos Kristensen, Cláudio Solano, Diego Andino, Edevaldo Nunes, Floriano Spiess, Jorge Aiza, Lúcio Moraes, Marcelo Gonçalves e Philippe Remondeau, entre outros, e receitas de Pippi, Cléo e dos integrantes da Confraria da Construção Civil que, desde 2001, se reúne mensalmente para conversar, construir sabores e amizades, cozinhar, beber e comer, entre outras coisas, não necessariamente nesta ordem. Jorge de Jesus, Abrahão Duquia Filho, Ademir Cardoso, Carlos Alberto Aita, Dante Arioli, Emir Parisotto, Hélvio Pompeu Madeira, José Carlos Cervieri, Péricles Pretto Corrêa, José Cláudio Volpe, Milton Melnick, Ricardo Sessegolo, Joaquim Haas e Mario Pocztaruk, entre muitos outros engenheiros, arquitetos, fornecedores, corretores e advogados revelaram, com gosto e generosidade, suas receitas, que estão acompanhadas das fotos em cores dos pratos e dos confrades. Dá vontade até de comer as ilustrações dos pratos elaborados com lagosta, pato, cordeiro, vieira, bacalhau, siri, haddock, camarões, conchiglioni, javali, charque, codorna, macaron, perdiz e  avestruz. Ah! Tem até uma receita de filé à parmegiana e outra de almôndegas recheadas com cebola caramelada. Este já é o terceiro livro da confraria que, diante do retrospecto e das caras de guri dos integrantes (sem photoshop?), vai nos dar ainda muitas obras e prazeres. Quem disse que os senhores da construção só sabem construir com tijolos, cimento, areia, pedras, ferro, alumínio, aço, madeira e tintas?  Homenageando a gastronomia de Porto Alegre, na pessoa de alguns de seus principais chefs  e apresentando  receitas que  não são tão rústicas como está dito na orelha (são, pelo menos, rústico-chique), os confrades nos deram mais esse gostoso presente. Obrigado! Saúde! Bom apetite! Buon appetito a tutti! Grazie e altrettanto! Confraria de Construção, 172 páginas, telefone (51) 9963-5205.

Lançamentos

Dicionário Português Talian -Dissionário Portoghese Talian, concepção, produção e  organização de  Darcy Loss Luzzatto, com apresentação do Frei Rovílio Costa, traz milhares e milhares de verbetes da língua que mistura português com vários dialetos italianos e que marca a presença centenária dos imigrantes italianos no Estado.  Corag, telefone (51) 3288-761.
Os outros - Narrativa Argentina Contemporânea, com organização e prefácio do escritor e psicanalista argentino Luis Gusmán, traz textos de 27 escritores, alguns já consagrados e publicados no Brasil e outros não. É um mapa da produção argentina atual, sem os famosos do boom dos anos 1960. Iluminuras, 288 páginas, www.iluminuras.com.br.
Faça como Warren Buffett - Descubra os princípios de gestão do maior investidor do mundo, de Mary Buffett e David Clark, fala dos segredos administrativos mais importantes do megainvestidor: escolha  da empresa e das oportunidades, como delegar, como montar uma equipe e manter a motivação e como superar desafios.Lua de Papel, 110 páginas, www.leya.com.
Postais do Rio Grande do Sul - Um olhar sobre o Estado com a razão e a emoção dos gaúchos, da DCS Comunicações, resultou de uma grande pesquisa destinada a traçar o perfil dos gaúchos. Foram feitas 1200 entrevistas em vinte cidades sobre hábitos e preferências. A ideia foi fornecer informação legítima, nova, diferente e relevante. DCS, 118 páginas, telefone (51) 2123-4718.

E versos

Sortilégio
Não perdi a piedade.
Nem este amor ao homem,
por saber que a agonia
não tem nome.
E tive Teu amor,
ó Deus, tua amizade
e a mulher que me deste
e esta humana idade
que me leva no verso.
E tive o amor dos cães,
tive o universo.
Carlos Nejar em Os viventes, Leya , www.leya.com.
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