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DIREITOS HUMANOS

- Publicada em 27 de Maio de 2015 às 00:00

Porto Alegre deve receber 80 imigrantes no domingo


FREDY VIEIRA/JC
Jornal do Comércio
Porto Alegre recebeu ontem 13 haitianos, nigerianos e senegaleses, vindos em dois ônibus de Santa Catarina. Na manhã de domingo, a previsão é de que cheguem mais dois ônibus, com 80 imigrantes, vindos diretamente de Rio Branco, no Acre.
Porto Alegre recebeu ontem 13 haitianos, nigerianos e senegaleses, vindos em dois ônibus de Santa Catarina. Na manhã de domingo, a previsão é de que cheguem mais dois ônibus, com 80 imigrantes, vindos diretamente de Rio Branco, no Acre.
Os estrangeiros têm buscado o Brasil como alternativa à situação de guerra e fome que atinge seus países de origem. Segundo o secretário municipal de Direitos Humanos, Luciano Marcantônio, após a chegada desses dois veículos, virão mais oito, também do Acre, um por dia, até que todos os 300 imigrantes que expressaram interesse em morar no Rio Grande do Sul cheguem ao seu destino final.
Conforme Marcantônio, a Secretaria Municipal de Direitos Humanos (SMDH) só soube do movimento migratório na quarta-feira passada, através da imprensa. "Entramos imediatamente em contato com o governo do Acre, que não nos deu retorno. Então, buscamos o Ministério da Justiça e encontramos na internet um convênio do governo federal com o Acre, definindo que viriam 10 ônibus de Rio Branco para Porto Alegre, algo de que não tínhamos conhecimento", revela.
Com essa informação, o secretário intensificou a tentativa de contato com o governo acreano, até conseguir falar com o secretário de Direitos Humanos do estado, Nilson Mourão. "Ele me disse que, na quinta-feira passada, já sairia um veículo. Pedi um prazo e o primeiro ônibus, esse que chega no domingo, saiu nesta terça-feira", explica.
Marcantônio considera que a comunicação em relação aos movimentos migratórios ainda é falha. Por esse motivo, o secretário terá hoje, em Brasília, uma reunião com o diretor do Departamento de Estrangeiros do Ministério da Justiça, João Granja. "Não é possível que se faça um convênio sem chamar uma das partes envolvidas para construir esse documento", critica. "Acho também que os imigrantes deveriam ser encaminhados de acordo com sua capacidade e seu interesse profissional", pondera o secretário.
Em novembro de 2014, a Capital teve uma experiência semelhante, com a chegada surpresa à rodoviária de 300 haitianos. "São pessoas maravilhosas, se adaptam muito bem. Apoiamos a imigração e que os imigrantes sejam bem acolhidos. O que questionamos é a forma como estão agindo conosco e com outros estados do Brasil, como Santa Catarina e São Paulo, sem avisar que os estrangeiros estão vindo", ressalva. Atualmente, há cerca de mil imigrantes morando na Capital e 2 mil no Interior, ocupando vagas rejeitadas por brasileiros no mercado de trabalho, em áreas como frigoríficos e construção civil.

Recém-chegados que não têm conhecidos na cidade ficarão em alojamento na Zona Norte

Os imigrantes que não tiverem contatos de pessoas conhecidas no município serão encaminhados para o alojamento Centro Humanístico Vida, na avenida Baltazar de Oliveira Garcia, 2.132, na Zona Norte de Porto Alegre. De acordo com o secretário municipal de Direitos Humanos, Luciano Marcantônio, o local teve seus banheiros reformados e está preparado para receber 300 pessoas. A unidade pede doações de alimentos, roupas e colchões, a fim de melhor atender aos imigrantes.
A SMDH realiza um trabalho com os estrangeiros já a partir da rodoviária. "A abordagem é delicada, pois essas pessoas vieram de muito longe. Os haitianos, por exemplo, que são o povo que mais tem vindo para o Brasil, precisaram passar pelo Panamá, pela República Dominicana e pelo Equador, até chegar ao Acre. Sabe-se lá pelo que passaram até chegar. Então, para facilitar a comunicação e deixá-los mais calmos, levamos intérpretes haitianos que já moram aqui", conta o secretário. Depois de alojados, os imigrantes recebem visitas de assistentes sociais, que os encaminham a ofertas de emprego.
Já na rodoviária, um lanche é oferecido aos recém-chegados e um telefone é colocado à disposição, para que os estrangeiros definam para onde vão. "Muitas vezes, nem ficam no Rio Grande do Sul. Dos 300 que vieram em novembro, apenas nove se tornaram moradores do Estado", destaca Marcantônio. Dos 13 que chegaram ontem, somente três se mantiveram em Porto Alegre. Outros nove se dirigiram a cidades como Caxias do Sul, Passo Fundo, Pelotas e Tapejara. Um viajou para São Paulo.
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