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SAÚDE

- Publicada em 29 de Janeiro de 2015 às 00:00

‘Toda tentativa de suicídio é um pedido de ajuda’


MARCO QUINTANA/JC
Jornal do Comércio
A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou, no ano passado, um estudo que elencou os países com maior índice de suicídios no mundo. O Brasil ficou em oitavo lugar, com o registro de 11.821 incidentes em 2012. O Rio Grande do Sul, por sua vez, lidera o ranking entre os estados brasileiros, e Porto Alegre é uma das capitais cujos índices de suicídio são mais altos. Para abordar o tema, o Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas promoveu uma palestra dedicada aos profissionais de saúde para alertar sobre os riscos e a importância da identificação da tendência ao suicídio.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou, no ano passado, um estudo que elencou os países com maior índice de suicídios no mundo. O Brasil ficou em oitavo lugar, com o registro de 11.821 incidentes em 2012. O Rio Grande do Sul, por sua vez, lidera o ranking entre os estados brasileiros, e Porto Alegre é uma das capitais cujos índices de suicídio são mais altos. Para abordar o tema, o Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas promoveu uma palestra dedicada aos profissionais de saúde para alertar sobre os riscos e a importância da identificação da tendência ao suicídio.
De 2000 a 2012, houve aumento de 10,4% no percentual de suicídios no Brasil. A média mundial é de 804 mil óbitos desse tipo por ano, o que representa uma pessoa a cada 40 segundos. O Brasil só perde em número de casos para a Índia, que lidera o ranking, seguida por China, Estados Unidos, Rússia, Japão, Coreia do Sul e Paquistão. Segundo os dados da OMS, 75% dos suicídios ocorrem em países onde a renda é baixa ou média. De acordo com o Ministério da Saúde, o Rio Grande do Sul registrou, entre 2007 e 2010, uma média de 10,2 mortes por suicídio a cada 100 mil habitantes. A média nacional foi de 4,8.
A psiquiatra Ana Cristina Tietzmann, coordenadora do Programa de Psiquiatria Comunitária da residência em Psiquiatria do Presidente Vargas, explica que o índice elevado no Rio Grande do Sul se deve, principalmente, ao grande número de idosos que moram na região. “Ainda não temos estudos conclusivos sobre isso, mas é uma das teorias mais fortes”, argumenta. Para ela, é imprescindível que os profissionais de saúde estejam capacitados adequadamente para tratar sobre o tema com os pacientes. “Toda tentativa de suicídio é um pedido de ajuda. É importante saber ouvir esse pedido para lidar com as dificuldades e os problemas da pessoa de uma maneira séria e respeitosa.” A palestra, que contou com a participação da psiquiatra Vanessa Becker e de estudantes do terceiro ano da residência em psiquiatria do hospital, procurou dar ênfase aos métodos de reconhecimento da tendência suicida, quase tão relevante quanto o próprio acompanhamento ao paciente.
Como forma de facilitar essa identificação, que pode ser feita não somente por psiquiatras, mas também por demais profissionais da saúde, e até por amigos e familiares que convivam com alguém em estado depressivo, a equipe de Ana Cristina desmentiu mitos sobre o tema. Entre eles, a ideia de que quem fala sobre suicídio só quer chamar atenção, ou que debater o tema estimula o ato. “A abordagem com intuito de prevenção não provoca o suicídio, pelo contrário. Expor detalhes sobre métodos de tirar a vida é desnecessário, mas promover um espaço no qual a pessoa se sinta a vontade para conversar ajuda, e muito”, garante Vanessa. Estigmas que difundem a ideia de que o ato do suicídio é um sinal de fraqueza ou covardia também servem para atrasar a comunicação entre os pacientes e pessoas que poderiam ajudá-los.
Os residentes Bruna Velazquez, Jandira Acosta, Leonardo Gonçalves e Neusa Agne ressaltaram que pessoas do sexo masculino, em idades entre 15 e 35 anos, e depois dos 65, sem filhos, aposentados ou desempregados, usuários de drogas, doentes mentais e moradores de áreas urbanas estão entre as vítimas mais recorrentes. Se a pessoa já tentou se matar alguma vez, a probabilidade de que venha a repetir o ato é alta. Para os profissionais, é importante que os pacientes sejam ouvidos com respeito, calma e aceitação, priorizando a criação de um vínculo entre médico e paciente. 
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