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Negócios Corporativos

- Publicada em 13 de Novembro de 2014 às 00:00

Innova mantém intenção de ampliar operações


INNOVA/DIVULGAÇÃO/JC
Jornal do Comércio
Após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ter aprovado, no mês passado, a compra da petroquímica Innova pela Videolar, empresa do gaúcho Lírio Parisotto, a dúvida era se seria mantido o plano de expansão anunciado em 2013 por sua antiga controladora: a Petrobras. O diretor-presidente da Innova, Flávio Barbosa, afirma que o projeto de aumento da produção de estireno está mantido no complexo petroquímico de Triunfo, porém não há um cronograma determinado.
Após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ter aprovado, no mês passado, a compra da petroquímica Innova pela Videolar, empresa do gaúcho Lírio Parisotto, a dúvida era se seria mantido o plano de expansão anunciado em 2013 por sua antiga controladora: a Petrobras. O diretor-presidente da Innova, Flávio Barbosa, afirma que o projeto de aumento da produção de estireno está mantido no complexo petroquímico de Triunfo, porém não há um cronograma determinado.
Antes de decidir uma data para a ampliação, precisa ser definida a negociação quanto à matéria-prima (eteno e benzeno). Essas tratativas serão mantidas com a Braskem. Inicialmente, a Petrobras previa concluir o incremento em 2016. Com a iniciativa, a Innova saltaria de uma capacidade de produção de 250 mil toneladas ao ano de estireno para 500 mil toneladas.
A partir do começo das obras, serão necessários cerca de 30 meses para finalizá-las. O custo do empreendimento terá que ser revisto, pois as condições de mercado alteraram-se. Contudo, Barbosa acredita que seja possível até reduzir os valores estimados originalmente, que eram da ordem de US$ 350 milhões. Entretanto, o dirigente ressalta que dependerá das condições de mercado.
O estireno é utilizado na fabricação do poliestireno, ABS, borracha sintética, resinas acrílicas, entre outros produtos. Já o poliestireno é uma resina plástica que atende à linha branca (artigos como geladeira e fogão) embalagens, descartáveis etc. A Innova, que também produz poliestireno, já passou por uma ação de “desgargalamento” no ano passado, elevando a capacidade de 150 mil toneladas anuais desse insumo para 180 mil toneladas. Barbosa argumenta que o novo projeto de ampliação da Innova está ligado a um mercado deficitário do estireno. O dirigente ressalta que o Brasil importa um volume expressivo dessa matéria-prima (aproximadamente 300 mil toneladas ao ano, sendo que metade desse total é consumida pela Videolar).
“Essa foi uma oportunidade que a companhia vislumbrava lá atrás e o movimento de vir para a Petrobras pensava em deflagrar esse processo”, diz o executivo. No entanto, a estatal estava com o foco nos investimentos no pré-sal e na área de refino, o que tirava o “fôlego” da empresa para aplicar recursos na petroquímica.
Barbosa admite que a Videolar fez um enorme esforço na compra da Innova (US$ 372 milhões). Porém, em um negócio intensivo como é o da petroquímica, é normal e saudável ter um nível maior de endividamento, considera o executivo. Como a empresa já amortizou o seu investimento original, a capacidade da companhia de contrair dívidas é muito grande. “Dá para fazer frente a esses investimentos, pela própria capacidade do negócio, sem a necessidade que os acionistas façam aporte”, avalia. Do capital total da Innova, 60% são da Videolar e 40% do empresário Lirio Parisotto. A empresa continuará se chamando Innova, e os planos são de que todos os negócios estirênicos girem sob essa marca. “Há 10 anos atrás, já havia conversas para uma eventual fusão com a Innova. Uma aspiração de longa data que, naquele momento, não evoluiu, mas ficou latente. Até que chegou a oportunidade de adquiri-la da Petrobras”, resume Parisotto.
Até a compra da Innova, a Videolar não fabricava o estireno e importava o insumo para fazer o poliestireno na sua unidade em Manaus, que tem capacidade para 150 mil toneladas anuais. Agora, o grupo integrou a cadeia produtiva. Porém, a logística para superar a distância entre as regiões Norte e Sul não será algo fácil de resolver se a planta de Triunfo for alimentar a de Amazonas.
O diretor-presidente da Innova, Flávio Barbosa, explica que o estireno precisará ser movimentado através de navios. Esse transporte seria mais caro do que o recebimento de carga por embarcações provenientes do hemisfério Norte, o que complica a equação. Para contrabalançar, precisaria se ter uma produção competitiva no Rio Grande do Sul. Com a ampliação da unidade gaúcha, haveria estireno mais do que suficiente para atender às necessidades da Videolar e disponibilizar o excedente no mercado.

