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MERCADO FINANCEIRO

- Publicada em 31 de Agosto de 2015 às 00:00

Ibovespa cai 8,33% em agosto e tem pior mês do ano


MIGUEL SCHINCARIOL/AFP/JC
Jornal do Comércio
Agosto foi mesmo o mês do desgosto para a Bovespa, que teve seu pior desempenho mensal de 2015, ao cair 8,33%. A sucessão de más notícias impediu o principal índice à vista de sustentar o patamar de 50 mil pontos com que abriu o mês. Nesta segunda-feira, 31, a Bovespa terminou na casa dos 46 mil pontos e mais de 1% de queda. A má notícia que levou a uma leva de ordens de vendas foi o Orçamento de 2016, enviado ao Congresso com uma previsão para a União de déficit de R$ 30,5 bilhões.
Agosto foi mesmo o mês do desgosto para a Bovespa, que teve seu pior desempenho mensal de 2015, ao cair 8,33%. A sucessão de más notícias impediu o principal índice à vista de sustentar o patamar de 50 mil pontos com que abriu o mês. Nesta segunda-feira, 31, a Bovespa terminou na casa dos 46 mil pontos e mais de 1% de queda. A má notícia que levou a uma leva de ordens de vendas foi o Orçamento de 2016, enviado ao Congresso com uma previsão para a União de déficit de R$ 30,5 bilhões.
O Ibovespa terminou o dia em baixa de 1,12%, aos 46.625,52 pontos. Na mínima, marcou 45.570 pontos (-3,36%) e, na máxima, 47.151 pontos (-0,01%). Com a queda de 8,33% de agosto, acumula perda de 6,76% no acumulado de 2015. O giro financeiro totalizou R$ 9,211 bilhões, o maior do mês, tirando pregões com eventos excepcionais, como exercício.
O mercado voltou do final de semana com a notícia de que o governo decidiu enterrar a proposta de recriação da CPMF, devido às resistências políticas e do contribuinte. Em função disso, deu transparência à proposta orçamentária para o ano que vem ao apresentar que há um rombo nas contas de R$ 30,5 bilhões, enviado no texto sem que houvesse uma sugestão para equilibrar os números. Assim, o déficit fiscal previsto para o ano que vem é de 0,5% - ante proposta inicial de superávit de 0,7%, já revisada dos 2% sugeridos inicialmente.
O mercado não gostou por dois motivos. Primeiro, pela deterioração das contas. Segundo, porque sinalizou uma perda de força do ministro Joaquim Levy, que perseguia um superávit para o próximo ano.
Durante todo o dia o mercado trabalhou mau humorado à espera da confirmação dos números e também após a notícia de que o governo da China não vai comprar ações em larga escala para sustentar o mercado.
No fechamento em Nova York, as bolsas caíram influenciadas pela China e também por declarações do vice-presidente do Fed, Stanley Fischer, sobre o início do aperto dos juros no país.
O Dow Jones fechou em baixa de 0,69%, aos 16.528,03 pontos, o S&P recuou 0,84%, aos 1.972,18 pontos, e o Nasdaq teve perda de 1,07%, aos 4.776,51 pontos.
Na Bovespa, as ações de Vale e Petrobras, que caíam mais cedo, viraram para cima à tarde em função da recuperação das commodities. O contrato do petróleo para outubro, por exemplo, disparou 8,8%, para US$ 49,20 o barril. E o preço do minério de ferro subiu 5,3% no mercado à vista em agosto, para US$ 55,7 a tonelada seca.
Vale ON subiu 3,52% e Vale PNA, 3,21%. Petrobras ON fechou com ganho de 3,31% e Petrobras PN, de 2,11%. Os bancos foram a principal porta de saída dos investidores. Bradesco PN, -4,08%, Itaú Unibanco PN, -3,56%, BB ON, -5,06%, Santander unit, -1,50%.
O dólar à vista fechou em alta de 1,40% nesta segunda-feira e atingiu R$ 3,633, cotação mais alta desde 14 de fevereiro de 2003. Com o resultado, a moeda norte-americana encerrou agosto com valorização de R$ 0,22 sobre o real, ou 6,32%. A previsão do governo de um déficit primário de R$ 30,5 bilhões em 2016 deu o tom dos negócios em todos os mercados domésticos. O principal motivo do mal-estar com a notícia é o temor de que o rombo favoreça a perda do grau de investimento do País. Em evento da ONU em Nova York, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse ver maior chance de rebaixamento da nota do Brasil. "O problema maior do governo (com o Orçamento) não é com o Congresso, é com o mercado, que não vai olhar bem esse déficit e vai querer discutir o grau de investimento do País", disse. As incertezas em relação à desaceleração da China e a política monetária dos EUA também influenciaram os negócios no Brasil, mas ficaram em segundo plano. No entanto, as fortes perdas das bolsas chinesas nos últimos dias influenciaram em grande parte o desempenho mensal do dólar.
As taxas de juros negociadas no mercado futuro avançaram mais uma vez nesta segunda-feira que antecede o início da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), acompanhando a alta do dólar e a repercussão da previsão do governo de um déficit primário de R$ 30,5 bilhões em 2016. Com os ajustes de hoje, toda a curva de juros passou a apontar taxas acima de 14%. O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2016 terminou o dia com taxa de 14,305%, contra 14,215% do ajuste de sexta-feira. O contrato com vencimento em janeiro de 2017 ficou em 14,22% (13,95% no ajuste anterior). O DI para janeiro de 2019 indicou 14,16%, de 13,79%. O DI para janeiro de 2021 fechou com taxa de 14,12%, ante 13,71%, no ajuste de sexta-feira.
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