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- Publicada em 16 de Agosto de 2010 às 00:00

Foco no cliente é tendência no setor da construção civil


LIU JIN/AFP/JC
Jornal do Comércio
Em meio a um momento aquecido e de plenas condições para construir um empreendimento a mais, a vanguarda do setor imobiliário começa a perceber que levantar um novo edifício não basta. Para que os consumidores continuem comprando e fazendo com que o setor cresça, eles mesmos passam a ser protagonistas no planejamento dos imóveis que irão adquirir. O diagnóstico é de especialistas que apostam em projetos que vão além do que uma incorporadora pode fazer com seus instrumentos internos, mas que buscam no gosto e nas características do público o ponto de partida para idealizar um lançamento.

Em meio a um momento aquecido e de plenas condições para construir um empreendimento a mais, a vanguarda do setor imobiliário começa a perceber que levantar um novo edifício não basta. Para que os consumidores continuem comprando e fazendo com que o setor cresça, eles mesmos passam a ser protagonistas no planejamento dos imóveis que irão adquirir. O diagnóstico é de especialistas que apostam em projetos que vão além do que uma incorporadora pode fazer com seus instrumentos internos, mas que buscam no gosto e nas características do público o ponto de partida para idealizar um lançamento.

A consultora de empresas Patricia Longhi reforça a ideia apontando que com a compreensão das necessidades e percepções do consumidor é possível inovar muito mais. De acordo com ela, as pessoas estão cada vez mais bem informadas e exigentes, fator que deve mudar a forma de conceber produtos imobiliários. "A época em que o diferencial de produto era um destaque de mercado já passou, e o consumidor encontra nos detalhes sua decisão de compra", afirma. Ela acrescenta que, nesse contexto, as empresas devem levar em conta informações mais precisas, além de renda e idade, para conquistar novos compradores.

Uma das soluções para detectar aquilo que o público realmente deseja é a presença de ferramentas de inteligência de mercado dentro das organizações. Patrícia explica que é necessário o conhecimento sobre o cliente, bem como sobre as regiões onde serão instalados os novos projetos.

"Essa cultura apoia a empresa trazendo informações de mercado para dentro do local, farejando sinais de inovação." A especialista completa que a informação não é considerada um diferencial, mas a capacidade de transformá-la em um conhecimento relevante pode ser o toque essencial para lançar o produto ideal.

Além disso, o uso de pesquisas de opinião antes e durante o plantão de vendas é capaz de abastecer as construtoras com avaliações preciosas obtidas pelos futuros moradores, passíveis de serem transformadas em ajustes no produto final. "Essas pequenas mudanças podem impactar muito na velocidade das vendas", observa Patrícia, que já atuou no setor junto à Goldsztein Cyrela.

Para o vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Mauro Touguinho, as ferramentas descritas por Patrícia vêm sendo amplamente absorvidas no mercado gaúcho, e as empresas bem geridas se guiam por esse tipo de instrumento. "O inovador é fazer o produto de olho no mercado", destaca. "O foco é direcionarmos para o mercado e para o público."

Cuidado com o meio ambiente representa um diferencial

Como se fossem produzidos em série, no entanto, muitos projetos imobiliários pecam na oferta de configurações personalizadas ou mesmo diferenciadas. Sócio-fundador da Mandalah, o publicitário Igor Botelho questiona se a estética e serviços dos atuais empreendimentos são realmente compatíveis com a preferência do consumidor. Segundo ele, as fachadas e demais características dos imóveis são padronizadas, e ainda não levam em conta preocupações contemporâneas, a exemplo da preservação ambiental.

"Hoje, o consumidor está comprando uma commodity, apenas em busca do metro quadrado mais barato", sugere Botelho. Ele lembra que o imóvel é, muitas vezes, uma escolha definitiva, e que o mercado deve estar atento a mudanças em todos os sentidos, se antecipando às demandas do futuro. Como exemplo das transformações pela qual o setor brasileiro deve passar, o publicitário cita construções recentemente inauguradas no exterior, que utilizam ao máximo o potencial de economia de energia e oferta de serviços e comodidade.

O complexo Linked Hybrid, na cidade chinesa de Pequim, por exemplo, foi idealizado na contramão dos modelos arquitetônicos locais. O conjunto conta com oito edifícios interligados por pontes que não servem apenas para circulação dos moradores. Entre um bloco e outro, os residentes e visitantes têm acesso a restaurantes, cinemas, praças e outros serviços. "O projeto está a favor da cidade", diz o publicitário. "Conta com sistema geotérmico, que busca água nos lençóis freáticos para controlar o clima interno, gerando uma grande economia de ar condicionado", completa. Conforme Botelho, iniciativas do gênero compõem o futuro da construção civil.

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