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TRABALHO

- Publicada em 30 de Julho de 2015 às 00:00

Grande Porto Alegre lidera elevação do desemprego


FREDY VIEIRA/JC
Jornal do Comércio
O desemprego retomou o fôlego em 2015, intensificando o ambiente de taxas que não se verificava desde 2010, após a saída da crise internacional de 2008 e 2009. A taxa da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), divulgada ontem, ficou em 8,5% em junho, a maior para o mês em cinco anos. O aumento se repete desde março, acumulando alta de quase três pontos percentuais, confrontando com os 5,7% de fevereiro deste ano. A RMPA liderou ainda o crescimento do indicador entre as seis regiões incluídas na PED, à frente de São Paulo.
O desemprego retomou o fôlego em 2015, intensificando o ambiente de taxas que não se verificava desde 2010, após a saída da crise internacional de 2008 e 2009. A taxa da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), divulgada ontem, ficou em 8,5% em junho, a maior para o mês em cinco anos. O aumento se repete desde março, acumulando alta de quase três pontos percentuais, confrontando com os 5,7% de fevereiro deste ano. A RMPA liderou ainda o crescimento do indicador entre as seis regiões incluídas na PED, à frente de São Paulo.
A região gaúcha perdeu o posto de menor taxa da pesquisa para Fortaleza, que ostentou 7,9%. São Paulo registrou 13,2%, Recife ficou estável, em 13,5%, Distrito Federal caiu a 14,2% e Salvador desceu a 18%. Na RMPA, o número de desempregados alcançou 163 mil pessoas, ao lado de 1,749 milhão de ocupados. Setor público, assalariados com carteira assinada e empregados domésticos foram os que mais perderam vagas. Enquanto autônomos e assalariados sem carteira lideraram vagas, demarcando um mercado com maior precariedade e postos com menor proteção, como previdência oficial e acesso ao seguro-desemprego. "Isso mostra que o mercado vai se corroendo", observou a supervisora técnica da PED nacional, Lúcia Garcia, economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioecomômicos (Dieese).
Nos setores da atividade, indústria de transformação e comércio cortaram postos (-2,3% e -0,6%, respectivamente). Construção civil, com alta de 5,5%, e serviço, com 0,6%, colaboraram para alimentar o 1,2% de crescimento da ocupação, segundo mês consecutivo de elevação no indicador, após 16 meses em queda. "É um fator positivo neste cenário", concluiu a economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE) Iracema Castelo Branco. Ocupação mais desaquecida e maior contingente em busca de vagas, além de conjuntura recessiva e inflação maior, pressionaram para baixo o rendimento real (-8%) e a massa de rendimentos (-6,7%).
Comparada a junho de 2014, a taxa mais recente de desemprego se elevou em 49%. Há 12 meses, o indicador estava em 5,7%. Além disso, o maior fluxo de mão de obra em busca de colocação é marcado por um comportamento distribuído por todas as idades, ressaltou Iracema. O cenário inverteu-se, comparado a 2014, que também foi marcado por oferta negativa de postos (quedas sucessivas), mas nem por isso com desemprego ascendente. "Tivemos um comportamento do mercado de trabalho de um país desenvolvido, pois as pessoas não foram em massa atrás de vagas, mesmo com atividade mais fraca", arrematou a economista da FEE. Uma menor pressão da População Economicamente Ativa (PEA) ajudou a segurar o desemprego no ano passado.
Em 12 meses, já são 80 mil pessoas a mais na PEA (que fechou em 1,912 milhão em junho). Desde janeiro, 67 mil pessoas a mais engordaram a porção desocupada e tentaram disputar as escassas vagas. Em junho, 1,740 milhão de habitantes da região gaúcha estavam com trabalho. Os analistas alertaram que a PEA já alcançou 55,8% da População em Idade Ativa (PIA). "O avanço maior, como 66% que se verifica em São Paulo, será preocupante se não tiver um crescimento da ocupação", advertiu Iracema. Em junho de 2014, a relação PIA e PEA estava em 54%.
Lúcia lembra que o desemprego atual está longe de taxas como a de junho de 1999, em 19,5%. A partir de 2003, começa-se um ciclo de recuo. "Em 2015, voltamos a ter crescimento da taxa, mas em um patamar bem abaixo de picos históricos", advertiu a supervisora técnica da PED, ressalvando que isso não pode levar a descuidos de quem gerencia e define ações de política pública para preservar o mercado. Medidas recentes para flexibilizar contratos e reduzir custos para manter vagas reduzem riscos de maior desocupação, exemplifica Lúcia. "Será difícil vencer a inflação na mesa de negociação entre sindicatos e empresas." Nos anos recentes, os ganhos reais dos salários predominaram em quase 100% das convenções coletivas.

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