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AGRONEGÓCIOS

- Publicada em 29 de Maio de 2015 às 00:00

OIE reconhece Rio Grande do Sul como livre de peste suína


LUIZ CHAVES/DIVULGAÇÃO/JC
Jornal do Comércio
A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) reconheceu nesta quinta-feira, Rio Grande do Sul e Santa Catarina como Zonas Livres da Peste Suína Clássica (PSC). A solenidade ocorreu durante a 83ª Sessão Geral da entidade, em Paris. É a primeira vez que a organização reconhece zonas e países livres da doença. Até então, a certificação era emitida pelos próprios países, com normas estabelecidas internamente. O governador José Ivo Sartori, o secretário da Agricultura e Pecuária, Ernani Polo, e deputados estaduais participaram do ato de entrega.
A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) reconheceu nesta quinta-feira, Rio Grande do Sul e Santa Catarina como Zonas Livres da Peste Suína Clássica (PSC). A solenidade ocorreu durante a 83ª Sessão Geral da entidade, em Paris. É a primeira vez que a organização reconhece zonas e países livres da doença. Até então, a certificação era emitida pelos próprios países, com normas estabelecidas internamente. O governador José Ivo Sartori, o secretário da Agricultura e Pecuária, Ernani Polo, e deputados estaduais participaram do ato de entrega.
Os dois estados do Sul respondem por 70% das exportações brasileiras de carne suína. Só o Rio Grande do Sul envia mais de 30% da produção para mais de 60 países. No ano passado, o setor movimentou mais de R$ 13 bilhões no Estado. Considerando o efeito renda, o Rio Grande do Sul tem mais de 170 mil pessoas envolvidas na cadeia suinícola.
As enfermidades certificadas pela OIE são utilizadas como normatização pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Para obter o status de área livre de PSC, Rio Grande do Sul e Santa Catarina atenderam a uma série de critérios estabelecidos pela OIE, examinados por um comitê técnico. O relatório produzido por autoridades do setor foi remetido ao Conselho Deliberativo da organização.
Desde 1991, não há registro da PSC no Rio Grande do Sul. A atuação conjunta do poder público e da iniciativa privada proporcionou avanço no controle e na erradicação da peste. O Rio Grande do Sul foi uma das primeiras unidades da federação a serem reconhecidas nacionalmente como áreas livres.
A vacinação foi suspensa em 1992 e se iniciou então o processo de erradicação. A PSC é uma doença viral, de notificação compulsória. Em animais jovens, a taxa de mortalidade pode chegar a 90%. Já em exemplares mais velhos, a doença pode se apresentar de forma mais discreta ou até ser subclínica. Entre os sintomas, estão febre alta, leucopenia severa (contagem de leucócitos abaixo do normal), hemorragias e dificuldade de locomoção.
Ao destacar a importância da certificação para o Rio Grande do Sul, o governador José Ivo Sartori ressaltou que isso vai permitir maior competitividade ao Estado. "O mercado internacional exige cada vez mais qualidade, boa procedência, inovação e tecnologia no processo produtivo. Certamente, é uma grande conquista ", comemorou.
O secretário Ernani Polo disse que se trata de uma conquista construída ao longo de 10 anos, que só foi possível graças a um trabalho técnico efetivo. "A certificação nos dá um status sanitário diferenciado e vai nos garantir a preferência de países que compram produtos suínos", salientou.
Representante da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) no encontro da Organização Mundial de Saúde Animal, o presidente da Farsul, Carlos Sperotto, comemorou a certificação do Rio Grande do Sul como Zona Livre de Peste Suína Clássica. Para Sperotto, o impacto das medidas será imediato. "É um passo importante, que dá condição aos suinocultores gaúchos e catarinenses de acessarem todos os mercados mundiais", projeta.
Para o presidente do Fundo Estadual de Sanidade Animal (Fundesa), Rogério Kerber, a certificação é o coroamento de um trabalho realizado há muitos anos pelo serviço oficial em conjunto com produtores e indústrias de suínos. "É o reconhecimento de que temos condições de trabalhar por uma condição sanitária compatível com a importância do agronegócio gaúcho."

Catarinenses alertam que Brasil pode perder espaço no mercado global no longo prazo

Em nota, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) informa que, em um período maior, há risco de perda de market share em uma eventual redução do número de estados brasileiros certificados como zonas livres pela OIE. A federação também não descarta possíveis retaliações contra o Brasil por parte de países que também obtenham o reconhecimento da OIE. No entanto, até 2016, a Faesc não prevê mudanças em relação às exportações de carne suína, pois a maioria dos concorrentes do Brasil também está no processo de busca por reconhecimento internacional.
De acordo com o presidente da Cooperativa Central Aurora Alimentos, Mário Lanznaster, o Paraná também solicitou o reconhecimento de Zona Livre da Peste Suína Clássica à OIE, mas não obteve a certificação. "Faltaram alguns documentos", afirmou o empresário, também em nota.

Rússia restringe as importações de carne de frigoríficos brasileiros

A Rússia anunciou uma restrição temporária das importações de carne suína e bovina de 11 frigoríficos brasileiros a partir de junho. As determinações do Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária do país, o Rosselkhoznadzor, afetam fábricas da BRF, JBS, Marfrig e Minerva.
A suspensão, no entanto, não é nacional. Outras plantas das empresas podem suprir o volume que deixar de ser comprado das plantas que foram embargadas. A JBS informou que a decisão não causa prejuízo a contratos firmados com clientes daquele país. Duas fábricas da JBS foram embargadas.
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antônio Jorge Camardelli, afirmou desconhecer os motivos que levaram a Rússia a suspender a importação de carne bovina. As medidas são comunicadas diretamente às empresas e ao Ministério da Agricultura, e a entidade não teve acesso a informações.
Camardelli afirma que a Rússia tem a prerrogativa de realizar auditorias e checagem dos produtos. "Quando há algum descompasso em relação à normativa russa, o frigorífico é suspenso." Nesse caso, as companhias são notificadas e devem corrigir eventuais problemas para retomar os embarques. "As empresas fazem as ações corretivas, e o Ministério da Agricultura encaminha pedido para readmissão das unidades, citando que já há planos em curso para reverter as irregularidades."
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