Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Governo do Estado

- Publicada em 28 de Novembro de 2014 às 00:00

Alceu Collares defende oposição a Sartori


ANA PAULA APRATO/ARQUIVO/JC
Jornal do Comércio
O ex-governador Alceu Collares (PDT) defende que o partido deve adotar atitude de oposição ou neutralidade ao governo do peemedebista José Ivo Sartori. O ex-governador afirma que é bastante expressivo – embora não seja majoritário – o grupo que compartilha dessa posição.
O ex-governador Alceu Collares (PDT) defende que o partido deve adotar atitude de oposição ou neutralidade ao governo do peemedebista José Ivo Sartori. O ex-governador afirma que é bastante expressivo – embora não seja majoritário – o grupo que compartilha dessa posição.
De outro lado, o presidente estadual do PDT, deputado federal eleito Pompeo de Mattos, avalia que há um clima favorável entre os pedetistas para aceitar o convite do governador eleito, que deseja que a legenda faça parte do governo peemedebista.
O PDT convocou uma reunião da executiva para esta segunda-feira, dando mais um passo em direção a uma decisão. O encontro vai contar com a presença do presidente nacional da sigla, Carlos Lupi.
Mas se os pedetistas têm opiniões opostas quanto à adesão ao governo que começa em 1 de janeiro de 2015, concordam que o partido deve preparar um candidato ao Palácio Piratini para 2018. Por isso, o que está em questão é qual posição é mais favorável ao crescimento da legenda: situação ou oposição à gestão de Sartori?
Collares, que comandou o Palácio Piratini de 1991-1994, defende a tese oposicionista, pois crê que “os partidos só crescem na oposição; no governo, sofrem desgaste”. Também acredita que é uma contradição uma legenda que lançou candidatura própria apoiar o adversário eleito.
Além disso, baseado no critério do crescimento do PIB estadual, Collares acredita que os governos estaduais dos peemedebistas foram “os piores do Rio Grande do Sul”. Observa ainda que o imbróglio da dívida do Estado com a União se agravou no governo de Antônio Britto (PMDB, 1995-1998), quando foi assinada a renegociação que comprometia 13% da receita líquida dos cofres gaúchos.
Jornal do Comércio – O senhor é a favor da adesão do PDT ao governo Sartori?
Alceu Collares – Não. Defendo o contrário: a neutralidade, a oposição ao governo Sartori. O que salvou o PDT nestas eleições foi a candidatura própria, pois saímos do pleito mais fortalecidos, com um senador eleito, uma bancada de deputados estaduais maior, além do nosso candidato a governador, o (deputado federal) Vieira da Cunha, que se saiu bem nos debates. Nossa adesão aos governos Yeda Crusius (PSDB) e Tarso Genro (PT) foram danosos ao partido, desgastaram o PDT. Ter um candidato próprio e depois apoiar um adversário desgasta a legenda. Os partidos só crescem na oposição; quem está no governo sofre desgaste. Acredito que temos que pensar em corrigir os rumos do governo Sartori, na oposição, afinal esse é o papel dela. 
JC – O presidente do PDT, Pompeo de Mattos, disse que há um clima favorável à adesão ao novo governo, dentro do partido. O senhor concorda?
Collares – Sim. Mas o grupo que segue o mesmo raciocínio que eu também é expressivo. Além do mais, o convite do Sartori foi vago: ele disse para o nosso presidente apenas que queria que o PDT fizesse parte do seu governo. E, quando o presidente Pompeo perguntou qual seria exatamente o espaço do partido dentro novo governo, o Sartori respondeu que ainda não é o momento de pensar nisso. O Sartori fez aliança com tantos partidos que não tem nem como dar uma secretaria para cada partido aliado. Por isso, aconselhei o presidente Pompeo que, além de avaliar quais seriam os cargos ocupados pelo PDT, pedisse o comprometimento com o projeto revolucionário das escolas de tempo integral, proposto pela deputada Juliana Brizola (PDT), aprovado na Assembleia Legislativa. Se o Sartori aceitar conversar sobre essa bandeira histórica do partido, aí podemos começar a pensar em cargos. Foi o que aconselhei o presidente Pompeu. Temos que defender as bandeiras do partido, não é só questão de cargos.
JC – Quais as suas expectativas em relação à futura gestão de Sartori?
Collares – O Sartori foi eleito sem um programa de governo, baseado num bom marketing. É um homem honesto, íntegro, um bom quadro do PMDB, mas foi eleito sem programa. Além do mais, por azar, os governadores do PMDB – Pedro Simon (1987-1990), Antônio Britto (1995-1998) e Germano Rigotto (2003-2006) – fizeram os piores governos do Rio Grande do Sul. Basta pegar os números da Fundação de Economia e Estatística (FEE) para constatar. No meu governo, o crescimento do PIB foi de 23,5%. No do Jair Soares (PDS, 1983-1986), cresceu 14%. No do Olívio Dutra (PT, 1999-2002), 12%. E, nos três mandatos juntos do PMDB, o PIB cresceu apenas 5%. E eu lembro disso para que o Sartori, vendo o que deu errado naqueles governos – incapacidade? Incompetência? –, não repita os mesmos erros. Além disso, a renegociação da dívida do Estado com a União que comprometia 13% da receita líquida dos cofres gaúchos foi assinada pelo Britto no Palácio Piratini, na presença do ministro Pedro Malan (ministro da Fazenda do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB). Já Tarso, quando foi eleito, falou que ia pegar empréstimos. Mas isso deixou o governo mais endividado ainda. Ele não pôde fazer muita coisa, porque não tinha dinheiro.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO