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PROMOÇÃO

- Publicada em 29 de Março de 2010 às 00:00

Aumenta disputa por um lugar no Centro Histórico


Fredy Vieira/JC
Jornal do Comércio
Levou dois anos para a filial do restaurante estilo fast food Petiskeira conseguir aportar no Centro de Porto Alegre. A carência de imóveis para se instalar virou desafio para as novas operações, que redescobrem a região após mais de duas décadas de esvaziamento e predileção por shopping centers. A verdadeira corrida por um lugar no agora Centro Histórico, novo nome do bairro, que inspirou a assinatura da nova casa da Petiskeira, também eleva em, pelo menos, 30% o valor das locações, segundo empresas da área e os próprios varejos interessados na localização.
Levou dois anos para a filial do restaurante estilo fast food Petiskeira conseguir aportar no Centro de Porto Alegre. A carência de imóveis para se instalar virou desafio para as novas operações, que redescobrem a região após mais de duas décadas de esvaziamento e predileção por shopping centers. A verdadeira corrida por um lugar no agora Centro Histórico, novo nome do bairro, que inspirou a assinatura da nova casa da Petiskeira, também eleva em, pelo menos, 30% o valor das locações, segundo empresas da área e os próprios varejos interessados na localização.
O fluxo ascendente para o marco zero da Capital, que completou 238 anos na sexta-feira passada, é provocado por uma combinação de iniciativas: impulso ao quase desacreditado complexo do Cais da Mauá, saída de camelôs das ruas (que ocorreu em fevereiro de 2009) e investimentos confirmados em reforma e restauração de pontos turísticos, como o entorno do Mercado Público e a Praça da Alfândega. O presidente do Sindicato da Hotelaria e Gastronomia de Porto Alegre (Sindpoa), José de Jesus Santos, compara o atual estágio de atração de negócios a um “despertar“ da cidade, indicando como maior responsável a desengavetamento do projeto do cais. “Vamos ter um tsunami daqui para frente”, compara Santos, descartando qualquer exagero na expressão.
Por isso, Santos confirma: “Conseguir as melhores localizações começa a ficar difícil”. No pacote de empreendimentos estão novas lojas, como a primeira filial da Hering Store, e um hotel do grupo Accor, que será erguido na avenida Júlio de Castilhos. “São os ventos da Copa do Mundo de 2014 que já sopram por aqui e com força”, associa ainda o presidente do Sindpoa. A formalização recente do contrato entre a prefeitura e o grupo Vonpar, da grife Coca-Cola, para revitalização das imediações do Mercado Público, que envolverá R$ 1 milhão, preencheu outra lacuna, acrescenta o dirigente do ramo de alimentação e hotelaria. As obras serão concluídas em 2012 e amplia a ação do grupo na região, que já integra o Multipalco, ligado ao Theatro São Pedro.
Depois de romper a dificuldade de encontrar um ponto, os donos da Petiskeira, que abriu na sexta-feira passada na rua Siqueira Campos, a 200 metros do Mercado Público, estão prontos para derrotar um dogma. Funcionar de segunda a domingo, das 10h às 22h, mesmo sistema de um shopping. “Quero testar a região e atrair o público que reside no Centro, que já é o segundo que mais pede nossa tele-entrega. Quem sabe não viramos paradigma”, ambiciona o sócio-diretor Ângelo José Meneghetti, que investiu R$ 1,5 milhão para moldar a sexta filial da marca e a maior da rede. São 480 metros quadrados, sendo cem no deck externo. Quem vai ao local se surpreende. “Estamos no Centro? É fashion e bonito como um restaurante do Moinhos de Vento”, encanta-se a secretária-executiva Rosângela Flach, que, mesmo com chuva, foi almoçar ontem no novo endereço.
Decoração com fotos do passado da Capital, maior espaço entre as mesas, iluminação com LEDs - lâmpadas que consomem menos energia, decoração com materiais contemporâneos, como painéis de madeira, bar e café - espaços novos no conceito da marca conjugam a artilharia para conquistar clientes como Rosângela.
Estacionamento e reforço na segurança, com vigilância por vídeo e homens na rua, completam o arsenal logístico da operação estreante. “É nosso maior ponto. Queremos inserir o happy-hour no Centro. As pessoas não precisarão mais sair da região para fazer isso”, anima-se Meneghetti. Para o sócio-diretor, a senha é a revitalização dos equipamentos públicos e os novos empreendimentos a serem implantados, como o prometido complexo do Cais da Mauá, em apreciação nos órgãos do município e Estado, avaliado em R$ 500 milhões.
A meta é servir 400 refeições no almoço, mantendo preços e sistema dos shoppings, e completar o faturamento com o apelo do happy hour. Para a grife de alimentação, aberta por porto-alegrenses há 25 anos, será mais um empurrão aos planos de aumento real de 25% na receita em 2010. “A região comporta mais duas a três operações”, acredita o sócio-dretor, que revela a abertura da sétima loja no Canoas Shopping e negociação para figurar no menu da praça de alimentação do Bourbon Wallig, do grupo Zaffari, que abrirá em 2011.

