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Câmara de Porto Alegre

- Publicada em 04 de Janeiro de 2011 às 00:00

Sofia Cavedon promete aumentar participação popular


ELSON SEMPÉ PEDROSO/CMPA/JC
Jornal do Comércio
A vereadora Sofia Cavedon (PT) assumiu ontem à tarde a cadeira de Nelcir Tessaro (PTB) na presidência da Câmara Municipal de Porto Alegre e ficará no cargo ao longo de 2011. Durante seu discurso, a nova presidente da Casa declarou que pretende aumentar a participação dos cidadãos no Legislativo da Capital, além de dialogar mais com a prefeitura. "Vamos trabalhar com as informações da população, que nos diz o que está acontecendo na cidade."
A vereadora Sofia Cavedon (PT) assumiu ontem à tarde a cadeira de Nelcir Tessaro (PTB) na presidência da Câmara Municipal de Porto Alegre e ficará no cargo ao longo de 2011. Durante seu discurso, a nova presidente da Casa declarou que pretende aumentar a participação dos cidadãos no Legislativo da Capital, além de dialogar mais com a prefeitura. "Vamos trabalhar com as informações da população, que nos diz o que está acontecendo na cidade."
A nova presidente da Câmara elegeu cinco pontos prioritários para sua gestão: habitação, saúde, infância e adolescência, direito à cidadania e diversidade. Segundo ela, são temas que perpassam os principais problemas da população e que, apesar de estarem há muitas legislaturas na pauta, ainda não foram resolvidos.
Em discurso afinado com o do prefeito José Fortunati (PDT) - que falou durante sua breve manifestação sobre a necessidade de incrementar os serviços da prefeitura aos moradores -, Sofia disse que tentará "fazer combinações com o governo municipal".
"Queremos um salto no sentido de trazer soluções para a cidade", informou. "Vamos priorizar a posição mediadora entre o Executivo e a população, através da fiscalização."
Fortunati confirmou, em seu discurso, que sai hoje de férias e salientou que Sofia será uma grande substituta para a cidade. "O PT é oposição, mas as pessoas não podem olhar para a presidência da Câmara como uma relação meramente partidária", salientou.
O pedetista também demonstrou interesse em usar o período em que Sofia ficará na prefeitura para aproximar o PDT do PT, maior bancada de oposição na Câmara. "É possível uma maior aproximação com o PT, mas, claro, respeitando, sem passar por cima da oposição."
Sofia toma posse na prefeitura hoje, às 15h, em cerimônia no paço municipal e passa o comando do Legislativo para o vereador DJ Cassiá (PTB). A petista fica na chefia do Executivo por 10 dias, período das férias de Fortunati.
Além do afago do prefeito, Sofia recebeu ontem o apoio de movimentos sociais, como o Fórum de Entidades, e alguns sindicatos - Sindisaúde, Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) e Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers).
Uma das lideranças petistas que prestigiou a posse de Dilma, o presidente do PT gaúcho, deputado estadual Raul Pont, comemorou o bom momento do partido no Estado.
Além de ter assumido o Piratini com o governador Tarso Genro, a sigla emplacou no mesmo ano a presidência da Câmara de Porto Alegre e da Assembelia Legislativa - com o deputado estadual Adão Villaverde (PT), que será empossado em 31 de janeiro.
"É a expressão do crescimento e da consolidação do partido nacionalmente e no Rio Grande do Sul", avaliou. Pont lembrou que o partido já teve dificuldades de negociar espaços nas mesas diretoras e diz que considera o atual cenário mais democrático.
"Fico feliz que os partidos tenham se convencido de que o rodízio e o respeito à proporcionalidade é a forma mais democrática de garantir que todas as forças políticas sejam respeitadas", ressaltou.

Desafio é realizar concurso público, diz Nelcir Tessaro

O ex-presidente da Câmara Municipal vereador Nelcir Tessaro (PTB) ressaltou em discurso que antecedeu o de Sofia Cavedon (PT) que o desafio da próxima gestão na presidência é a realização de concurso público. "Nosso repasse diminuiu 0,5 ponto percentual e deixamos de realizar concurso público. Sabemos ser o maior pleito dos servidores", apontou.
Tessaro disse que o maior êxito de sua gestão, ao longo de 2010, foi a manutenção das ações efetuadas nas gestões dos vereadores Maria Celeste (PT), presidente em 2007, e Sebastião Melo (PMDB), presidente em 2008 e 2009, que devolveram parte do repasse da prefeitura e iniciaram as reformas administrativas e estruturais no Legislativo.
"Assumimos um grande compromisso que era a continuidade dos mandatos de Celeste e Melo, para que as reformas continuassem sendo executadas." O vereador do PTB listou a restauração do plenário Otávio Rocha, a construção de novos espaços para os setores de taquigrafia, rádio, imprensa e som, a reforma dos dois restaurantes e a transformação do plenário Ana Terra em auditório, que deve ser formalizada em projeto de lei a ser votado na volta do recesso, em fevereiro. Tessaro também destacou o projeto que mais defendeu durante sua gestão, o Câmara Itinerante, que levava a estrutura de uma sessão para as 17 regiões do Orçamento Participativo (OP).
"Fizemos com que o Legislativo saísse desse espaço para que a distância com a comunidade se encurtasse", avaliou. Apesar das resistências de alguns vereadores ao projeto, a nova presidente da Casa já garantiu a Tessaro que dará continuidade à proposta.
Tessaro, que é natural da cidade de Lages (SC), ainda agradeceu ao senador Sergio Zambiasi (PTB), seu mentor político, pelos conselhos e pelo convite para o ingresso na política.

