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Coluna

- Publicada em 21 de Novembro de 2014 às 00:00

50 anos depois, um coral mostra sua pujança


Jornal do Comércio
No Theatro São Pedro, em 8 de outubro, o antigo Coral Misto do Centro Cultural 25 de Julho, situado no bairro da Auxiliadora, hoje conhecido como Expresso 25, apresentou seu novo espetáculo, comemorativo a seus 50 anos, sob a regência do maestro uruguaio Pablo Trindade. No dia 12, um domingo pela manhã, em sua sede social, o grupo reuniu um percentual significativo de todos os seus antigos cantores, desde os fundados, no início dos anos 1960, para a comemoração de meio século de existência.
No Theatro São Pedro, em 8 de outubro, o antigo Coral Misto do Centro Cultural 25 de Julho, situado no bairro da Auxiliadora, hoje conhecido como Expresso 25, apresentou seu novo espetáculo, comemorativo a seus 50 anos, sob a regência do maestro uruguaio Pablo Trindade. No dia 12, um domingo pela manhã, em sua sede social, o grupo reuniu um percentual significativo de todos os seus antigos cantores, desde os fundados, no início dos anos 1960, para a comemoração de meio século de existência.
Os Centros Culturais 25 de Julho existem em várias localidades do Estado (pelo menos em Panambi, Erechim e Novo Hamburgo, além de Porto Alegre). Foram criados depois da II Grande Guerra, como uma tentativa de revitalização das comunidades germânicas no Sul, onde a legislação foi muito dura com descendentes de alemães e italianos. Muitos dos descendentes daqueles primeiros imigrantes foram desalojados de suas casas e tiveram parte ou todos os bens roubados por autoridades às vezes corruptas, que se valeram da legislação de exceção. Terminada a guerra, havia que reconstituir tais comunidades e seu amor próprio, redefinindo suas identidades. Os centros culturais que então se criaram eram, como indica sua denominação, instituições que enfatizavam a identidade cultural, ainda que também desenvolvessem atividades de lazer e de recreação, como jogos e tiro ao alvo. Nestas instituições, e fiéis à tradição alemã, constituíram corais e grupos de danças tradicionais do velho império. Em Erechim, hoje em dia, a sede do antigo Centro Cultural está tombado e é patrimônio público do município, mas não me consta que ainda haja atividades diretamente vinculadas à comunidade alemã. Ainda lembro da sede do Centro Cultural de Panambi, mas há pouco estive na cidade e não me parece que a instituição ainda tenha qualquer atividade. Em Novo Hamburgo, o Centro Cultural chegou a ter também um coral renomado, que participava dos Festivais de Coros do Rio Grande do Sul, que Dante Barone e o Prof. Ribeiro, além dos jornalistas Paulo Fontoura Gastal e Osvaldo Goidanich, comandavam nos anos 1960 e 1970. Não sei bem o que foi feito da entidade e do coral.
Aqui na Capital, um pequenino grupo iniciou tímidas atividades em torno de 1964. No ano seguinte, tornou-se seu maestro Aluisius Staub, e então o grupo começou sua evolução. Sucederam-se, dentre outros, Otto Follmann - que ainda religioso lassalista, havia criado os Canarinhos do São João, do Colégio São João, do 4º Distrito - sucedido por Hermes de Andrade, depois Nestor Wennholz (que dirigira o Coral da Urgs) e ainda Manfred Schmnidt, que também dirigiu a Orquestra de Câmara do Theatro São Pedro. Hoje em dia, é Pablo Trindade quem comanda o grupo, que exibe uma qualidade vocal esmerada e insuperável, tendo inclusive ganho um Açorianos de Música.
Mais de uma centena dos então jovens (hoje, alguns já sexagenários ou mais) cantores se reuniram no Centro Cultural 25 de Julho. As primeiras canções que se tornaram sucesso foram rememoradas e entonadas, nem sempre com gargantas muito afinadas ou seguras, mas com a mesma ou talvez até uma redobrada emoção de quem as havia estreado, há algumas décadas. O show, um pouco improvisado, atravessou as décadas e suas canções-símbolo, de cada período, para chegar aos espetáculos atuais. Hoje, ressalta a sonoridade do conjunto, cujos membros leem a pauta musical (ao contrário dos pioneiros, que ensaiavam e decoravam). Hoje, o conjunto tem mais de 10 discos gravados, e não é raro ouvi-los na Rádio da Ufrgs ou na FM Cultura. Fui destes cantores, hoje, sou desses ouvintes que se deleita com música de excelente qualidade e que me faz admirar este maestro uruguaio que é capaz de entender e valorizar a ginga que só a música popular brasileira tem e que constitui o exclusivo repertório do conjunto.
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