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Coluna

- Publicada em 05 de Maio de 2015 às 00:00

Romance forense: Consulte também seu alfaiate


Jornal do Comércio

Um operador jurídico sofria de dor de cabeça crônica infernal. Foi ao médico, que, depois dos exames de praxe, disse:
— Meu caro, tenho uma boa e uma má notícia. A boa é que posso curá-lo dessa dor de cabeça para sempre. A má notícia é que, para fazer isso, eu preciso remover seus testículos. Eles estão pressionando a espinha, e é essa pressão que provoca a cefaleia.
O cliente levou um choque e caiu em depressão. Passou dias meditando. Com o beneplácito da esposa e o aval moral dos filhos, não teve outra escolha a não ser submeter-se ao bisturi.
Quando deixou o hospital, pela primeira vez depois de meia dúzia de anos, não sentia mais dor de cabeça. No entanto, percebeu que uma parte importante de si estava faltando. Para espairecer, decidiu que viajaria sozinho a Nova Iorque. Hospedou-se na Broadway e saiu a caminhar pela 5ª Avenida. Notou ser um homem diferente, mas que poderia ter um novo começo. Avistou uma loja de roupas masculinas de grife. “É disto que eu preciso”, disse para si mesmo.
Entrou e pediu ao vendedor e arranhou o inglês:
— I wish please, a very good new coat and new pants.
O vendedor, de idade avançada, na verdade, era um experimentado alfaiate brasileiro, radicado há mais de duas décadas nos EUA, que deu uma olhadela, e falou em bom português:
— Vejamos... é um 44 longo.
O cliente riu:
— É isso mesmo, como é que o senhor sabe?
— Estou no ramo há mais de 40 anos, respondeu o alfaiate.
O operador jurídico experimentou o terno, que lhe caiu muito bem. Enquanto se admirava no espelho, o alfaiate perguntou:
— Que tal uma camisa nova?
O cliente nem pestanejou:
— Claro!
O alfaiate foi à prateleira e trouxe, direto, uma de algodão egípcio, 34 de manga, e 39 de colarinho.
O cliente pasmado:
— Mas é isso mesmo, como pôde adivinhar?
— Estou no ramo há mais de 40 anos, repetiu.
O operador jurídico experimentou a camisa e ficou satisfeito. Enquanto andava pela loja, o alfaiate sugeriu-lhe:
— Que tal umas cuecas novas?
— Pode trazer meia dúzia.
O alfaiate olhou os quadris do cliente e lascou:
— É tamanho GG, levemente cinturado.
O cliente soltou uma gargalhada:
— Desta vez, te peguei. Uso o tamanho médio, tipo slip, bem cinturado, desde os 18 anos de idade.
O alfaiate sacudiu a cabeça negativamente:
— O senhor não pode usar cuecas pequenas, nem médias, nem de corte afunilado, porque elas vão pressionar seus testículos contra a espinha e essa pressão vai provocar no senhor uma dor de cabeça infernal. Será uma questão de tempo.
* * * *
Moral da história: experiência é tudo.
O negócio de médico é operar; por isso, consulte também o seu alfaiate...
Roubos exagerados
Ex-parceiro de Lula (PT) e de Dilma Rousseff (PT), o ex-ministro Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, disse muito em duas frases econômicas: “A gente não acha que o PT inventou a corrupção, mas eles roubaram demais. Exageraram”. E não falou no PP, nem em outros partidos. O verbo “corromper” (do latim e grego) significa “tornar-se podre na calúnia e manter o podre ou caluniado no poder do corrupto e corruptor”. Segundo Calil Simão, em sua obra Improbidade Administrativa — Teoria e Prática, “a corrupção social ou estatal é caracterizada pela incapacidade moral dos cidadãos de assumir compromissos voltados ao bem comum”. Vale dizer, determinadas pessoas mostram-se incapazes de fazer coisas que não lhes tragam uma gratificação pessoal.
Pensão para amantes
A ofensiva evangélica contra o nome de Luiz Edson Fachin para o Supremo Tribunal Federal (STF) chega ao Senado nesta semana. O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), aceitou receber lideranças para ouvir argumentos contrários ao jurista. Ele está sendo bombardeado nas redes sociais de pastores por ser favorável, por exemplo, ao pagamento de pensão para amantes.
Do mesmo tacho
A Rede Globo enviou o gaúcho Paulo Tonet Camargo, seu vice-presidente de relações institucionais, para um papo com a Frente Evangélica, que está em forte campanha na internet contra as personagens gays da novela Babilônia.
Até agora, não conseguiu nada.
Alerta internacional
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças Infecciosas dos EUA publicou, em seu site, um comunicado aos estadunidenses que pretendem vir ao Brasil, alertando-os contra a dengue.
Em uma escala de risco que vai do nível um ao três, o País foi classificado no menor patamar.
Trágica liderança
A ONG Global Witness, entidade com representação em todo o mundo, divulga que, pelo quarto ano consecutivo, o Brasil lidera o rol de países que mais tiveram líderes ambientalistas assassinados. Foram 29 em 2014 e já são 477 desde 2002.
Nessa trágica liderança, o Brasil está à frente de Colômbia, Filipinas e Honduras.
De volta aos anos 1990
No início dos anos 1990, a não ser que você tivesse um bom dinheiro disponível, era muito difícil comprar imóvel no Brasil. A maioria dos bancos financiava apenas até a metade do valor total do bem, o que obrigava as pessoas a passar anos acumulando reservas até ter saldo suficiente para fechar um negócio. A partir dos anos 2000, o crescimento econômico e a estabilidade da moeda levaram à expansão do crédito, e milhões de brasileiros puderam, enfim, realizar o sonho da casa própria. Agora, o avanço conquistado a duras penas sofreu um revés. A Caixa Federal reduziu de 80% para 50% o valor máximo do financiamento dos imóveis usados que custam até R$ 750 mil. Acima disso, o corte foi ainda mais drástico, com a exigência de entrada mínima de 60%. A medida afetará todo o setor.
Impostômetro
Painel instalado no Centro de São Paulo que exibe o valor de tributos pagos pelos brasileiros, o “impostômetro” da Associação Comercial Paulista bateu a marca de R$ 600 bilhões na semana passada — nove dias mais cedo em relação a 2014.
O economista-chefe da entidade, Marcel Solimeo, já adianta que a engenhoca não pifou. E explica: “O crescimento da economia está pífio, mas a inflação acima de 1% é repassada no ato para os preços dos produtos, e os impostos subiram bastante neste ano”.
Em uma década, o impostômetro cravou R$ 12 trilhões de arrecadação tributária.
Compras em baixa
Os brasileiros gastaram US$ 1,5 bilhão em março no exterior. Esse número significa 18% menos do que foi gasto no mesmo mês em 2014.
Um dos motivos dessa retração no turismo é, claro, a alta do dólar, que neste ano chegou a uma média de 35%.
Caronas corporativas
Quarenta e quatro mil executivos em todo o mundo foram entrevistados pela empresa multinacional de administração de espaços de trabalho Regus numa pesquisa feita em parceria com a MindMetre Research. O objetivo do estudo era saber quais países apresentam maior custo com o transporte de casa para o trabalho.
O resultado apontou que o Brasil está à frente de 100 nações, empatado com África do Sul, França, Índia e México. Em média, 6% da renda anual dos executivos são gastos com a locomoção. Na Europa, algumas mudanças de hábito estão diminuindo as despesas: as empresas estão incentivando as caronas corporativas.
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