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AGRONEGÓCIOS

- Publicada em 14 de Fevereiro de 2011 às 00:00

Produtores gaúchos batem recorde no uso de adubos


Claudio Fachel/JC
Jornal do Comércio
Os agricultores gaúchos bateram novo recorde em termos de uso de fertilizantes para a safra 2010/2011, com o consumo de 3,101 milhões de toneladas. Os dados foram repassados recentemente pelo Sindicato da Indústria de Adubos do Rio Grande do Sul (Siargs), que apontou ainda que o recorde anterior havia sido registrado em 2009, quando as entregas totalizaram a 2,872 milhões de toneladas. Conforme o presidente do sindicato, Torvaldo Marzolla Filho, o volume entregue pelas indústrias em 2010 representa um incremento de 12,6% na comparação com o ano anterior. O consumo nacional do produto foi de 24,516 milhões de toneladas, contra 22,400 milhões de toneladas em 2009.
Os agricultores gaúchos bateram novo recorde em termos de uso de fertilizantes para a safra 2010/2011, com o consumo de 3,101 milhões de toneladas. Os dados foram repassados recentemente pelo Sindicato da Indústria de Adubos do Rio Grande do Sul (Siargs), que apontou ainda que o recorde anterior havia sido registrado em 2009, quando as entregas totalizaram a 2,872 milhões de toneladas. Conforme o presidente do sindicato, Torvaldo Marzolla Filho, o volume entregue pelas indústrias em 2010 representa um incremento de 12,6% na comparação com o ano anterior. O consumo nacional do produto foi de 24,516 milhões de toneladas, contra 22,400 milhões de toneladas em 2009.
O dirigente aponta vários fatores que teriam colaborado para o aumento da procura por fertilizantes no Rio Grande do Sul, como os preços favoráveis das commodities. Além disso, a necessidade de produção de alimentos já começa a ter reflexo nas lavouras brasileiras. Um estudo da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) prevê que em 2050 será necessária uma produção 40% a mais de grãos no mundo para alimentar 10 bilhões de pessoas. E até lá o número de proteínas ingeridas per capita vai aumentar. A disponibilidade de alimentos terá de passar das 2.725 Kcal/pessoa/dia atuais para 3.130 Kcal/pessoa/dia em 2050. “Isto exigirá a aplicação intensiva de tecnologia na produção agrícola, incluindo procedimentos como análise de solo, correção de acidez e uso de sementes certificadas, adubos e defensivos”, resume.
Um outro fator para o Rio Grande do Sul ter aumentado o consumo se refere ao fenômeno climático La Niña, que tem causado estiagem no Estado. “Os produtores entenderam que deveriam ampliar o uso de fertilizantes para ter plantas mais resistentes para sobreviver à seca. O produtor está preocupado em investir em tecnologia a campo”, afirma o presidente.
O assessor econômico da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro), Tarcísio Minetto, confirma o incremento no uso de fertilizantes por parte dos produtores e diz que os preços valorizados das commodities pode ter impulsionado as compras. “Para soja, o adubo ficou no mesmo preço se comparado com 2009, e com a expectativa de preço melhor nos grãos, o produtor resolveu investir.” Na oleaginosa, o fertilizante representa 17% a 18% nos custos de produção. No caso do milho, o produto subiu um pouco, cerca de 8%, mas também teve boas compras pelos produtores.
“Quando o preço é favorável, o produtor usa o máximo possível para ter uma boa resposta em produtividade.” Cerca de 19% dos custos de produção do milho são referentes ao uso de fertilizantes. No caso do trigo, 22% do custo de produção é o peso dos adubos.

