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Vila Chocolatão

- Publicada em 24 de Fevereiro de 2010 às 00:00

Para filósofo, loteamento deve preservar o trabalho da comunidade


Fredy Vieira/JC
Jornal do Comércio
Conversar com José Luiz Ferreira, 60 anos, é ter uma aula. Muito menos pelo fato de ele ser formado em Filosofia e quase ter concluído o curso de Teologia durante o tempo em que fez seminário em Viamão e muito mais pela sabedoria que só os anos e o convívio com as dificuldades trazem. Seu Luiz, como é conhecido na comunidade da Vila Chocolatão, onde reside há mais de três anos, é um homem simples. "Eu sempre fui e ainda sou adepto das ideias da Teologia da Libertação. Temos de estar no meio do povo e construindo soluções junto às pessoas. É dentro da comunidade que se resolvem os problemas. A única forma de transformar a situação de uma comunidade é trabalhando junto", diz.
Conversar com José Luiz Ferreira, 60 anos, é ter uma aula. Muito menos pelo fato de ele ser formado em Filosofia e quase ter concluído o curso de Teologia durante o tempo em que fez seminário em Viamão e muito mais pela sabedoria que só os anos e o convívio com as dificuldades trazem. Seu Luiz, como é conhecido na comunidade da Vila Chocolatão, onde reside há mais de três anos, é um homem simples. "Eu sempre fui e ainda sou adepto das ideias da Teologia da Libertação. Temos de estar no meio do povo e construindo soluções junto às pessoas. É dentro da comunidade que se resolvem os problemas. A única forma de transformar a situação de uma comunidade é trabalhando junto", diz.
Enquanto observa o terreno, após a assinatura da ordem de início das obras de construção na nova Vila Chocolatão, realizado no local do futuro loteamento (avenida Protásio Alves, 9.099), no início da tarde de ontem, seu Luiz diz que aprova a mudança da comunidade para o novo local. Segundo ele, os moradores estão cheios de esperança, o que não quer dizer que os sofrimentos e lutas diárias irão diminuir ou acabar. Para ele, a prefeitura erra ao querer fazer com que as pessoas deixem de trabalhar naquilo em que elas têm uma história.
"Não gosto da forma como o governo aborda a questão. É um equívoco achar que o bom para as pessoas é encontrar um trabalho fora da comunidade. Todo o conhecimento que essas pessoas têm está ali. Elas sabem transformar as coisas que têm ali. Não se pode desconstruir toda a sabedoria local dessas pessoas", ressalta.
O filósofo catador da Vila Chocolatão também acredita ser necessário uma transformação do olhar da comunidade. "A inclusão social não pode estar só na obra. O morador da vila tem de olhar para a sociedade de outra forma. Novas relações, inclusive com o município, têm de ser construídas. Temos que saber dialogar com o governo e buscar soluções integradas. Queremos ter uma condição de vida digna. Pobre, mas digna", ressalta, movimentando o corpo e os braços, como se desse uma aula, em pleno canteiro de obras.

Obras deverão ser concluídas em 300 dias

O discurso do prefeito José Fogaça após a autorização do início das obras foi recheado de referências bíblicas. "Será como uma nova Jerusalém, um novo começo para essas pessoas. Foram 14 meses de uma longa travessia que exigiu muita persistência e luta, como a do Mar Vermelho. Hoje concluímos mais uma etapa deste projeto, cujo êxito e viabilidade foi possível graças à colaboração de todos", disse o prefeito. No local serão construídas 181 novas unidades habitacionais. "Daqui até a conclusão das obras serão 300 dias e temos que cumprir esse prazo por uma questão de humanidade", completou.
O loteamento terá creche, cozinha comunitária, praça e unidade de triagem de resíduos recicláveis. Atualmente estão sendo realizadas as obras de infraestrutura. O valor do contrato é R$ 5.998.738,60, sendo 68,40% com recursos da prefeitura e 31,60% financiados pela Caixa Econômica Federal.
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