Revitalização da Galeria Chaves deve atrair novas empresas

Na carona da Petiskeira, a Hering Store se prepara para abrir no coração do Centro Histórico. A marca terá a oitava filial do franqueado David Lasevitch Filho, na Galeria Chaves, ícone do comércio porto-alegrense e que passou por reforma nos últimos 12 meses. A inauguração da Hering, no mesmo padrão das existentes em seis shopping, está marcada para 1 de julho. Na galeria, a franquia terá posição privilegiada: voltada para a rua dos Andradas. Entre as vantagens, está ainda menor custo e possibilidade de retorno mais rápido do negócio.
O operador começa as obras em maio e investirá R$ 800 mil, em uma área de 90 metros quadrados. O cardápio de produtos seguirá o padrão da marca. “É o mesmo das demais lojas. O portfólio tem de itens baratos a valores acima de R$ 100,00, para todos as faixas de renda”, situa o empresário, admitindo que está de olho na emergente classe C. Lasevitch diz que ficou mais de um ano em busca de localização. “Foi muito difícil achar. Com a saída dos camelôs, a região voltou a interessar”, atribui o varejista. Para conseguir o espaço, foi preciso negociar a saída da atual ocupante, a New Bijoux, de bijuterias. “Quero abrir outra na Andradas e neste ano, se achar imóvel”, adianta o empresário, que já acertou locação no Bourbon Wallig e mira em mais lojas na zona Norte.
O diretor da empresa Ponto Pronto, Rogério Wolf Wagner, que coordena a revitalização da Galeria Chaves, hoje com nova pintura na fachada, espera finalizar em setembro toda a reforma, avaliada em R$ 3 milhões, que inclui reativar escada rolante para conectar o piso do nível da rua dos Andradas com o subsolo e rua José Montaury. Serão no total 72 espaços comerciais, quase o dobro do número atual, de 40. Segundo Wagner, há fila de espera de lojistas para locação. Até para quem tem lugar, é negócio passar adiante, comenta, referindo-se ao acerto com a New Bijoux.
“O inquilino chega à conclusão de que é melhor negociar, ter rentabilidade e investir em novo ponto em shopping”, exemplifica o coordenador da reforma. Atento à disputa por um lugar no varejo do Centro Histórico, Wagner estima que os aluguéis valorizaram pelo menos 30%. “Está muito difícil conseguir espaços”, adverte o diretor da Ponto  Pronto, que atua com locações. Para ele, o nível de ganho e menores custos das operações, no confronto com as despesas de locação e mão de obra em shopping center, seduzem os novatos.
A caça aos espaços envolve grandes magazines nacionais e lojas de departamento. Imóveis como o que abrigou a Casas Bahia na rua dos Andradas continuam bloqueados. Lojistas que tentaram capturar o escasso e privilegiado endereço ouviram que a área poderá receber uma filial da Ponto Frio, hoje do mesmo grupo da rede que deixou o Estado em dezembro. “Quem está não quer sair”, diz um dos pretendentes. O motivo tem uma razão apetitosa: 500 mil pessoas circulam diariamente na região. “É um potencial de consumo invejável”, aposta o franqueado da Hering Store.
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