Bolsa de Nova Iorque fecha em baixa em dia de indicadores mistos e balanços

O índice do custo do emprego (ECI), que mede a evolução de salários e benefícios, subiu 0,2% no segundo trimestre, em relação ao trimestre anterior; é a menor alta trimestral desde que esse indicador começou a ser computado, em 1982. Economistas previam uma alta de 0,6%. A alta em comparação com o mesmo período do ano passado foi de 2,0%, após uma elevação de 2,6% no primeiro trimestre.

Participantes do mercado interpretaram os dados fracos da inflação dos salários como sinal de que o Federal Reserve poderá adiar o momento em que começará a elevar as taxas de juro. "O Fed deixou claro que está dependendo dos indicadores. O índice do custo da mão de obra divulgado hoje é notavelmente fraco. Como consequência disso, estamos atualizando nossa previsão para o primeiro aperto do Fed para dezembro de 2015; nós colocamos a probabilidade da primeira elevação das taxas de juro como 35% em setembro, 50% em dezembro e 15% em 2016. Vários indicadores sobre emprego sairão antes da reunião do Fed em setembro, mas com a debilidade do ECI divulgado hoje, será difícil concluir que a inflação dos salários está na trajetória para subir significativamente nos próximos meses. A recente alta do dólar e a debilidade dos preços da energia também são motivos para cautela", disse o economista Don Rissmiller, da Strategas.

Outros indicadores divulgados hoje saíram mistos: o índice de atividade dos gerentes de compras de Chicago (PMI) saltou para 54,7 em julho, de 49,4 em junho; a expectativa era de 50,5. O índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan caiu a 93,1 na pesquisa final de julho, de 96,1 em junho; a leitura preliminar de julho havia sido de 93,3 e a expectativa dos economistas para o número final era de 94,0.

"Embora os dados fracos sugiram que o Fed poderá ser paciente com as elevações das taxas de juro, o outro lado da história é que a economia não está crescendo tão rapidamente como nós gostaríamos", disse a estrategista Quincy Krosby, da Prudential Financial.

No começo da tarde, o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, disse em entrevista ao Wall Street Journal que "estamos em boa forma" para começar a elevar as taxas de juro em setembro. Bullard, que não tem direito a voto nas reuniões de política monetária deste ano, é o primeiro dirigente do Fed a falar em público depois da reuniâo encerrada nesta quarta-feira.

Sobre os informes de resultados das empresas, o analista técnico Andrew Adams, da Raymond James, disse que "os últimos dados que eu vi da FactSet mostravam que 75% das empresas do S&P-500 que divulgaram balanços superaram as expectativas, o que é melhor do que a média histórica de 63%, mas os lucros o primeiro semestre do ano ainda estão na trajetória para ter uma contração de 0,7%, o que seria o primeiro declínio anual no primeiro trimestre desde 2009. Como resultado disso, não vimos o salto dos índices do mercado que são esperados quando uma porcentagem tão grande de empresas supera as expectativas. E com o S&P-500 atingindo máximas de 2.110 pontos nos últimos dois dias, parece que esse nível é o primeiro obstáculo a superar antes que as máximas anteriores possam ser ameaçadas".

Entre os destaques da sessão estavam as ações de empresas que divulgaram resultados, como ExxonMobil (-4,58%), Chevron (-4,89%), Expedia (+12,85%), Royal Caribbean (+8,9%) e LinkedIn (-10,52%). As ações das indústrias de semicondutores caíram, depois da divulgação do balanço da Broadcom (-1,44%).

O índice Dow Jones fechou em queda de 56,12 pontos (0,32%), em 17.689,86 pontos. O Nasdaq fechou em baixa de 0,51 ponto (0,01%), em 5.128,28 pontos. O S&P-500 fechou em queda de 4,79 pontos (0,23%), em 2.103,84 pontos.

Na semana, o Dow acumulou uma alta de 0,69%, o Nasdaq subiu 0,78% e o S&P-500 ganhou 1,16%. No mês de julho, o Dow acumulou uma alta de 0,40%, o Nasdaq avançou 2,84% e o S&P-500 subiu 1,98%. Nos sete primeiros meses de 2015, o Dow acumula uma queda de 0,74%, o Nasdaq, uma alta de 8,28% e o S&P-500, um ganho de 2,19%.