Cade veta por unanimidade compra da concorrente Solvay pela Braskem

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) vetou, nesta quarta-feira, a compra da petroquímica Solvay Indupa Argentina pela Braskem, do grupo Odebrecht. O tribunal administrativo acatou orientação do relator do processo, conselheiro Gilvandro Araújo, aprovando a suspensão da fusão por unanimidade.
Pesou na decisão o fato de a Solvay ser a principal concorrente da Braskem no mercado de PVC na América do Sul, especialmente no Brasil. “Essa operação resulta da junção de líder e vice-líder na América do Sul”, observou Araújo. “A própria Braskem reconhece a Solvay como sua principal concorrente não apenas no Brasil, mas na América do Sul. A própria Solvay enxerga que a rivalidade se diferencia no mercado brasileiro por ser mais intensa do que por concorrentes do mercado internacional”, afirmou o relator.
A decisão suspende a transação, que havia sido anunciada pelas empresas em 2013, no valor de US$ 200 milhões, pela qual a gigante brasileira passaria a controlar 70,59% do capital social da subsidiária argentina do grupo belga Solvay. O acordo previa ainda que a Braskem poderia fazer uma oferta pública de aquisição (OPA) do restante das ações da Solvay Indupa (29,41% dos papéis da empresa) por mais US$ 90 milhões.
A lista das soluções sugeridas pela Braskem para amenizar o impacto da fusão foi criticada por Araújo. Ele acusou os “remédios comportamentais” propostos pela empresa por serem “muito frágeis e muito fracos”. O relator não detalhou as propostas devido à cláusula de confidencialidade do processo. “Vi com muita tristeza a apresentação de propostas insuficiente quando foi dada essa oportunidade”, criticou.
O preço da Solvay causa impacto no praticado pela Braskem. Segundo Araújo, a Braskem pratica no País os valores mais altos para a resina de PVC em comparação com mercados como Estados Unidos e China. Segundo o tribunal, a explicação para a diferença de preços no Brasil é que eles resultam da carga de impostos, custo da logística e de decisões antidumping aplicadas contra a Braskem.
O conselheiro do Cade, contudo, contestou o argumento da companhia. “Há grandes diferenças entre preços Braskem e Solvay. O fato do preço da Solvay ser muito menor do que o da Braskem, cerca de R$ 500,00 (tonelada de PVC), mostra uma história diferente da contada pelas requerentes”, frisou.
Para argumentar que há um equilíbrio natural de mercado nacional com base em importações, a Braskem enviou lista de 70 tradings. Essas empresas fariam, segundo a empresa, a mediação entre compradores brasileiros de PVC e agentes internacionais - especialmente empresas dos EUA -, o que seria capaz de equilibrar os preços nacionais a partir da importação.
O Cade entrou em contato com essas empresas e não conseguiu constar a atuação delas. O equilíbrio de preços, segundo o Cade, é feito na América do Sul com base na atuação da Solvay em rivalidade com a Braskem. “A Solvay tem um papel disciplinador sobre os preços da Braskem muito maior do que importadores”, disse.
Em nota, a Braskem considerou a decisão do Cade “prejudicial à indústria brasileira”. A empresa defende que “apresentou soluções que entende serem eficazes aos questionamentos realizados pelo Cade e lamenta não terem sido aceitas”.
O comunicado considera ainda que a decisão “enfraquece a indústria petroquímica nacional, afetando sua capacidade de obter eficiências de escala que a permitam competir no mercado internacional, em particular no atual momento de redução de rentabilidade da indústria mundial de PVC e clara tendência de consolidação global de ativos”. A partir da publicação do resultado do julgamento, a companhia vai avaliar as medidas cabíveis em relação a decisão.
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