Líderes da base pedem manutenção de diálogo entre os partidos

Parte da base de sustentação do prefeito José Fortunati (PDT) vê com receio a posse de Sofia Cavedon (PT) da presidência da Câmara Municipal de Porto Alegre. Lideranças dos partidos aliados temem que Sofia utilize o cargo a favor da oposição, como no caso da CPI da Saúde, em que a petista deverá analisar se aceita o requerimento de autoria do vereador Pedro Ruas (P-Sol).
O líder do PTB, vereador Nilo Santos, tem expectativa de que Sofia mantenha o diálogo permanente com todas as bancadas antes de executar suas ações na presidência. "Esperamos que ela mantenha o diálogo com todos os partidos e honre os acordos feitos com a antiga presidência", aponta.
O vereador João Carlos Neldel (PP), um crítico costumeiro da vereadora petista, relata que conversou com a presidente do Legislativo antes da posse e reivindicou respeito aos partidos da base. "Tenho esperança de que ela mantenha a liturgia do cargo. Dê atenção às bancadas e mantenha a promessa que fez de ser democrática", afirmou.

Votação do Instituto da Saúde deve ficar para fevereiro

Deu resultado a pressão das entidades do setor da saúde para que o projeto que cria o Instituto Municipal da Saúde, para gerenciar os recursos federais da Estratégia Saúde da Família (ESF) - antigo Programa Saúde da Família (PSF) - fosse votado em regime de urgência na Câmara Municipal de Porto Alegre.
Ontem, na cerimônia de posse da nova presidente da Câmara, Sofia Cavedon (PT), o prefeito José Fortunati (PDT) admitiu que não há clima no Legislativo para que o projeto de autoria do Executivo seja apreciado, mas lamentou a resistência dos vereadores para com a proposta. "Acredito que a votação será em fevereiro e quem perde com essa demora na votação é a população, pois o projeto aumentaria o número de postos e de pessoas atendidas", reclamou.
À tarde, o líder do governo, vereador João Dib (PP), também lamentou a decisão forçada pelas manifestações contrárias ao projeto. "Houve muito discurso", criticou.

Futuro da CPI da Saúde ainda segue indefinido

Apesar de a vereadora Sofia Cavedon (PT) ter admitido mais uma vez ontem, que será favorável à instalação da CPI da Saúde, o futuro da CPI da Saúde segue incerto. Na quinta-feira da semana passada, o presidente da CCJ, vereador Pedro Ruas (P-Sol), devolveu o requerimento à presidência que deve se manifestar sobre o tema. Sofia diz que só deve se manifestar em fevereiro, com o fim do recesso parlamentar. "Ainda não tenho posição formal como presidente, mas a posição política é de que acompanharei a Procuradoria da Casa", adianta.
A oposição aposta todas as fichas que Sofia manterá a disposição de instalar a comissão, enquanto a base e o próprio prefeito José Fortunati (PDT) esperam que a nova presidente da Câmara recue na decisão. A situação de Sofia deve ficar mais delicada após assumir a prefeitura.
Ontem, durante a sessão extraordinária, convocada após a cerimônia de posse, o tema voltou à pauta. O líder do governo, João Dib (PP), defendeu que a CPI da Saúde foi encerrada porque teve início no ano passado e os vereadores deveriam ter votado pela continuidade dos trabalhos ainda no ano passado para que a comissão pudesse ser validade neste ano. "Houve muitos discursos, mas não existiu CPI. E agora não vamos discutir nem assinatura de Neuza Canabarro (PT) nem de outros", sustentou, aludindo à discussão sobre a validade do requerimento, que está suspensa por conta da assinatura da suplente Neuza Canabarro.
O autor do requerimento da CPI da Saúde, vereador Pedro Ruas (P-Sol), contestou a informação de Dib. "Nunca esteve instalada a CPI, o que houve e continua existindo é o requerimento, que já foi entregue à presidência da Casa", afirmou.
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