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ARTIGOS

- Publicada em 08 de Julho de 2015 às 00:00

Opinião econômica: Solidariedade


Folhapress/Arquivo/JC
Jornal do Comércio
Na semana passada, uma consulta de opinião pública revelou que apenas 9% dos brasileiros avaliam o governo de Dilma Rousseff como "ótimo ou bom". Isso deu margem a algumas conclusões perigosas. Chegou a hora de ela "ir embora", seja lá como for: um impeachment ou uma renúncia! Discute-se discretamente nos palácios e abertamente nos bordéis que é preciso preparar o caminho. Os conspiradores esperam "garantias" de como se distribuirá o poder vacante para antecipar a formação de uma "sólida maioria", que, todos sabemos, vai, na prática, rapidamente "desfazer-se no ar". A situação está estranha e confusa. O Executivo tenta desesperadamente reconstruir sua liderança com "marketing" de programas com focos duvidosos. O Legislativo recuperou o seu protagonismo, o que é muito bom para o fortalecimento da democracia, mas tem sido, eventualmente, vítima do infantilismo próprio de diretório acadêmico. O Judiciário - que é o "garante" do sistema e de nossas liberdades - aproveitou-se da situação e forçou a barra do Tesouro.
Na semana passada, uma consulta de opinião pública revelou que apenas 9% dos brasileiros avaliam o governo de Dilma Rousseff como "ótimo ou bom". Isso deu margem a algumas conclusões perigosas. Chegou a hora de ela "ir embora", seja lá como for: um impeachment ou uma renúncia! Discute-se discretamente nos palácios e abertamente nos bordéis que é preciso preparar o caminho. Os conspiradores esperam "garantias" de como se distribuirá o poder vacante para antecipar a formação de uma "sólida maioria", que, todos sabemos, vai, na prática, rapidamente "desfazer-se no ar". A situação está estranha e confusa. O Executivo tenta desesperadamente reconstruir sua liderança com "marketing" de programas com focos duvidosos. O Legislativo recuperou o seu protagonismo, o que é muito bom para o fortalecimento da democracia, mas tem sido, eventualmente, vítima do infantilismo próprio de diretório acadêmico. O Judiciário - que é o "garante" do sistema e de nossas liberdades - aproveitou-se da situação e forçou a barra do Tesouro.
Talvez seja bom lembrar aos pescadores de águas turvas que, como ensinou Horácio nas "Odes", "prudentemente, os Deuses escondem no mais profundo nevoeiro os tempos futuros". O que vai acontecer tem que ser resultado claro, transparente, objetivo e legítimo do bom funcionamento de nossas instituições, e não o resultado da esperteza e oportunismo de maiorias eventuais. Se houve desvio de conduta, ela tem que ser materialmente comprovada. Para isso, a contribuição de "pesquisas de opinião" ou "panelaços" barulhentos de quem votou mal é imprestável.
A conjuntura mundial está complicada. Não há segurança de que os EUA assistem a uma recuperação robusta; que a China e a Índia vão conservar o menor, mas ainda importante crescimento; que a Eurolândia (nosso maior importador) vai acelerar seu crescimento; que o descontentamento justificado contra o excesso de "austeridade" na Eurolândia não se reflita em novas experiências políticas. Tudo resultado de erros internos. No Brasil, também pagamos o preço de erros internos que não serão mitigados pela conjuntura externa. Só nos resta, portanto, reconhecê-los e juntarmo-nos para superá-los, mas isso não passa pela interrupção inconsequente do bom funcionamento de nossas instituições.
Peço licença à Folha para me solidarizar com o artigo do ilustre ministro Guido Mantega, "Sobre intolerâncias", publicado em 5 de julho. Meu caro amigo, não se apoquente: o que lhes falta não é tolerância, é educação, o que lhes sobra é arrogância. Ambas produtos familiares...?
Economista, ex-deputado federal e ex-ministro da Fazenda, do Planejamento e da Agricultura
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