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Indústria

- Publicada em 28 de Janeiro de 2015 às 00:00

Fábricas de Caxias iniciam ano com produção em baixa


FREDY VIEIRA/JC
Jornal do Comércio
Após registrar o fechamento de 3.442 vagas em 2014, o primeiro saldo negativo desde 2003, quando o Ministério do Trabalho e Renda iniciou o levantamento sobre a geração de empregos no Brasil, a economia de Caxias do Sul continua convivendo com a expectativa de mais demissões. Em especial na indústria metalmecânica que, no ano passado, fechou perto de 5 mil empregos formais.
Após registrar o fechamento de 3.442 vagas em 2014, o primeiro saldo negativo desde 2003, quando o Ministério do Trabalho e Renda iniciou o levantamento sobre a geração de empregos no Brasil, a economia de Caxias do Sul continua convivendo com a expectativa de mais demissões. Em especial na indústria metalmecânica que, no ano passado, fechou perto de 5 mil empregos formais.
Em função das novas medidas do governo federal, como o aumento nas taxas de juros praticadas pelo Bndes, via Finame, e a redução do valor financiável do bem, as principais empresas da cidade, que têm foco na produção de veículos de transporte de cargas e passageiros — segmentos que dependem destes recursos — operam com alto índice de ociosidade pela falta de pedidos. Das cinco grandes indústrias locais, duas confirmaram adoção de paradas de produção em fevereiro e março.
A Marcopolo, montadora de carrocerias de ônibus, terá férias coletivas no período de 16 a 25 de fevereiro, medida que atingirá em torno de 11 mil trabalhadores. A Guerra, fabricante de implementos rodoviários, decidiu colocar em férias de 30 dias todos os cerca de 400 funcionários do turno da noite. A Randon, que produz componentes para a indústria automotiva pesada e implementos rodoviários, também vai parar, mas ainda não definiu a forma. Em 2014, as três empresas fizeram uso do expediente da flexibilização de jornada, que pode voltar neste ano.
A parada no Carnaval quebra um paradigma da indústria da cidade, que jamais interrompeu as atividades neste período, mesmo nas piores crises, como a de 2009. A decisão evidencia a crise no principal setor produtivo de Caxias do Sul, acompanhando o que ocorre nacionalmente. A produção de implementos, no ano passado, caiu em torno de 15%. A de ônibus, até novembro, apura redução de até 23%, caso da Neobus. A Marcopolo registra recuo de 18%.
A crise no setor se estende aos fornecedores de peças e componentes destas indústrias, em sua maior parte formada por micro e pequeno porte. De acordo com Getulio Fonseca, presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Simecs), estas organizações continuam desligando funcionários e a expectativa, até abril, é que haja o fechamento de 1,5 mil vagas. Como a estratégia das empresas é investir na automatização como forma de elevar a produtividade, o mercado de trabalho no setor tende a ficar cada vez mais limitado.
A estimativa de retomada da atividade produtiva, inicialmente esperada para o segundo trimestre do ano, já foi protelada. Na avaliação dos dirigentes das empresas, as dificuldades atuais devem continuar até o fim do semestre. Como estratégia para amenizar a contração do mercado interno, as indústrias aceleram prospecções em outros países visando ao incremento das exportações. Uma das recentes iniciativas é uma viagem do presidente do Simecs para o continente africano, com destaque para tratativas no Quênia, mercado que cresce 7% ao ano. “O foco é potencializar este mercado, abrindo novas possibilidades para as empresas, especialmente as de pequeno porte de Caxias do Sul e região”, explicou. No ano passado, as exportações da cidade somaram US$ 858 milhões, em queda de 7% sobre 2013.
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