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CARNAVAL

- Publicada em 17 de Fevereiro de 2010 às 00:00

Imperatriz Dona Leopoldina é a campeã do Carnaval de 2010


Mauro Schaefer/JC
Jornal do Comércio
As atenções eram todas para a Estado Maior da Restinga na apuração do desfile das escolas de samba de Porto Alegre ontem no Complexo do Porto Seco. Da metade para o fim, porém, vinham da Imperatriz Dona Leopoldina os gritos mais entusiasmados. No final, a escola da zona Norte passou à frente e conquistou um título inédito em seus quase 30 anos de história, com um enredo que homenageou a sambista Beth Carvalho.

As atenções eram todas para a Estado Maior da Restinga na apuração do desfile das escolas de samba de Porto Alegre ontem no Complexo do Porto Seco. Da metade para o fim, porém, vinham da Imperatriz Dona Leopoldina os gritos mais entusiasmados. No final, a escola da zona Norte passou à frente e conquistou um título inédito em seus quase 30 anos de história, com um enredo que homenageou a sambista Beth Carvalho.

“Foi inacreditável. Em 23 anos de Carnaval eu nunca havia vivido algo assim”, vibrou Marcelo Rodrigues, carregado nos braços por sua atuação decisiva na vitória. Junto com Giza, Marcelinho formou o único casal de mestre-sala e porta-bandeira a tirar três notas máximas, o que foi determinante para a vitória.

A Imperatriz conseguiu 239 pontos, apenas dois décimos a mais que a Restinga, que havia despontado como favorita. “Saímos da avenida consagrados pela imprensa e pelo povo. Mas jurado é jurado”, lamentou o presidente da Restinga, Robson Dias, que fez questão de dar os parabéns para a escola campeã. “O título está em boas mãos. A Imperatriz Dona Leopoldina é uma escola de comunidade muito parecida com a Restinga. Estamos contentes com o resultado”, destacou.

Fundada em 1981, a Imperatriz chega ao seu primeiro título depois de passar por uma série de problemas durante o ano. Em outubro, a escola teve sua quadra destruída por um temporal e só conseguiu realizar cinco ensaios até a noite do desfile, que ocorreu sob chuva. “Com tudo o que aconteceu durante o ano, mostramos na avenida que escola de comunidade tem diferença. É força, garra, todo mundo pegando junto na hora”, destacou Giza, a porta-bandeira nota dez da Imperatriz.

“Perdemos nossa quadra, mas conseguimos reerguer com a mobilização da comunidade. Na noite, choveu só no nosso desfile. Foi na superação”, desabafou o presidente da escola, Maurício Nunes Santos. Ele prometeu telefonar para a homenageada Beth Carvalho, que não participou da apresentação da Imperatriz em razão de problemas na coluna. “Ela está vivendo um momento difícil na vida dela, assim como nós passamos. Vou ligar para ela e mandar um grande abraço”, afirmou.

A Imperatriz, que costuma homenagear personagens do samba em seus enredos, fez um desfile falando sobre Beth Carvalho, a “madrinha do samba”, com 1,2 mil integrantes, 13 alas e quatro carros alegóricos, mesclando as cores laranja, branco e preto da entidade com o verde e rosa da Mangueira, escola do coração da sambista. Para o diretor de Carnaval da Imperatriz, Samir Oliveira, o tema de fácil compreensão ajudou a empolgar o público e cativar os jurados. “A Beth é uma grande expressão da música. A Beth dá samba, então, é fácil”, brincou.

O presidente da Associação das Entidades Carnavalescas de Porto Alegre, Antônio Moraes, o “Urso”, comemorou que os jurados, todos do Rio de Janeiro, foram criteriosos no julgamento das escolas. “Não pode se ganhar por tradição, e sim pelo melhor desfile. O Carnaval tem que ser decidido dentro da avenida”, afirmou.

