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Colunas#Painel Econômico

Coluna

- Publicada em 24 de Novembro de 2014 às 00:00

Duas décadas de Solo Criado na Capital


JONATHAN HECKLER/JC
Jornal do Comércio
A venda de Solo Criado foi instituída por lei em Porto Alegre em 1994. Trata-se de instrumento urbanístico que permite aos empreendedores construírem mais do que é permitido originalmente em um terreno, mediante pagamento à prefeitura dos metros quadrados extras no projeto. Esse acréscimo no edifício deve respeitar os limites estabelecidos pelo Plano Diretor: altura máxima dos prédios em uma determinada área, recuos laterais... O objetivo da venda de índices construtivos é abrir aos incorporadores uma possibilidade de fazer ajustes nos projetos. E, com o dinheiro arrecadado, financiar obras de habitação popular e de infraestrutura em bairros carentes. A verba, inclusive, deve ir para um fundo específico, e não ficar no caixa único. Duas décadas depois, o Solo Criado entra em um novo capítulo em Porto Alegre, financiando, fundamentalmente, grandes obras de mobilidade urbana da cidade: intervenções viárias que eram do pacote da Copa, metrô e sistema BRT. Dois leilões de índices construtivos foram realizados até agora, o primeiro, em abril deste ano, arrecadou R$ 85,8 milhões; o segundo, na quinta-feira passada, R$ 43,5 milhões. Os recursos também ficam separados da arrecadação ordinária, vão para o Fundo da Copa do Mundo (Funcopa). A medida começou a ser pensada quatro anos atrás, quando foram definidas as obras do Mundial. Apesar de ter financiamento da União para os projetos, o município precisaria de recursos para as contrapartidas, especialmente as desapropriações de imóveis. Uma lei — aprovada em 2012 — foi criada para permitir esse tipo específico de Solo Criado, destinado ao Funcopa.
A venda de Solo Criado foi instituída por lei em Porto Alegre em 1994. Trata-se de instrumento urbanístico que permite aos empreendedores construírem mais do que é permitido originalmente em um terreno, mediante pagamento à prefeitura dos metros quadrados extras no projeto. Esse acréscimo no edifício deve respeitar os limites estabelecidos pelo Plano Diretor: altura máxima dos prédios em uma determinada área, recuos laterais... O objetivo da venda de índices construtivos é abrir aos incorporadores uma possibilidade de fazer ajustes nos projetos. E, com o dinheiro arrecadado, financiar obras de habitação popular e de infraestrutura em bairros carentes. A verba, inclusive, deve ir para um fundo específico, e não ficar no caixa único. Duas décadas depois, o Solo Criado entra em um novo capítulo em Porto Alegre, financiando, fundamentalmente, grandes obras de mobilidade urbana da cidade: intervenções viárias que eram do pacote da Copa, metrô e sistema BRT. Dois leilões de índices construtivos foram realizados até agora, o primeiro, em abril deste ano, arrecadou R$ 85,8 milhões; o segundo, na quinta-feira passada, R$ 43,5 milhões. Os recursos também ficam separados da arrecadação ordinária, vão para o Fundo da Copa do Mundo (Funcopa). A medida começou a ser pensada quatro anos atrás, quando foram definidas as obras do Mundial. Apesar de ter financiamento da União para os projetos, o município precisaria de recursos para as contrapartidas, especialmente as desapropriações de imóveis. Uma lei — aprovada em 2012 — foi criada para permitir esse tipo específico de Solo Criado, destinado ao Funcopa.
Solo Criado II
Porto Alegre ficou 11 anos sem fazer leilões de índices construtivos. O último tinha acontecido em 2003, com recursos destinados à habitação popular. Em 2014, a venda de Solo Criado não foi o único recurso arrecadado pela prefeitura para fazer frente às obras da Copa. Outro mecanismo foi a transferência de potencial construtivo. Com essa moeda de troca, o dono do imóvel desapropriado ganha o total de índice construtivo permitido para o seu terreno e mais um bônus, em forma de escritura. Daí, pode vender esse potencial construtivo para ser utilizado em qualquer parte da cidade. “Só com isso, o município economizou R$ 20 milhões em indenizações”, calcula a assessora técnica do gabinete da Secretaria Municipal da Fazenda (SMF), a arquiteta e urbanista Maria Alice Michelucci.
Solo Criado III
Os leilões de índices construtivos para financiar obras de mobilidade urbana têm outra peculiaridade. Ao invés de serem destinados a um projeto específico, são vendidos lotes para determinadas regiões da cidade, e esse potencial pode ser utilizado nos próximos 10 anos em vários empreendimentos. Paralelamente, a Secretaria Municipal de Urbanismo faz a venda de Solo Criado de balcão, em que o empreendedor compra apenas o número de metros quadrados destinados ao projeto imobiliário que está fazendo. São utilizados nas chamadas áreas não adensáveis — espaços do condomínio, como corredores de circulação e salão de festas. Esse dinheiro ainda segue para a habitação popular. A arquiteta Maria Alice Michelucci entende que, do ponto de vista conceitual, os leilões são melhores para o planejamento, já que o município, primeiro, autofinancia sua infraestrutura e só depois os projetos imobiliários são encaminhados. Além disso, mostra onde a cidade está se desenvolvendo — o interesse das construtoras foi pelas Macrozonas 1 (do Centro até a Terceira Perimetral) e 3 (da avenida Carlos Gomes até o extremo Leste, pelo eixo Anita-Nilo Peçanha).
Áreas mais cobiçadas de Porto Alegre

ARTE SOBRE IMAGEM/SECRETARIA MUNICIPAL DE URBANISMO
Nos dois leilões de índices construtivos realizados pela prefeitura neste ano, duas Macrozonas despertaram o interesse dos construtores: a 1 (do Centro até a Terceira Perimetral, que engloba bairros como Petrópolis, Bela Vista e Moinhos de Vento) e a 3, que vai da avenida Carlos Gomes até o extremo Leste da cidade, com destaque para os eixos Anita Garibaldi-Nilo Peçanha Ipiranga-Bento Gonçalves e Assis Brasil-Sertório.
Térmica de Rio Grande
O projeto de uma termelétrica a gás natural, do Grupo Bolognesi, em Rio Grande, está entre os habilitados para o leilão de energia A-5, marcado para sexta-feira. O diretor-presidente da Sulgás, Roberto Tejadas, aposta que a térmica vai ser viabilizada. Além de acreditar na seleção do projeto, aponta os valores da energia no certame e o fornecimento de gás natural liquefeito (GNL) através de um terminal de regaseificação como fatores que podem tirar a termelétrica do papel.
O Dia
  • A prefeitura de Porto Alegre recebe as propostas para a licitação das linhas de ônibus, às 14h, no auditório da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). Fica na rua João Neves da Fontoura, 7.
  • Equipe de transição do governador eleito José Ivo Sartori se reúne com integrantes da atual gestão do governo para discutir situação das finanças do Estado. Às 14h30min, na Casa Civil do Palácio Piratini.
  • A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa fará audiência pública sobre Tumores gastrointestinais: visão geral e prevenção.
  • Vinhos da Campanha serão degustados, às 20h, na Arte e Vinhos, no Menino Deus.
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