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INDÚSTRIA AUTOMOTIVA

- Publicada em 29 de Julho de 2015 às 00:00

Gravataí receberá parte dos R$ 6,5 bilhões da General Motors


LUIZ CHAVES/PALÁCIO PIRATINI/JC
Jornal do Comércio
Gravataí está no pacote de novos investimentos anunciado ontem pela General Motors para o Brasil. Um ano depois de ter anunciado R$ 6,5 bilhões para ampliar a capacidade nacional da montadora, que terá a produção de seis modelos de automóveis, entre novos e atualização de marcas que já rodam pelo País, a GM dobrou a aposta até 2018, elevando a R$ 13 bilhões os aportes previstos.
Gravataí está no pacote de novos investimentos anunciado ontem pela General Motors para o Brasil. Um ano depois de ter anunciado R$ 6,5 bilhões para ampliar a capacidade nacional da montadora, que terá a produção de seis modelos de automóveis, entre novos e atualização de marcas que já rodam pelo País, a GM dobrou a aposta até 2018, elevando a R$ 13 bilhões os aportes previstos.
Além da fábrica situada no Complexo Industrial Automotivo de Gravataí (Ciag), às margens da freeway, a planta de São Caetano, em São Paulo, também será contemplada, além da unidade de motores de Joinville (SC), segundo o anúncio feito ontem, em São Paulo, pelo comando mundial e da América do Sul da companhia norte-americana. A unidade de São José dos Campos, também no território paulista, ficou de fora.
A planta gaúcha, que completou neste mês 15 anos de operação e rompeu a barreira de 2,8 milhões de unidades, responde hoje por 60% do volume montado pela marca no Brasil. A notícia surpreendeu pelo tamanho do aporte em meio à crise do setor, mas não pela intenção e destino. Neste caso, a inclusão de Gravataí.
O secretário estadual de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, Fábio Branco, lembrou que a planta local é uma das cinco mais modernas e produtivas da montadora no mundo. A fábrica se enquadra no conceito de grande volume. "Vamos trabalhar para que a maior parte da cifra seja aplicada aqui", avisou Branco, que já estabelecia contatos com a empresa há três meses.
O gestor estadual teve a informação de que a montadora estudava ampliação. Sobre programa de incentivos fiscais, Branco acredita que as regras atuais do Fundopem e Fomentar já são competitivas com outros eventuais adversários. "Não nos assusta a disputa com outros estados", observa o secretário, que foi há cerca de um mês a São Paulo para reforçar as credenciais gaúchas. O caixa apertado das receitas estaduais, que levaria o governo Sartori a revisar incentivos, foi descartado como empecilho. "O atrativo é o que já tem sido feito aqui", reforçou Branco, que agora passa a acompanhar de perto o pacote da GM. Além disso, o Estado quer preparar setores de autopeças para se habilitar ao fornecimento.
Na edição do dia 20 de julho, o Jornal do Comércio noticiou que a unidade de Gravataí se prepara para receber novos modelos da família Ônix, com alterações já sendo feitas por sistemistas. O Celta, primeiro carro da única fábrica gaúcha de automóveis, sairá de cena. O diretor-geral do Ciag, o argentino Camilo Ballesty, não quis adiantar planos, que estão sendo revelados agora, mas disse, em entrevista publicada na segunda-feira pelo JC, que há espaço na área onde fica o complexo para ampliar. "Nosso foco aqui é continuar a preparar a planta para futuros projetos", assegurou o executivo. "Dá para ampliar, dá para tudo. É só olhar o mapa. Os limites do terreno são grandes", deu a pista Ballesty.

O comando da companhia tratou como uma nova linha ao revelar o plano para os próximos anos, ontem, em São Paulo. O foco ainda é abastecer mercados emergentes, sendo quatro principais alvos: Índia, China, México e Brasil. Não há planos de exportação de unidades a mercados considerados "maduros", como os Estados Unidos.
O Brasil, segundo os principais executivos da GM, transforma-se em mercado-chave para a disputa global por consumidores. A fatia brasileira, que acresce ao fôlego que já estava previsto, integra bolo de US$ 5 bilhões (cerca de R$ 16 bilhões) a serem aplicados pela montadora em parceria com a estatal chinesa Shanghai Automotive Industry Corpo (Saic), que prevê desenvolvimento de carros globais destinados a vários mercados.
Seguindo o sigilo que costuma cercar novos modelos no mercado automotivo, o presidente da GM América do Sul, Jaime Ardila, afirmou que a cifra nova será injetada no desenvolvimento de produtos, novas tecnologias, eficiência energética, suporte e testes. O caixa da filial brasileira lastreará o plano.
Os novos veículos serão produzidos a partir de 2019. Entre os seis modelos, haverá unidades que já eram fabricadas e serão relançadas e lançamentos. Todos os modelos terão a mesma plataforma tecnológica. "Com esse investimento, o Brasil se torna um dos mercados-chave para GM", destacou Ardila. A nova família de veículos está sendo desenvolvida por um time multinacional de engenheiros e designers. O presidente mundial da GM Company, Dan Ammann, destacou que a nova linha de veículos vem atender às mudanças significativas nas expectativas dos consumidores de mercados emergentes que aconteceram nos últimos dois anos.
"Acreditamos que, na próxima década, vão acontecer muitas mudanças em mercados emergentes e queremos ter certeza que faremos investimentos nessas regiões", disse o CEO. A expectativa é de que sejam vendidos cerca de 2 milhões de unidades desses novos modelos. O anúncio confirmou que a indústria automotiva instalada no Brasil não se abala com a turbulência política e ambiente recessivo.
O comando global da companhia reforçou que vê potencial de crescimento do mercado brasileiro no longo prazo. "Obviamente as condições políticas e econômicas estão mais difíceis, mas, no futuro, continuamos vendo forte potencial no Brasil", afirmou o presidente da GM Company, Dan Ammann. Ardila, que deixa o posto para se aposentar na carreira do grupo (a GM estabelece limite de idade de 60 anos ao exercício dos executivos) lembrou os 90 anos de atuação da montadora no País, que "continuará por um longo período". Ardila se afastando da empresa e, em seu lugar, assumirá o ex-presidente da Ford América do Sul Barry Engle.
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