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Profissão

- Publicada em 15 de Dezembro de 2010 às 00:00

Encontro na Malásia define novos rumos para a contabilidade mundial


CLAUDIO FACHEL/JC
Jornal do Comércio
Criar e manter valor na Contabilidade é um desafio que envolve a partilha e troca de ideias sobre as mais recentes tendências comerciais e econômicas globais. Além disso, a discussão das atualizações sobre as novas normas internacionais, o desenvolvimento de novos conhecimentos e o reforço da competitividade nas questões relacionadas ao crescimento são itens de relevância para os rumos da profissão contábil. Os temas foram debatidos no Congresso Mundial de Contabilidade (WCOA), que aconteceu em novembro no centro de Convenções de Kuala Lumpur, na Malásia.  O contador Paulo Ricardo Pinto Alaniz, sócio-diretor de auditoria da BDO de Porto Alegre, esteve lá e compartilha com os leitores do JC Contabilidade alguns aspectos debatidos no evento.
Criar e manter valor na Contabilidade é um desafio que envolve a partilha e troca de ideias sobre as mais recentes tendências comerciais e econômicas globais. Além disso, a discussão das atualizações sobre as novas normas internacionais, o desenvolvimento de novos conhecimentos e o reforço da competitividade nas questões relacionadas ao crescimento são itens de relevância para os rumos da profissão contábil. Os temas foram debatidos no Congresso Mundial de Contabilidade (WCOA), que aconteceu em novembro no centro de Convenções de Kuala Lumpur, na Malásia.  O contador Paulo Ricardo Pinto Alaniz, sócio-diretor de auditoria da BDO de Porto Alegre, esteve lá e compartilha com os leitores do JC Contabilidade alguns aspectos debatidos no evento.
JC Contabilidade - Quais as principais reflexões que ficaram a partir dos debates do Congresso Mundial de Contabilidade?
Paulo Ricardo Pinto Alaniz - A crise financeira mundial ocorrida em 2008/2009 criou novas e antigas preocupações em relação à importância e ao papel de informações financeiras para análise de negócios. Na análise dos fatos ocorridos na última crise financeira mundial, destacam-se os aspectos de que não foi possível “parar” a crise e não foi feito “alerta” sobre o que poderia acontecer. Em decorrência desses fatos a consequência foi a perda de confiabilidade nas informações financeiras divulgadas. O tema central dos assuntos tratados no congresso é a sustentabilidade como imperativo global. Nesse sentido, foi estabelecida ênfase em relação à veracidade das informações divulgadas. A discussão foi centrada no fato de que a verdade produz demonstrações financeiras de qualidade.
Contabilidade – Que desafios foram comentados como unanimidade no cenário contábil mundial?
Alaniz – Ficaram evidentes as dificuldades de criar indicadores de bases financeiras que possam ser comuns a todas as empresas. A principal preocupação é de que não sejam criadas fantasias e sim demonstrada a realidade dos negócios.
Contabilidade – Em muitos países, a crise financeira ainda deixa marcas. Quais as estratégias para superar completamente a crise?
Alaniz - De acordo com as estimativas na China, acredita-se que após a crise financeira de 2007 a 2009, um novo ciclo de desenvolvimento econômico é esperado. Para enfrentar essa nova fase existem alguns aspectos que devem ser atendidos, dentre os quais foi destacada a necessidade de estruturar um sistema de criação de valor de forma sustentada, considerando duas bases que precisam estar solidificadas, sendo a criação de lideranças com capacidade de relacionamento no mundo globalizado e o desenvolvimento de investidores. Por último, na expectativa do que virá nos próximos anos é possível fazer algumas indagações, tendo em vista que um período de 20 anos é um longo e um curto período, por mais paradoxal que isso possa ser. Em 1990, Nelson Mandela foi libertado e representou o símbolo da liberdade na África do Sul. Margareth Thatcher concluiu suas reformas, com ênfase nas privatizações no Reino Unido. Tim Bernes-Lee publicou a proposta da versão 3.0 do Windows e o mundo tinha 5,3 bilhões de pessoas. Em 2010 somos 6,8 bilhões de pessoas e em 2050 poderemos ser 9,0 bilhões, o que nos traz algumas reflexões sobre o mundo atual.
Contabilidade - Diante deste cenário de transformações a partir da economia, quais são os principais pontos de reflexão?
Alaniz - O primeiro ponto é a distribuição do poder global. O primeiro bloco de países reunidos para traçar os destinos mundiais foi composto pelos cinco países mais industrializados do mundo na época, que incluía França, Alemanha, Japão, Reino Unido e Estados Unidos. Esse grupo foi ampliado para o G-11 – com a inclusão da Bélgica, Canadá, Itália, Holanda, Suíça, Suécia. A partir de 2009, após crise financeira admite-se que esse grupo deve ser ampliado para a formação do G-20, incluindo os países em desenvolvimento, conhecidos como os Brics – Brasil, Rússia, Índia e China. Essa nova composição de interesses é que deverá estabelecer as diretrizes mundiais no desenvolvimento econômico. O cuidado com os recursos necessários é outro aspecto. Nos últimos anos o petróleo foi a commodity mais importante. O que se pode presumir é que alimentos, minerais preciosos e principalmente água serão os recursos mais desejados e escassos. Estabelecer premissas de uso sustentável desses recursos é uma das tarefas do G-20. O mercado de capitais no futuro é outro ponto, pois a globalização será diferenciada por regiões. Facilidade na movimentação de capitais globais e adoção de práticas padronizadas para possibilitar a comunicação e o entendimento dos relatórios financeiros que buscam demonstrar a criação de valores num mundo sem fronteiras.
Contabilidade - De que forma a questão da governança e do ambiente corporativo está atrelada aos desafios contábeis?
Alaniz – Esses são outros pontos de reflexão: o ecossistema corporativo e a governança e governos. No primeiro, as pequenas e médias empresas serão multinacionais do futuro especialistas em resolver problemas locais e conectadas com o mundo global. A responsabilidade pelo uso dos recursos escassos do ecossistema é global e a continuidade de sua destruição em favor do desenvolvimento econômico local será uma atitude condenada por todos. No caso da governança e governos, a ênfase é em facilitar a privatização de funções (indústrias/serviços) e atuar no policiamento do sistema. Os governos devem cada vez mais se afastar das atividades de indústria e de serviços em que o mercado privado deve desenvolver as soluções. De outra parte, a atividade de fiscalização, monitoramento e  aplicação de sanções deve ser executada pelos governos.
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