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ambiente

- Publicada em 30 de Abril de 2010 às 00:00

Cláudia mostra que a qualidade do ar não é boa


Claudio Fachel/JC
Jornal do Comércio
Uma pesquisa científica apresentada nesta quinta-feira comprova o que muitos porto-alegrenses já tinham percebido: a qualidade do ar está abaixo do desejável em várias regiões da Capital. Organizado pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), o estudo avaliou a condição atmosférica em sete pontos da cidade nos anos de 2006 e 2007. "De forma geral, posso dizer que, como um todo, as condições não são boas", comenta a professora e coordenadora da pesquisa, Claudia Rhoden.

Uma pesquisa científica apresentada nesta quinta-feira comprova o que muitos porto-alegrenses já tinham percebido: a qualidade do ar está abaixo do desejável em várias regiões da Capital. Organizado pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), o estudo avaliou a condição atmosférica em sete pontos da cidade nos anos de 2006 e 2007. "De forma geral, posso dizer que, como um todo, as condições não são boas", comenta a professora e coordenadora da pesquisa, Claudia Rhoden.

Para avaliar os níveis de poluição atmosférica, o levantamento utilizou um bioindicador vegetal. O coração roxo (nome popular da planta) foi usado pelo poder de reação frente às alterações ambientais, chegando até mesmo a modificar funções vitais, o que fornece dados sobre as condições atmosféricas de uma determinada região. O método já foi testado nos Estados Unidos e na Europa e vem sendo aplicado em outras cidades brasileiras, como Santo André (SP).

"Coletamos as folhas da planta para medir os índices de bioacumulação dos metais que circulam na atmosfera. Em determinadas épocas do ano, o bairro Humaitá, na zona Norte da Capital, foi o que apresentou a maior concentração de enxofre, por exemplo", explica. A região monitorada fica próxima ao aeroporto Salgado Filho.

"Não podemos afirmar o que gera esta situação, mas a emissão de gases por veículos automotores é, sem dúvida, uma das causas para isso", complementa.

Desta forma, a área no entorno da Estação Rodoviária também está entre as mais críticas de Porto Alegre, conforme o estudo. "Temos condições de dizer que a concentração de gases aumenta em direção à zona Norte. No entanto, é apenas um trabalho inicial que precisa ter uma continuidade."

Segundo Claudia, uma avaliação preliminar de saúde não constatou diferenças no grau de doenças respiratórias entre crianças que moram nas zonas Sul e Norte da Capital. "Por isso, queremos realizar uma investigação maior, ampliando também o monitoramento para outros pontos", projeta.

O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) - um dos apoiadores do estudo - pretende utilizar os resultados como forma de qualificar o atendimento à população. "Vamos nos reunir com a prefeitura para avaliar como isso pode ser feito", garante o diretor do Cevs, Francisco Paz. "Queremos definir o foco da atenção básica no controle de doenças ligadas à poluição atmosférica nessas regiões mais críticas da Capital", conclui.

Índices colocam Capital entre as piores do País

Além de dar mais subsídios para que as autoridades possam atuar no controle da poluição atmosférica em Porto Alegre, o estudo da UFCSPA confirma o que outros levantamentos vêm diagnosticando há mais tempo: a baixa qualidade do ar coloca a Capital entre as mais poluídas do Brasil. "Em certas épocas do ano, ficamos na quarta posição. No inverno, porém, chegamos ao segundo lugar, atrás apenas de São Paulo", analisa a professora Claudia Rhoden.

Ela também coordenou outro estudo realizado na Capital em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e promovido pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). Na ocasião, um medidor foi instalado em cima do prédio da UFCSPA, na rua Sarmento Leite, no Centro. A avaliação teve como objetivo conferir os índices de material particulado que circulam na atmosfera e que são liberados, principalmente, pelo tráfego de veículos automotores.

A pesquisa constatou que este índice de poluição está bem acima dos indicadores tidos como "aceitáveis".

Enquanto o padrão nacional do ministério fala em dez microgramas por metro cúbico, o Centro da Capital registra 16. "Não temos como estabelecer a porcentagem que está acima do adequado porque até mesmo este padrão já vem sendo considerado desatualizado."

O estudo também quantificou os prováveis custos da poluição ao sistema de saúde. Em Porto Alegre, a estimativa aponta R$ 360 milhões por ano para tratamento de doenças relacionadas à baixa qualidade do ar.

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