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Conjuntura

- Publicada em 20 de Março de 2015 às 00:00

Loyola prevê que alta do dólar pode requerer mais juros para controle da inflação


Jornal do Comércio
A Tendências Consultoria Integrada está em pleno processo de revisão da sua projeção da taxa básica de juros (Selic). A afirmação foi feita nesta sexta-feira (20) pelo sócio da consultoria e ex-presidente do Banco Central (BC) Gustavo Loyola após palestra para filiados ao Instituto de Advogados de São Paulo (Iasp).
A Tendências Consultoria Integrada está em pleno processo de revisão da sua projeção da taxa básica de juros (Selic). A afirmação foi feita nesta sexta-feira (20) pelo sócio da consultoria e ex-presidente do Banco Central (BC) Gustavo Loyola após palestra para filiados ao Instituto de Advogados de São Paulo (Iasp).
De acordo com o ex-BC, por enquanto a previsão em planilha é de um aumento de 0,25 ponto porcentual da Selic, de atuais 12,75% ao ano para 13% ao ano. Ocorre, de acordo com Loyola, que diante do realinhamento do câmbio a previsão atual de juros passa a merecer um ajuste, já que o pass-through do câmbio (repasse da alta do dólar para os preços) pode requerer mais juros para amenizar os efeitos secundários do dólar sobre a inflação.
"O aumento de juros não atua sobre a correção de preços administrados, por exemplo, mas pode dificultar a transmissão dos efeitos ao longo da cadeia", disse Loyola. Para ele, o BC já deve considerar uma inflação próxima de 8% no acumulado de 12 meses neste ano, mas o mais importante é ver o que ocorrerá com as expectativas de inflação para 2016. "Se as expectativas começarem a desgarrar é porque o BC não está conseguindo ancorá-las", disse.
Loyola concorda com o presidente do BC, Alexandre Tombini, quando ele diz que o pass-through hoje é bem menor do que era há dez anos, mas ressalva que o desempenho da economia também influencia o repasse. "Se o nível de atividade econômica é maior o pass-through é maior. Se é menor, o repasse também é menor", disse, acrescentando que parte da diminuição dos repasses das altas do câmbio para os preços está associada ao baixo crescimento da economia brasileira.
Ainda de acordo com Loyola, agora o repasse é menor também porque o empresário está acomodando parte da alta do dólar na sua margem de lucro. Loyola acredita, no entanto que a alta do dólar, ainda que em pequena monta, deverá ajudar alguns setores da indústria que se beneficiarão da substituição de produtos importados por nacionais.
Energia elétrica e PIB
Loyola reiterou que não está totalmente descartado um racionamento de energia elétrica no País. Ainda de acordo com ele, se houver um corte de 10% no fornecimento de eletricidade no País, o impacto no PIB seria de uma diminuição de 0,8 ponto porcentual.
"Hoje a nossa previsão é de uma retração de 1,2% do PIB. Se houver o racionamento, a queda será de 2%", disse. Para 2016, de acordo com Loyola, se os ajustes do ministro Joaquim Levy forem bem-sucedidos, em 2016 a economia crescerá 1,5%.
Loyola prevê que a inflação neste ano fechará em 7,9% e que o BC terá que enviar carta ao Ministério da Fazenda explicando as razões de o IPCA ter fechado 2015 acima do teto da meta. "Mas quem deveria escrever e assinar a tal carta é a presidente Dilma Mantega e o Arno Augustin", afirmou, referindo ao ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e ao ex-secretário do Tesouro. "O presidente Tombini não tem nada a ver com isso."
Para Loyola, o BC deverá adotar uma postura de ir abandonando o programa de oferta de swaps cambiais de forma gradual para evitar uma maior volatilidade do câmbio. "Abandonar o programa de swap cambial de uma vez geraria maior volatilidade e seria uma mudança da regra do jogo", disse o ex-BC.
Segundo Loyola, o BC tem sinalizado que quer fazer a transição sem causar mais volatilidade ao mercado. "O BC pretende abandonar o programa gradualmente", disse.
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