República Checa pretende ampliar parceria no Rio Grande do Sul

O encontro também serviu para a tomada de posse oficial do novo cônsul honorário no Estado, função que será exercida por Fernando Lorenz de Azevedo.

Atualmente, o Brasil possui relações de cooperação com a República Checa no campo militar, nos setores de energia e tecnologias sustentáveis, além do comércio de produtos agrícolas. No entanto, o país ainda ocupa a 114ª posição entre os principais destinos dos embarques brasileiros, com destaque para máquinas (US$ 30,8 bilhões) e automóveis (US$ 30,7 bilhões). Em contrapartida, o Brasil importou o equivalente a R$ 548 milhões. No momento, está sendo realizado um mapeamento das principais oportunidades para ampliar as relações econômicas com o Rio Grande do Sul.

De acordo com Drulák, os Checos podem oferecer investimentos e tecnologia no setor de transporte sobre trilhos, na construção de usinas de geração de energia e nas indústrias química e metalmecânica de ponta. "Nossa economia está integrada com a da União Europeia e estamos acostumados a fornecer produtos industrializados nessas áreas. No que se trata do transporte urbano sobre trilhos, que precisa ser expandido em todo o Brasil, temos experiência na construção de linhas de metrô em diversos países europeus", destacou.

Uma das intenções é que um grupo de empresários gaúchos visite a República Checa ainda no segundo semestre deste ano. "Um dos entraves para abrir mais canais é que a economia brasileira é muito fechada. Queremos promover a liberalização desse comércio", destacou o embaixador Jirí Havilík. Além do comércio exterior, o objetivo é promover o turismo e o intercâmbio entre estudantes dos dois países. "Os checos procuram as praias e montanhas do Brasil. Do outro lado, temos um turismo histórico com 2 mil castelos registrados, e nossa capital, Praga, é considerada uma das mais bonitas do mundo", completa Havilík.

Na visita ao governador, também foi assinado um memorando de integração entre o Rio Grande do Sul e o país europeu. O propósito é reunir cinco secretarias do Estado com foco em educação, inovação e desenvolvimento para promover ações conjuntas. "Temos como exemplo a Câmara Brasil-Alemanha, que está há 60 anos no Brasil, e potencializou a vinda de 80 empresas para o Rio Grande do Sul. Atualmente, não temos nenhuma companhia checa atuando aqui. É uma grande oportunidades para evoluirmos nesse sentido", afirmou o cônsul honorário no Estado, Lorenz de Azevedo.

O presidente da Câmara de Comércio Brasil-Índia, Roberto Paranhos do Riobranco, afirmou que o encontro serviu para "reforçar o interesse que a Índia tem para ampliar a diversificação de investimentos no Brasil e vir para o Rio Grande do Sul com mais determinação". Ele ressaltou que já há participação da Índia na economia gaúcha, e os principais investidores brasileiros naquele país são gaúchos, como os grupos Marcopolo, Randon e Gerdau.

Nos primeiros quatro meses deste ano, o Rio Grande do Sul exportou para a Índia US$ 25,1 milhões em óleo de soja, US$ 4 milhões em lenha e US$ 3 milhões em taninos. E importou dos indianos US$ 23 milhões em motores, peças e acessórios automotivos e outros US$ 1,89 milhão em matérias corantes orgânicas sintéticas.

O embaixador permanece até amanhã no Rio Grande do Sul. Ele vai se reunir com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Fábio Branco, o presidente da Fiergs, Heitor Müller, e visitar a cidade turística de Gramado e o polo metalmecânico em Caxias do Sul, na Serra.