Os maiores bancos dos Estados Unidos estão preparados para enfrentar uma nova crise na economia. As 31 instituições financeiras passaram pelo teste de estresse do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), criado após a crise de 2008, de acordo com os resultados divulgados nesta quinta-feira (5).
Foi a primeira vez desde o início dos testes, em 2009, que todas as instituições financeiras avaliadas tiveram resultados positivos. A prova tem como objetivo determinar a capacidade das instituições de continuarem emprestando em um cenário de turbulência --desemprego de 10% e queda de 25% nos preços de imóveis e de 60% na Bolsa de Nova Iorque.
A análise é feita a partir do nível de capital dos bancos --recursos levantados no mercado financeiro e lucros. O Fed calcula as perdas que a instituição sofreria com uma possível recessão e como isso afetaria seu capital.
De acordo com os resultados, dois bancos, Goldman Sachs e Zions, teriam níveis de capital bem perto do mínimo exigido pela Fed após uma turbulência. Isso pode afetá-los na segunda fase do teste, que vai apontar, baseada nesses índices e em uma avaliação dos processos internos para previsão e gerenciamento de risco, se os bancos podem retornar recursos a seus acionistas, por meio de dividendos ou recompra de ações. O resultado sai na próxima quarta (11).
A intenção é evitar que, em um cenário de crise, o governo tenha de usar dinheiro arrecadado em impostos para salvar essas instituições. "Níveis maiores de capital em grandes bancos aumentam a resistência do nosso sistema financeiro", afirmou Daniel Tarullo, diretor do Fed.
"Nossos testes de estresse foram desenvolvidos para assegurar que esses bancos tenham capital suficiente para continuar emprestando às empresas e consumidores americanos durante um período de crise severa."