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comércio exterior

- Publicada em 26 de Março de 2010 às 00:00

Brasil cai no ranking das maiores potências comerciais do mundo


Jornal do Comércio
A queda nos preços de commodities faz o Brasil cair no ranking das maiores potências comerciais e explicita que a expansão das exportações dos últimos anos não estava baseada em uma maior competitividade do País, mas sim em uma renda artificialmente inflada pela alta nos preços de matérias primas. Hoje, a Organização Mundial do Comércio (OMC) divulgou sua classificação dos maiores exportadores e trouxe a China pela primeira vez como a líder, superando Alemanha e Estados Unidos. Já o Brasil sofreu uma das piores contrações nas exportações entre as maiores economias e passou da 22ª posição em 2008 para a 24ª posição. A posição do país entre os importadores também caiu.
A queda nos preços de commodities faz o Brasil cair no ranking das maiores potências comerciais e explicita que a expansão das exportações dos últimos anos não estava baseada em uma maior competitividade do País, mas sim em uma renda artificialmente inflada pela alta nos preços de matérias primas. Hoje, a Organização Mundial do Comércio (OMC) divulgou sua classificação dos maiores exportadores e trouxe a China pela primeira vez como a líder, superando Alemanha e Estados Unidos. Já o Brasil sofreu uma das piores contrações nas exportações entre as maiores economias e passou da 22ª posição em 2008 para a 24ª posição. A posição do país entre os importadores também caiu.
A queda prova o alerta que já vinha sendo feito há dois anos pela OMC, indicando que a expansão dos últimos anos das vendas nacionais não estava baseada em um maior volume de exportações, mas apenas na valorização dos preços de commodities. O Brasil, portanto, não era mais competitivo e apenas a renda das vendas que eram maiores. Prova disso que o Brasil não conseguia expandir sua participação no mercado internacional, mesmo com uma renda que aumentava. Ao ver os preços das commodities desabarem em 2009, o Brasil registrou perdas importantes no comércio exterior. Em volume, a queda das exportações nacionais de 8% foi mais acentuada que a média sul-americana, de 5%. Artificialmente infladas pela alta nos preços das commodities, as exportações brasileiras agora sofreram uma dura correção durante os meses de crise. Segundo a análise da OMC, mais da metade da alta registrada nas exportações nacionais em 2008 ocorreu graças aos preços, e não ao volume exportado. O mesmo já havia ocorrido em 2007. Há dois anos, o País registrou um crescimento das exportações de 17% em valor, com US$ 161 bilhões. Em volume, porém, o Brasil teve uma alta de suas vendas de apenas 6,9% em 2007.
Patrick Loew, economista-chefe da OMC, confirmou que a situação para os países exportadores de commodities foi mais difícil que para as demais economias. Segundo a OMC, o Brasil sofreu uma queda de 23% em suas vendas ao mundo em 2009, com US$ 153 bilhões em exportações. A taxa de 23% é a mesma da queda média do comércio mundial. Mas com sua participação no mercado mundial estagnada em 1,2% dos fluxos de exportação, o Brasil viu sua posição ser tomada por Austrália e Índia no ranking. A taxa de 1,2% no mercado mundial sendo ocupado por produtos brasileiros é inferior à participação de 20 anos atrás. O México, mesmo com uma queda profunda no PIB, conseguiu se manter na 15ª posição no ranking e continua sendo o país latino-americano mais bem posicionado.
Loew, porém, indicou que esses preços de commodities podem se recuperar de forma mais rápida que produtos dos demais setores, o que pode voltar a dar oxigênio para as contas nacionais.
A queda das exportações brasileiras foi, portanto, mais acentuada que a redução de vendas registradas pela China (-16%), Coreia (-14%) e Índia (-20%). Outro motivo da queda brasileira foi a contração de 20% nas exportações para a China em 2009. Muitos países sofreram a mesma queda de vendas para o mercado chinês. Mas poucos em uma taxa tão elevada. A Austrália, por exemplo, registrou uma queda de vendas para a China de apenas 2%.
Em 2008, as exportações brasileiras haviam aumentado 23% em valores, superando a média mundial de crescimento de 15% e ficando acima das taxas de expansão dos Estados Unidos, da Alemanha e da China, que cresceram 17%. O governo chegou a estar tão empolgado com os ritmos das exportações que previu que o Brasil seria o 20ª maior exportador do mundo, o que não ocorreu. Países como Malásia, Suíça e Espanha continuam com maior participação no comércio mundial que a economia brasileira.
O Brasil também perdeu posições entre os maiores importadores. Desta vez, o motivo foi a estagnação do mercado local e a falta de crescimento do PIB em 2009. Para os economistas da OMC, isso teria pesado no consumo nacional de bens estrangeiros. Depois de registrar o maior aumento de importações entre as principais economias do mundo em 2008, o volume de compras do Brasil também caiu no ano passado. O País ainda passou da 24ª colocação no ranking mundial em 2008 para a 26ª. Em 2008, as importações brasileiras cresceram três vezes mais que a média mundial - 44% - e o País teve o maior incremento entre as 30 maiores nações comerciais do mundo. Em 2007, a expansão das importações já havia sido de 32%.
Mas em 2009, a retração foi de 27%, em um volume total de US$ 134 bilhões. Em 2006, o Brasil ocupava a 29ª posição e, em 2007, a 27ª. Apesar da queda, o Brasil manteve sua participação de 1,1% das compras mundiais.
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