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GESTÃO

- Publicada em 03 de Julho de 2015

Guerra tem seu pedido de recuperação deferido

A diretoria da Guerra iniciou, nesta quinta-feira, em reunião em São Paulo, na sede do grupo controlador, as tratativas para elaboração do plano de recuperação judicial requerido nesta semana junto à 4ª Vara Cível da Comarca de Caxias do Sul e deferido pelo juiz Sérgio Augustin. De acordo com o advogado Angelo Coelho, da Mazzardo e Coelho Advogados Associados, de Porto Alegre, responsável pela elaboração do pedido, a empresa chegou a este quadro em função da situação econômica recessiva, que atingiu a produção de implementos rodoviários. Segundo ele, o faturamento da Guerra caiu cerca de 50% no primeiro semestre do ano. "De uma média mensal de R$ 40 milhões do ano passado, chegamos perto de R$ 17 milhões neste exercício."

O advogado, contratado ainda em fevereiro para auxiliar na busca de soluções para a empresa, argumentou que, ao longo do semestre, a diretoria tentou diferentes alternativas para solucionar os problemas. Uma das saídas foi recorrer ao sistema bancário, já que não era objetivo reduzir o quadro de funcionários. "Se fez todo esforço em torno dos empregos, mas a situação chegou a tal ponto que não havia alternativa que não o pedido de recuperação judicial."

A Guerra é a segunda maior fabricante de veículos rebocados do Brasil, com participação em torno de 12% no mercado interno. Durante o semestre, adotou férias coletivas, flexibilizou a jornada de trabalho e fechou o turno da noite como forma de equilibrar a produção com o mercado retraído. "O ano de 2014, que era para ser positivo em função de todas as promessas do governo, mostrou-se ruim. Os custos aumentaram, e as margens caíram, prejudicando a saúde financeira do negócio. Em 2015, a situação piorou, com novos aumentos de insumos, como da energia, e as vendas em queda brusca."

De acordo com o advogado, a dívida da empresa é de R$ 212 milhões, com 80% concentrados em bancos, que não aceitaram negociar alongamentos do débito a taxas de juros atrativas. Com fornecedores, são cerca de 15%; e as dívidas trabalhistas passam de 3%. "Em relação a passivos tributários, os valores são insignificantes".

Coelho também enfatizou que a empresa não fará demissões em massa e, para deixar os trabalhadores mais seguros, antecipou para esta sexta-feira o pagamento de junho. "O quadro todo já sabia desta situação, pois foi informado, ainda na quarta-feira, da decisão de buscar o expediente da recuperação judicial. Assim é que não tivemos nenhuma manifestação de contestação." Os advogados da Guerra também contataram o sindicato dos trabalhadores para expor a situação e equacionar dúvidas.