Brasil corre atrás da autossuficiência

Uma série de iniciativas tem sido desenvolvida em busca de maior autossuficiência do Brasil na produção de fertilizantes. O presidente do Siargs, Torvaldo Marzolla Filho, destaca algumas iniciativas que, a longo prazo, devem colaborar para essa meta, diminuindo a dependência das importações. “Temos um bom caminho pela frente, mas a Vale nos animou com o anúncio do investimento de R$ 12 bilhões na produção de matéria-prima para fertilizantes como potássio e fósforo.”
O dirigente explica que o processo leva tempo, pois não se consegue ter uma mina operando em menos de cinco anos. No caso do potássio, o Brasil conta com uma mina em Sergipe, desenvolvida pela Vale, que consegue tirar 600 mil toneladas ao ano. No entanto, a dependência é de 6 milhões de toneladas ao ano só para o potássio.
Além disso, existe um estudo desenvolvido pelo Ministério da Agricultura que detectou potássio na Amazônia e também na faixa litorânea, saindo de Sergipe e indo até o Espírito Santo. “São novas jazidas a serem prospectadas. A Vale também comprou a Rio Tinto na Argentina, mina de potássio para produzir 2,5 milhões de toneladas ao ano”, complementa.
O Ministério da Agricultura (Mapa) tem muitos projetos com iniciativas de transformação de ossos de bovinos para abate em fosfato. Uma iniciativa da empresa Ilsa tem transformado couro animal em nitrogênio, que já é vendido na Itália e Estados Unidos e que aguarda a chancela do Mapa para ser comercializado no Brasil. “É a única empresa a sintetizar nitrogênio no Rio Grande do Sul”, ressalta o dirigente.
O Brasil tem hoje 98% do potássio, 55% do fósforo e 75% do nitrogênio trazidos do exterior. No Rio Grande do Sul, essa dependência chega a 100% nos três componentes da fórmula dos fertilizantes. Sobre a possibilidade de baixar os preços do produto com a produção interna, Torvaldo acredita ser pouco possível muita redução pela tendência de continuar praticando os preços com base no mercado externo. “Vide a Petrobras, que produz num preço e vende num valor internacional, deve ficar com a regra internacional.”

Exportações do setor primário ultrapassam R$ 5 bilhões em janeiro

As exportações do agronegócio brasileiro somaram US$ 5,1 bilhões em janeiro, 26,3% a mais que o registrado em janeiro de 2010. De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, o resultado é o melhor para o mês desde 1989, quando teve início a série histórica. O saldo da balança comercial do setor (exportações menos importações) foi de US$ 3,9 bilhões, cerca de US$ 800 milhões a mais que em janeiro do ano passado.
A balança comercial do País em janeiro, divulgada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), registrou exportações de US$ 15,215 bilhões e saldo de US$ 424 milhões. Assim, as exportações do agronegócio representaram 33,8% dos embarques no primeiro mês de 2011.
Os produtos que se destacaram pelo aumento das exportações foram complexo soja, café, carnes, cereais, farinhas e preparações, sucos de frutas e produtos florestais. Aproveitando as boas cotações internacionais dos alimentos, o complexo soja, que inclui óleo, farelo e grão, teve o maior aumento em valor (89,3%) e volume (67,7%) exportados em janeiro. As vendas do produto para o exterior renderam US$ 598,6 milhões.
Os embarques de café também tiveram crescimento expressivo, de 23,9% em quantidade e de 65,9% em valor, alcançando US$ 595,4 milhões. As exportações de carnes aumentaram 19,7% em valor (US$ 1,03 bilhão) e 9,3% em volume. O aumento dos preços internacionais da proteína animal contribuíram para esse faturamento, já que a quantidade embarcada foi menor para carnes bovinas (-22%) e suínas (-10,9%). O destaque foi a carne de frango, com crescimento de 27,8% em quantidade e 50,2% em valor.
As exportações do agronegócio brasileiro nos últimos 12 meses terminados em janeiro somam US$ 77,5 bilhões, outro recorde. De fevereiro de 2010 a janeiro de 2011, as exportações cresceram 19,8% na comparação com o período de fevereiro de 2009 a janeiro de 2010, quando a receita fechou em US$ 64,7 bilhões.
O Ministério da Agricultura informou que os países em desenvolvimento são os que mais ampliaram as importações de produtos do agronegócio brasileiro. Entre os principais compradores estão China, que quase dobrou as compras de alimentos do Brasil (aumento de 94,3%), Argélia (126,7%), Marrocos (108%), Espanha (84,3%), Egito (83,6%), França (46,5%), Rússia (44,9%), Itália (42,2%) e Bélgica (40,9%).
As exportações do setor para a China, principal parceiro comercial do Brasil, passaram de US$ 8,8 bilhões para US$ 11,1 bilhões nos últimos 12 meses, um aumento de 25,5%. A participação do país asiático nas compras do agronegócio nacional é de 14%.
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