Ouro fecha praticamente estável após inflação nos EUA e discurso de Yellen

O preço do ouro fechou praticamente estável nesta sexta-feira, com os investidores atentos a pistas de quando o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deve começar a subir as taxas básicas de juros do país. Para isso, ficaram de olho no índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA, que mostrou recuperação em abril, e no discurso da presidente do Fed, Janet Yellen, que disse que os juros devem começar a subir ainda em 2015, mas de uma forma gradual.

O ouro para entrega em junho, o contrato mais negociado, ficou em US$ 1.204,00 a onça-troy, apenas US$ 0,10 abaixo do fechamento de ontem.

Em abril, o núcleo do CPI avançou 0,3% na comparação com março, a alta mensal mais forte desde janeiro de 2013 e levemente acima da previsão dos analistas consultados pela Dow Jones Newswires, que esperavam aumento de 0,2%. Embora sinais de inflação mais alta costumem elevar a demanda por ouro, muitos operadores ficaram preocupados com a possibilidade de esta recuperação abrir caminho para o banco central norte-americano elevar a taxa de juros nos próximos meses. "A interpretação do mercado está mais voltada para a alta de juros do Fed", disse Bob Haberkorn, operador de commodities da RJO Futures, em Chicago.

No entanto, o discurso de Yellen, feito horas depois da publicação do índice de preços, suavizou as preocupações. A presidente do Fed deu a entender que é bem improvável que os juros sejam elevados na próxima reunião do comitê de política monetária, que ocorre em junho. "Após a fala da Yellen, podemos entender que a alta de juros só deve acontecer no fim do ano", disse Frank McGhee, operador na Integrated Brokerage Services, também em Chicago.