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Opinião

Editorial

- Publicada em 02 de Dezembro de 2014 às 00:00

Gaúchos à espera de um secretário da Fazenda


Jornal do Comércio
O governador eleito, José Ivo Sartori (PMDB), tem a ideia de que a gestão pode, deve e é usada como a ferramenta básica da administração pública. Mas uma boa gestão serve em todas as frentes de trabalho, começando pelo núcleo familiar e chegando às empresas, sejam grandes ou pequenas. O Rio Grande do Sul e seus 11 milhões de habitantes estão à espera do novo governo. Mas, dado os fatos, será calcado em um nome, o do novo secretário da Fazenda. Reservado como tem sido, o que é do seu feitio desde sempre, como político principalmente, José Ivo Sartori sabe que é condição essencial do governante saber se controlar, porque, assim, estará dominando o intrincado jogo do poder.
O governador eleito, José Ivo Sartori (PMDB), tem a ideia de que a gestão pode, deve e é usada como a ferramenta básica da administração pública. Mas uma boa gestão serve em todas as frentes de trabalho, começando pelo núcleo familiar e chegando às empresas, sejam grandes ou pequenas. O Rio Grande do Sul e seus 11 milhões de habitantes estão à espera do novo governo. Mas, dado os fatos, será calcado em um nome, o do novo secretário da Fazenda. Reservado como tem sido, o que é do seu feitio desde sempre, como político principalmente, José Ivo Sartori sabe que é condição essencial do governante saber se controlar, porque, assim, estará dominando o intrincado jogo do poder.
Com um Brasil em que há tantas demandas, com o Rio Grande do Sul e Porto Alegre no meio, com problemas financeiros, uma certa crise de valores, de confiança, descrença na classe política e angústias sociais, é importante que o novo mandatário comece a governar. Tem que se concentrar naquilo que é essencial. Para atender aos reclamos da educação, saúde e segurança, os secretários das áreas respectivas se voltarão para quem? Claro, o secretário da Fazenda e o de Gestão, em busca de recursos. Por isso, é fundamental ter foco no que é essencial, a gestão dos recursos financeiros do Estado.
José Ivo Sartori sabe que terá que ser cumpridor dos seus compromissos no tempo, no lugar certo, nos serviços essenciais e, muito mais, nas contas públicas. Se não for assim, o seu partido, o Rio Grande, fará uma cobrança forte. E com razão. Exemplo de secretário da Fazenda, em meio a uma crise internacional, como vivemos desde 2008, foi Nicanor Kramer da Luz, advogado. Constituinte em 1947, prefeito de Vacaria em 1956, secretário estadual da Fazenda e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.
Em 1966, Walter Peracchi Barcellos chamou Nicanor Kramer de Luz para a Fazenda. Aceitando o cargo, ele conseguiu pôr em dia o pagamento dos funcionários públicos e honrar as dívidas com as empresas e com os municípios. Dirigiu a Pasta da Fazenda entre fevereiro de 1967 e maio de 1969. Introduziu alguns procedimentos que se mostraram eficazes na sua gestão. Mesmo “marcado” – segundo ele - na Secretaria da Fazenda, pois advogara intensamente contra o fisco na defesa dos contribuintes, rearranjou as combalidas finanças estaduais.
Dentre muitas de suas tiradas célebres, vale lembrar quando recebeu em seu gabinete dois funcionários do Ministério da Fazenda, que se diziam com o encargo de fazer o levantamento dos títulos da dívida pública do Estado e do montante da dívida consolidada. Ainda em pé, Nicanor Kramer da Luz dirigiu-se aos dois servidores federais e solicitou que os mesmos se retirassem imediatamente, informando ao seu ministro, Delfim Netto, que só admitiria esse tipo de fiscalização quando voltassem com o ato formal de intervenção no Estado ou, então, com a sua exoneração como secretário. Nunca mais o ministro Delfim Netto mandou seus mensageiros, nem comentou o episódio ao encontrar o secretário da Fazenda do Rio Grande do Sul.
Pois 11 milhões de gaúchos estão à espera do nome do novo secretário da Fazenda. Se bem-sucedido, o resto da gestão estadual será pura consequência. Que venha o novo governo.

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