Urso fez um balanço positivo do Carnaval de Porto Alegre, destacando a melhora nos desfiles e o resultado apertado no final, o que demonstra a qualidade das escolas. Ele também aprovou as mudanças na passarela do samba, mas defendeu que as arquibancadas móveis sejam substituídas. “A estrutura melhorou, mas ainda estamos precisando que venham as arquibancadas definitivas”, completou.

Além da Imperatriz campeã e da Restinga em segundo, a União da Vila do IAPI também chegou a beliscar o título, terminando a apuração com 238,7 pontos. A Praiana, que teve problemas no desfile, conseguiu permanecer no Grupo Especial. Foram rebaixadas a Acadêmicos de Niterói, de Canoas, e a Protegidos da Princesa, de Novo Hamburgo.

Campeã do Rio será conhecida hoje

O desfile de Carnaval mais luxuoso do País conhece hoje a escola de samba campeã de 2010 entre as 12 candidatas. A apuração dos resultados do Grupo Especial do Rio de Janeiro será realizada nesta Quarta-Feira de Cinzas no mesmo sambódromo por onde desfilaram as agremiações carnavalescas no domingo e na segunda-feira.

A grande atração da Marquês de Sapucaí no primeiro dia foi a Unidos da Tijuca, terceira a entrar na avenida. Com o enredo É Segredo!, usou efeitos visuais para mexer com a imaginação do público. A comissão de frente deu um show de mágica com a troca de roupa dos componentes e truques do ilusionismo.

Atrás do bicampeonato, o Salgueiro usou muitas cores e fantasias luxuosas para contar a história do livro. Com o enredo Histórias Sem Fim, a escola mostrou um desfile cheio de acrobatas e tripés.

A Beija-Flor encerrou a noite inicial na Sapucaí com uma homenagem a Brasília. A agremiação não falou sobre política e usou muita iluminação nas fantasias da comissão de frente e no abre-alas.

Já na segunda noite, os destaques ficaram com a primeira e a última escola a ingressar na avenida. A Mocidade Independente de Padre Miguel apresentou o enredo Do Paraíso de Deus ao Paraíso da Loucura, Cada um Sabe o que Procura. Mostrou a visão tradicional do Éden e também retratou o paraíso criado pela ambição do homem.

O encerramento dos desfiles ficou a cargo da tradicional Mangueira, que levou para a avenida a história da música brasileira. A primeira parte da escola homenageou o maestro brasileiro Heitor Villa Lobos, que morreu em 1959. O abre-alas simbolizou a visão que os poetas têm dos morros e homenageou os ícones da MPB como Cartola, Carlos Cachaça, Padeirinho, Tom Jobim, Chico Buarque e Caymmi.

Rosas de Ouro vence em São Paulo após 16 anos

Em votação apertada, a escola de samba Rosas de Ouro venceu o Carnaval de São Paulo após 16 anos sem levar o título no Grupo Especial. A decisão saiu no último quesito (comissão de frente) e a diferença para a vice-campeã, Mocidade Alegre, foi de apenas 0,25 ponto.

Com o samba-enredo O Cacau Chegou, a Rosas de Ouro entrou no Sambódromo do Anhembi para contar a história do cacau desde povos antes de Cristo até a fábula de Willy Wonka, personagem retratado no filme A Fantástica Fábrica de Chocolate. Os ritmistas, por sinal, usavam fantasias inspiradas no personagem – a modelo e atriz Ellen Rocche, madrinha de bateria, fazia o papel de rainha da fábrica.

Apostando em fantasias luxuosas e alegorias com muitos adereços, a escola da Freguesia do Ó levantou o público nas arquibancadas. Lutou contra o relógio, sendo a penúltima a entrar na avenida. Uma hora e cinco minutos cravados foi o tempo do desfile, pois a Rosas teve um pequeno incidente na comissão de frente. Um dos integrantes não desfilou, mas não foi revelada a razão. “Nada que tenha atrapalhado um desfile perfeito e muito técnico”, afirma a presidente Angelina Basílio.

Alegria de um lado, tristeza de outro. As escolas de samba Leandro de Itaquera e Imperador do Ipiranga foram rebaixadas do Grupo Especial e vão desfilar no Grupo de Acesso em 2011.

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