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Comportamento

- Publicada em 13 de Setembro de 2010 às 00:00

Número de suicídios no Rio Grande do Sul é preocupante


CLAUDIO FACHEL/JC
Jornal do Comércio
Uma liderança que não é o desejo de nenhum Estado. O maior índice de suicídios em todo o País pertence ao Rio Grande do Sul. Em virtude do aumento mundial dos números, a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu o 10 de setembro como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Preocupado com a epidemia que vem se alastrando pelo Estado, o Hospital Mãe de Deus realizou, na sexta-feira passada, um encontro para orientar e capacitar profissionais da mídia e da saúde.
Uma liderança que não é o desejo de nenhum Estado. O maior índice de suicídios em todo o País pertence ao Rio Grande do Sul. Em virtude do aumento mundial dos números, a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu o 10 de setembro como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Preocupado com a epidemia que vem se alastrando pelo Estado, o Hospital Mãe de Deus realizou, na sexta-feira passada, um encontro para orientar e capacitar profissionais da mídia e da saúde.
No centro do debate, a doutora em psicologia clínica da Pucrs Blanca Werlang destacou a forma como os meios de comunicação devem abordar um tema tão delicado. Para debater maneiras de trabalhar na redução desses índices, além da professora, técnicos do Programa de Prevenção da Violência (PPV), do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), e médicos do Mãe de Deus também participaram do evento. A evolução dos crescentes números no País fez com que um manual de prevenção ao suicídio fosse distribuído e explicitado aos diferentes meios de comunicação. “É uma falsa ideia que se tem em não tocar no assunto. Falar sobre morte sempre é uma temática bem difícil, porém se tratada com carinho, profissionalismo e de forma adequada, facilita bastante”, destacou Blanca ao sugerir os caminhos que devem ser seguidos pela mídia para abordar o suicídio.
Em 2009 foram 1.151 gaúchos que tiraram suas vidas, de acordo com dados da Secretaria Estadual da Saúde (SES). Os números preocupam ainda mais, pois atingem principalmente jovens entre 15 e 34 anos. As principais causas são o uso abusivo das drogas e o consumo de álcool. Esses e outros motivos são considerados os fatores de nove entre dez mortes a cada 100 mil habitantes. Levando os números para o Brasil, os índices são mais assustadores ainda. Uma pessoa morre por hora, ou seja, 24 suicídios por dia. No mundo, cerca de 815 mil suicídios são registrados por ano. Os suicídios estão entre as dez principais causas de morte em todas as faixas etárias e a terceira entre pessoas de 15 a 34 anos.  Estima-se que em 2020, 1,5 milhão de pessoas tire sua própria vida, o que significa uma morte a cada 20 segundos e uma tentativa a cada meio segundo.
As pessoas que sofrem de vulnerabilidade psíquica estão mais sensíveis a este tipo de pensamento, porém o suicídio é um comportamento que pode ser prevenido. Para Blanca, a expressão comumente usada pela população “Quem quer se matar se mata mesmo” é falsa. “As pessoas apresentam uma série de informações que podem alertar para prevenir este ato”, informa a doutora. No caso das crianças, o bom é que os professores estejam atentos em relação a possíveis mudanças no comportamento. Para diagnosticar prováveis casos e alertar à sociedade são realizadas autópsias psicológicas – entrevistas com familiares, amigos e pessoas que passaram por este tipo de situação. Um suicídio pode abalar e transformar a vida de seis a dez pessoas que convivam com alguém que cometeu o ato.
Uma das principais formas de tratar este tema com uma pessoa próxima que esteja passando por problemas é abordá-la, dar atenção, fazer com que ela se sinta cuidada. “Se sentirmos que não estamos tendo sucesso diretamente com a pessoa, devemos ampliar o diálogo com amigos, familiares, convencendo-o a procurar ajuda médica especializada”, finalizou Blanca.
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