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ARTIGO

- Publicada em 07 de Julho de 2015

Levyatã

Na recente reunião nacional do PT, ocorrida em Salvador, vários presentes gritaram "Fora, Levy! Fora, Levy!". Absolutamente contraditório. Esqueceram que o "tucano" Henrique Meirelles fora presidente do Banco Central no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT)? Que diferença poderia haver entre Levy e Meirelles?

Seja presidente do Banco Central ou ministro da Fazenda, a indicação e atuação de ambos traduz a política econômica do respectivo governo. São subordinados diretos do presidente. Joaquim Levy herdou um "abacaxi" gigantesco e recessivo. Afinal, a tragédia de hoje (governo Dilma) é consequência da farra perdulária de ontem (governo Lula).

Se Levy é de "direita" e representa o capital rentista e especulativo, por que Dilma Rousseff (PT) não escalou um petista para ministro da Fazenda? A resposta é simples: a convocação não é pela genialidade pessoal de Levy, mas sim porque representa confiabilidade e segurança aos mercados, aos investidores e agências de classificação econômico-financeira.

Ultimamente, algum "ministeriável" petista reúne qualidades suficientes para tranquilizar a população e apontar para as soluções necessárias? Porém, a indicação e presença de Levy é uma tábua de salvação retórica do discurso petista. Como as soluções macroeconômicas não seriam diferentes (ou alguém continua acreditando em milagres?) se o ministro fosse um petista haveria uma contradição gigantesca entre discurso e prática. Assim, o "Fora Levy" salva o discurso, ainda que oportunista, falso e teatral. Entretanto, se o ajuste fiscal corresponder às expectativas e reequilibrar as contas e metas governamentais, o mérito será de Dilma. E do PT, lógico. Mas se o ajuste fiscal não der certo, a culpa será de Joaquim Levy. Estupidamente, confirmam o que dizia Sartre: "o inferno são sempre os outros!"

Advogado